Algumas pessoas ao vivenciarem situações amargas, tais como o luto inesperado, ruptura de relacionamentos, decepções amorosas, perdas materiais significativas, e muitas outras experiências adversas, são tomadas e dominadas por uma sensação de vazio, de perda de sentido. Não raro, são vencidas pela desmotivação generalizada; nem mesmo a dimensão da fé lhes é poupada da experiência do fracasso. Imaginam-se abandonadas por Deus e perdem o estímulo para acreditar. Silenciam a voz do louvor e desviam os olhos dos céus, como quem não tem mais esperança alguma.
É bem verdade que o sofrimento intenso deixa marcas profundas em nós. Corpo, alma e espírito são atingidos. Um sentimento de abandono, uma sensação de fracasso e inutilidade invadem o coração – a alma fica ao relento.
Por conta da vida marcada por dissabores, em algumas pessoas, as lágrimas tendem a apagar as marcas da fé. Sobretudo, naquelas em que a fé não é fruto de uma experiência, mas uma tradição, uma espécie de herança cultural, familiar. Incredulidade e o fracasso andam sempre juntos. Todavia, ainda assim, a fé insiste em permanecer viva, para fazer diferença.
É aquela voz, muitas vezes abafada pelo silêncio da perplexidade e do medo, que grita dentro de nós, despertando a alma para sonhar outra vez. A fé sempre emerge, sobrevivente, dentre os escombros do coração. Essa voz inquietante, que não se deixa silenciar, é o barulho de Deus no coração da gente, nos fazendo ouvir os sons da esperança. Deus não desiste de nós!
Não faz qualquer sentido deixar-se dominar pela tristeza, pela solidão, pela apatia e pelo desejo de não viver. O descaso com a vida é uma forma disfarçada e lenta de suicídio. Só os fracos desejam morrer! Também, só eles são ávidos em desistir.
Onde, então, buscar forças necessárias para a superação da dor e para a restauração dos sonhos? Para semear a partir de onde as lágrimas estão caindo. Somente em Deus! Ele é a grande fonte de nossa vitória. Deus não desiste de nós!
Quem redescobre o caminho da fé, pega carona nas asas da esperança. Como águia, voa sobre os montes. Sobrevoa a todas as barreiras da vida. Passa a conhecer novas estradas, como que pavimentadas de luz, e adornadas pelas cores da alegria e dos sonhos. Anda segurando na mão de Deus. Sabe que é um vencedor.
(Estevam Fernandes de Oliveira,Pastor da Primeira Igreja Batista de João Pessoa, PB, é Psicólogo ClínicoeTerapeuta Familiar, conferencista nas áreas de Família e Liderança; mestre e doutor em Ciências Sociais.Texto extraído do Jornal Correio da Paraiba, edição de Domingo, 28 de setembro de 2008 e divulgado entre amigos com autorização do autor).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário, sua opinião é importante...