Atingidos pelos Reflexos...

sábado, 31 de janeiro de 2009

Pensamentos...


Você sabia que foi apenas no ano 190 d.C. que a palavra grega ekklesia, que traduzimos como igreja, foi pela primeira vez utilizada para se referir a um lugar de reuniões dos cristãos? Sabia também que esse lugar de reuniões era uma casa, e não um templo, já que os templos cristãos surgiram apenas no século IV, após a conversão de Constantino? Você sabia que os cristãos não chamavam seus lugares de reuniões de templos até pelo menos o século V? Você sabia que o primeiro templo cristão começou a ser construído por Constantino, sob influência de sua mãe Helena, em 327 d.C., às custas de recursos públicos, e sua arquitetura seguia o modelo das basílicas, as sedes governamentais da Grécia e, posteriormente, de Roma, e dos templos pagãos da Síria? Você sabia que as basílicas cristãs foram construídas com uma plataforma elevada acima do nível da congregação e que no centro da plataforma figurava o altar, e à sua frente a cadeira do Bispo, que era chamada de cátedra? Você sabia que o termo ex cathedra significa “desde o trono”, numa alusão ao trono do juiz romano, e, por conseguinte, era o lugar mais privilegiado e honroso do templo? Você sabia que o Bispo pregava sentado, ex cathedra, numa posição em que o sol resplandecia em sua face enquanto ele falava à congregação, pois Constantino, mesmo após a sua conversão ao Cristianismo, jamais deixou de ser um adorador do deus sol? Você sabia que o atual modelo hierárquico do Cristianismo, que distingue clero e laicato, teve origem e ou foi profundamente afetado pela arquitetura original dos templos do período Constantino?Você sabia que Jesus não fundou o Cristianismo, e que o que chamamos hoje de Cristianismo é uma construção religiosa humana, feita pelos seguidores de Jesus ao longo de mais de dois mil anos de história? Você sabia que o que chamamos hoje de Cristianismo está profundamente afetado por pelo menos três grandes eras: a era de Constantino, a era da Reforma Protestante e a era dos Avivamentos na Inglaterra e nos Estados Unidos? Você sabia que é praticamente impossível saber a distância que existe entre o que Jesus tinha em mente quando declarou que edificaria a sua ekklesia e o que temos hoje como Cristianismo Católico Romano, Protestante, Ortodoxo, Pentecostal, Neopentecostal e Pseudopentecostal?Você sabia que os primeiros cristãos se preocuparam em relatar as intenções originais de Jesus com vistas a estender seu movimento até os confins da terra? Você sabia que este relato está registrado no Novo Testamento, mais precisamente nos Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos? Você sabia que o terceiro evangelho, Evangelho Segundo Lucas, e o livro dos Atos deveriam formar no princípio uma só obra, que hoje chamaríamos de “História das origens cristãs”? Você sabia que os livros foram separados quando os cristãos desejaram possuir os quatro evangelhos num mesmo códice, e que isso aconteceu por volta de 150 d.C.? Você sabia que o título “Atos dos Apóstolos” surgiu nessa época, segundo costume da literatura helenística, que já possuía entre outros os “Atos de Anibal” e os “Atos de Alexandre”?
Nesse emaranhado de coisas que eu não sabia, três coisas eu sei. A primeira é que a crítica que o mundo secular faz ao Cristianismo institucional tem sérios fundamentos, ou como disse Tony Campolo: “Os inimigos estão parcialmente certos”. A segunda coisa que sei é que nesta Babel que vem se tornando o movimento evangélico brasileiro, está cada vez mais difícil identificar a essência do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor. A terceira coisa que sei é que vale a pena perguntar aos primeiros cristãos o que eles entenderam a respeito de Jesus, sua mensagem, sua proposta de vida e suas intenções originais. Vale a pena voltar à Bíblia. Não há outra fonte segura de informação e formação espiritual, senão a Bíblia Sagrada, especialmente o Novo Testamento.
Convido você a nos acompanhar, a mim e ao Pastor Ariovaldo Ramos, nessa caminhada. Vamos dominicalmente ler e reler os livros de Lucas e dos Atos dos Apóstolos. Seja Deus nosso guia, mediante seu Espírito Santo, que nos leva a toda a verdade.

Um Pouco de Filosofia

O mito da caverna de Platão...by Maurício de Souza.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Nossos Conflitos Internos e a Expectativa de Deus.


"O sofrimento surge assim que as nossas capacidades de manter a continuidade e a integridade de nosso eu tornam-se deficitárias [...]" (Kaës, 1987).

Algumas experiências que tive no decorrer das últimas semanas, associadas a algumas leituras que o período de recesso na faculdade me permitiu, colocaram-me quase que de forma obrigatória, na busca de algumas respostas para questões da vida...

Quando você se depara com situações únicas em sua vida, não há como evitar o confronto de idéias e conceitos que você obtera até ali, com os sentimentos que o inesperado e desconhecido lhe apresentam. Instintivamente você começa a pensar sobre o assunto buscando uma explicação para aquilo que o aflige. Ocorre, que a bagagem que você carrega de aprendizado e experiência, talvez não permitam que você possa tirar conclusões e nem mesmo avaliar a situação de maneira lógica e satisfatória. Então, ao não conseguirmos explicar o que nos traz sentimentos desagradáveis, sofremos... E esse tipo de sofrimento inibe nossas capacidades e destitui nossa linguagem, ele quase que paralisa nossa atividade mental e por que não dizer, até mesmo física. Somos levados então á perceber que não há outro caminho, a não ser , como sugerem os filósofos, o de buscar a explicação da verdade, a qualquer preço. Assim, gosto de uma opinião tirada de um texto que li dia desses... “Pensar é fácil. O difícil é pensar as coisas como são – e para isto é preciso contrariar muitas vezes o nosso pensamento, obrigá-lo a ir para onde não quer”.

Entendo que um dos motivos pelo qual o sofrimento nos faz mal, deva-se ao fato de que ele tira nossa liberdade, limita nossas ações e algumas vezes fará com que nos sintamos incapazes de reagir. Porém, analisando-se a situação de outro ponto de vista, será que podemos definir com segurança um conceito para a palavra sofrimento ? Será que temos consciência plena de qual é essa tal liberdade que ele nos tira ?

Como afinal determinamos se algo é bom ou ruim para nós ? Segundo a definição apresentada no início por Kaes, o sofrimento (ou o mal, a dor, o indesejável) é algo que torna a integridade do nosso “eu” prejudicada. Percebe como é tudo muito subjetivo ? O que pode ser prejudicial para meu “eu”, pode não ser para outro indivíduo, logo o sofrimento será sempre passível de uma interpretação dúbia, dependerá de como cada ser entende uma situação como sendo boa ou ruim...Isso também vai depender de uma série de outros fatores, como lugar ou época. O que entendemos com ruim hoje, pode não o ser daqui a algum tempo, ou ainda o que julgo ruim para mim, pode não o ser para outra pessoa. Nos tornamos o juiz, daquilo que consideramos ser bom ou ruim, queremos determinar o julgamento dos fatos pela ótica duvidosa de nossa própria subjetividade. E quanto à liberdade ? O que significa essa palavra para nós ? Seria a capacidade e autonomia para escolher aquilo que achamos (dentro de nossos conceitos) melhor e nos dá mais satisfação? Então me responda...Qual é seu nome? Você teve capacidade ou autonomia para escolhê-lo ? Quem são seus pais ? Em algum momento você pôde determinar quem eles seriam ? A cidade em que você nasceu, foi uma preferência sua ? Talvez tenhamos a mesma liberdade que tem um peixe dentro de um aquário. Penso que é fácil nos enganarmos ao tentarmos definir conceitos de sofrimento e liberdade. Só conseguimos ver o que está diante de nossos olhos, nos perdemos em nossas ponderações sobre os fatos, no momento em que não temos uma visão completa da situação. Assistimos somente o prólogo de um filme e tiramos nossas conclusões sem ao menos procurar saber como será seu desenvolvimento e com absoluta falta de informações sobre seu final.

Acabamos brincando de Deus dentro de nossa independência. Gastamos a maior parte do tempo em que vivemos tentando adquirir o que achamos bom; como: prosperidade financeira, uma boa saúde, um bom emprego, um ótimo casamento, uma bela aposentadoria... Enfim , uma lista interminável de coisas que nos faz gastar uma imensa quantidade de energia, simplesmente por achar que tudo isso nos afastará daquilo que determinamos ou consideramos ser algo ruim.

Para obtermos verdadeira liberdade e paz, temos que desistir desse desejo irracional de independência.

Existe uma idéia corrente de que Deus tem grandes expectativas em relação á cada um de nós. Acabamos então, criando regras e padrões de comportamentos que ao serem cumpridos nos levem para mais perto do sagrado. Mas a estratégia talvez tenha o efeito contrário, e ao invés disso nos aproximar de Deus, acaba por nos distanciar. Não precisamos ir longe... Qual homem que na busca de corresponder às expectativas de Deus, conseguiu seguir todos os dez mandamentos que Ele deixou ? Os mandamentos nesse contexto, nada mais são do que a confirmação de que não conseguimos atingir objetivos alicerçados em regras e leis. Jesus lançou luz sobre os dez mandamentos, ao fazer-nos entender que o importante não era o cumprimento das regras como meio de agradar á Deus. Mas o amar á Deus e as pessoas, isso sim nos levaria a um verdadeiro relacionamento e entendimento da vontade dEle.

O caminho para entendermos um pouco mais sobre sofrimento e liberdade, certamente está no relacionamento com Deus. Não na preocupação de colocá-lo como prioridade ou no “topo da lista” de nossas necessidades, mas sim, na busca constante e incansável de que Ele seja o “centro” de nossas vontades e ambições. Precisamos procurar esse relacionamento, á ponto de entendermos o que significa a confiança plena em Deus e à entrega de todas nossas ações à direção e bondade inerente dEle. E pensando bem, seguir regras pode até tornar as coisas mais fáceis para o homem, mas a mesma facilidade o afastará do verdadeiro conhecimento e relacionamento com a pessoa de Deus. As regras e os princípios são sem dúvida mais simples do que o relacionamento, pois não envolvem um compromisso pessoal ou uma parceria, por parte de quem quer cumpri-los, basta seguir as normas. Com leis e regras adquirimos o poder de julgar os outros e nos tornar superiores à eles. Nos deixa mais seguros do ponto de vista humano. De outro lado, a conversa com Deus, sentir sua proteção sobre nossas vidas, o desejo de conhecer sua vontade, nos entregar a um desejo profundo de sentirmos sua presença, enfim... nossa busca por esse relacionamento é algo á ser cultivado em todos os momentos de nossas vidas, e requer de nós uma firme disposição em amar e sermos amados e assim cuidados por Aquele que nos criou.

Então diante disso, qual seria a expectativa de Deus com relação ás nossas atitudes dentro dos conflitos e sofrimentos pelos quais passamos ? Diria que nenhuma...Isso mesmo, Deus não tem expectativa nenhuma em relação a você, a mim e a qualquer outro ser humano. Afirmar que Deus tem expectativas com relação a nós, significaria dizer que Ele não sabe nosso futuro, ou que Ele estaria esperando que nós mesmos determinássemos o que fazer para se obter um resultado desejado. Sabemos ao estudar sobre a natureza de Deus que isso é impossível. Pois esse mesmo Deus diz que é ELE que opera em nós tanto o querer como o efetuar segundo a sua vontade”(Fil. 2:13).

Deus nos conhece e sabe tudo sobre nós. Por que Ele teria uma expectativa diferente daquilo que já sabe? O que sabemos de Deus, e o que Ele nos deixa claro, é sua prontidão constante e a disposição que Ele tem em dar-nos a capacidade de reagir a qualquer situação e circunstância em que nos encontramos.

Não sei se assim como eu, você viveu ou esteja vivendo momentos que considere difíceis em sua vida. O que sei, é que o Deus que se apresenta como o grande “EU SOU”, não faz nada fora do amor. Pois Ele é amor. E o que escrevo aqui, tenta de alguma forma transmitir esse amor que só pode ser sentido de forma prática quando buscamos esse relacionamento, apesar de passarmos pelo que julgamos ser um sofrimento. Muitas coisas acontecem em nossas vidas, as quais pela limitação de nossas mentes somos incapazes de imaginar ou entender. O que podemos fazer nessa hora é usar o máximo da confiança que temos em Deus e buscar essa aproximação, que nos fará entender que toda e qualquer mudança significativa em nossas vidas e a compreensão de toda e qualquer situação, só acontece quando permitimos em nós o agir desse maravilhoso e amoroso Deus. Pois sem Ele...nada podemos fazer.
José B. Silva Junior

“Um Deus infinito pode se dar inteiro a cada um de seus filhos.Ele não se distribui de modo que cada um tenha uma parte, mas a cada um ele se dá inteiro, tão integralmente como se não houvesse outros. “ - A.W. Tozer

PIOR, QUE É VERDADE!

Texto atribuído ao Neto, MENTOR MUNIZ NETO, diretor de criação e sócio da Bullet, uma das maiores agências de propaganda do Brasil, sobre a crise mundial.
"Vou fazer um slideshow para você. Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes. Quem sabe até já se acostumou com elas. Começa com aquelas crianças famintas da África. Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos. Os slides se sucedem. Êxodos de populações inteiras. Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro. Durante décadas, vimos essas imagens. No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados. São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais. A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que sesucederam nas nações mais poderosas do planeta. Dizem que 40 bilhões de dóares seriam necessários para resolver o problemada fome no mundo. Resolver, capicce? Extinguir. Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo. Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo. Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse. Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram dacartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e investidores. Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar...Se quiser, repasse, se não, o que importa?"O nosso almoço tá garantido mesmo..."

sábado, 24 de janeiro de 2009

Casamento


Alexandre e Paula...

Quando casamos...casamos.

Casamos primeiro com quem nos apaixonamos e amamos...

Mas casamos também com as imperfeições, com as dúvidas e com as discordâncias...

Casamos...porque não podemos e não conseguimos viver sozinhos...

Casamos...porque somos incompletos...e nos completamos quando achamos quem nos torna completos.

Casamos com a esperança, com a alegria, com a euforia, com o inexplicavelmente prazeroso...

Mas casamos também, com a tristeza, com o desânimo, com o aborrecimento...

Casamos, porque entendemos que o amor existe e faz com que tudo que façamos ou deixemos de fazer, será aceito e compreendido por quem nos ama....

Quando casamos...casamos. Para sempre...!

O amor entre um homem e uma mulher,
está descrito na indefinição de ser definido e na impossibilidade de ser compreendido...

Que Deus dê á vocês, amor e sabedoria para compreenderem um ao outro, dia-a-dia, em todos os dias que vocês viverem.


Do amigo Júnior e Família.
24/01/2009



O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (Apóstolo Paulo)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Igreja com Propósitos


Não há como negar que estamos respirando novos ares sobre a forma de ser da Igreja. A multiformidade tomou conta do redirecionamento das comunidades religiosas no limite do bizarro. A questão já não é se línguas estranhas existem ou não, e pouca gente dá importância para isto hoje. Os tempos em que se discutia o “bater palmas” durante a liturgia já foi superado até por católicos. Já não se fala mais sobre determinados instrumentos, se são sacros ou não, ou até determinados cânticos e suas letras pouco convincentes do ponto de vista bíblico.


A minha questão não é tentar fazer sobreviver o antigo modelo, até porque o antigo também havia sido inovação e a cada tempo “antigos” e “novos” se chocam para gerar o “novíssimo” que ficará antigo e que, por sua vez, também será substituído. Quando alguém diz: - O que será da Igreja daqui a tantos anos? Está perguntando em linha reta. A melhor resposta poderá ser: - Sei lá! Qual o “antigo” que será substituído pelo “novíssimo” que acabará ficando velho, superado, e que um dia será lembrado apenas como modelo histórico?


O problema central não é este. Creio que a pergunta que se levanta, ou a postura que se tem, não deve ser a rejeição pelo “novíssimo” esperando que ele fique “antigo” – Já que vai ficar antigo, para que mudar? Isto é uma forma de se justificar não ter saído do lugar sabendo-se por antecipação que as coisas continuariam do mesmo jeito. A questão é: como movimentar uma dinâmica sabendo-se que não será a forma final e ao mesmo tempo como não permitir que uma determinada forma se torne impossível se ser mudada? É como se você fosse pintar um quadro. O quadro não pode ser “atualizado”. Veja o caso da Monaliza. Só tem valor porque ficou “pregada” num tempo, é o “retrato” de uma época e estilo do autor. O autor, que pintou outros quadros, mudando assim a sua forma de ver o mundo, não pode mudar o olhar enigmático da Monaliza. Seu valor cultural para a humanidade está no fato de atravessar o tempo: mudam-se as interpretações, mas o olhar da Monaliza continua sendo o seu mistério. Um outro exemplo: passei três dias em Iguape durante esta semana. Já a conhecia. Só que ver aquele museu a céu aberto, de uma das mais antigas cidades do Brasil, é realmente fascinante. Casas coloridas, na tentativa de resgatar a época colonial. Quem não sabe que aquelas casas foram recuperadas, recuperadas e recuperadas. Só que foram recuperadas semelhantes ao que poderiam ter sido na época colonial, e elas só têm valor quando se aproximam disto. Uma preciosidade. Entre o casario, uma casa moderna, bonita, cheia de jardins, vidros temperados e garagem. Uma casa moderna, cheia de cimento, que se misturou com o museu. Uma linda casa, porém um monstrengo. Estava fora de lugar! Deveria estar num bairro, ou à beira mar, mas não ali. Ali, ela se transformou numa imagem bizarra, grotesca, intrusa, fora de lugar, uma aberração, quase um erro da natureza (estou dizendo do arquiteto, é claro), qualquer coisa parecida com um E.T.


O que estou querendo dizer é que qualquer propósito, qualquer belo ou relação deve-se fazer a partir da função: algo pode ser belo, por ser exatamente fora de tempo, e pode ser feio mesmo sendo moderno. Cada dia que passa estou achando que as Igrejas estão ficando feias, cheias de propósitos, mas feias. Se parecem com máquinas que engolem gente. Tenho lido sobre “igrejas com propósitos”, “ministérios com propósitos”, “famílias com propósitos”, “pequenos grupos com propósitos”, etc. . O Pr. Isaltino (Igreja Batista do Cambuí) afirmou numa das suas pastorais (ou será que foi numa conversa?) que daqui a pouco teremos “zeladoria com propósitos”. A questão que tem sido colocada é: “como fazer a minha igreja crescer?” Não é necessário dizer que neste “propósito” vale tudo. São cultos “shows”, “louvor profético”, repetição de cânticos em euforia com a mesma música e letra por quinze minutos, trinta, quase uma hora! Quando se estabelece um propósito, o que vale é enxergar o alvo. Que coisa consumista! Quem fica olhando para o final da estrada não vê o jardim! Na pressa de chegar ao ponto, esquece que enquanto caminha, se vive, o sentido da vida não é chegar ao fim, mas apenas caminhar.


Gosto de pensar na Igreja como este caminhar contemplativo da vida. Não sei se consigo enxergar muito à frente, porque o que está lá pode ser apenas uma miragem, projeção do presente como se houvesse um deslocamento virtual do que é (ou parece ser) sendo colocado no futuro, ou seja, aquilo não é futuro, é apenas o presente “modificado”. É miragem, que só tem valor como imagem, quando se chega lá só areia e areia - nada mais. Isto gera uma certa frustração.


Gosto de pensar numa Igreja que não tem um único rumo, onde tudo é experimental, parando-se a cada passo para se ver as flores. Isto poderá não fazer a Igreja crescer tanto (o que não acredito!), mas que a gente vai ter mais tempo para desfrutar da benção da vida, isto com certeza! Alguma coisa como uma planta que cresce e faz nascer os brotos onde não se espera, que procura o sol e se inclina em sua direção, que faz das folhas pequenos copos como depósitos de águas e desabrocha em flores como se jamais pudesse haver algo igual. Alguém poderá dizer que não ter um “propósito” já é um “propósito”. Bem, neste caso, diria que este propósito seria associar Igreja com poesia, vida com viver e conviver, sem engessamento, contemplando as bênçãos de Deus que sempre ficam esquecidas quando não se olha para os lírios do campo.




Pastor Natanael Gabriel da Silva
Igreja Batista Em Barão Geraldo – Boletim Dominical – 19/10/2003

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Unidos apenas pela verdade

Unidos apenas pela verdade...
“A melhor maneira de promover união é promover a verdade. De nada nos servirá estarmos todos unidos por nos dedicarmos uns aos erros dos outros. Devemos nos amar uns aos outros em Cristo; mas não deveríamos ser tão unidos que não sejamos mais capazes de enxergar as faltas uns dos outros, e especialmente as nossas próprias. Não! Purifiquemos a casa de Deus, e então raiarão grandiosos e abençoados tempos sobre nós”. Charles H. Spurgeon

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aproveitando as ocasiões e oportunidades.


Ouvi semana passada uma exposição do texto bíblico que se encontra no livro de Atos, capitulo 24.

Tentarei narrar a situação ali apresentada.

É um julgamento. Acontece na cidade de Cesaréia.

Da parte da acusação apresentam-se: O sumo-sacerdote Ananias, algumas testemunhas identificadas como “anciãos judeus”, e um orador, que penso poder ser chamado também de advogado, por nome Tértulo.

Da parte da defesa: Nosso conhecido apóstolo Paulo.

Na cadeira de julgador, o governador de Cesaréia - Félix.

Félix , de acordo com a história, não era um bom governador, mas um homem cruel que aproveitou sua posição para cometer injustiças contra as pessoas. Da mesma maneira, Tértulo, em sua posição de advogado de defesa, faz um discurso totalmente hipócrita antes de começar sua acusação, o que evidencia que os Judeus que acusavam Paulo não estavam nem um pouco preocupados com a verdade, antes com o controle e manutenção do poder. Em sua acusação, Tértulo, o advogado, afirma: “Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo, e chefe da seita dos nazarenos; o qual tentou profanar o templo; e nós o prendemos.”

Félix então, dá um sinal á Paulo, para que fizesse sua defesa. Paulo explicou que não tinha agitado nem incitado ninguém, durante os poucos dias que ficara em Jerusalém. Ele negou as acusações de Tértulo, dizendo que a diferença entre ele e os judeus não era sobre a lei, mas sim sobre a ressurreição dos mortos que Paulo pregava e alguns dos Judeus não aceitavam. Ainda em sua defesa, Paulo diz que as pessoas que o acusaram em Jerusalém, não compareceram ao julgamento para fazer as acusações e que os que ali estavam não faziam acusações legítimas.

O governador decide que não daria uma solução rápida para o caso, o julgamento final caberia a Cláudio Lísias. Assim, Paulo ficaria ainda mais dois anos em Cesaréia, aguardando esse novo julgamento. Preso, porém com regalias na cadeia, tal como receber a visita de todos os seus e ainda sob as ordens de Félix de que todos fossem tratados com brandura.

O que acontece nesses dois anos seguintes, talvez seja o principal motivo da injusta acusação de Paulo. No texto sagrado encontramos um resumo , que denota qual era a intenção do apóstolo, tão mal compreendida pelas pessoas que o acusavam.

“Alguns dias depois, vindo Félix com sua mulher Drusila, que era judia, mandou chamar a Paulo, e ouviu-o acerca da fé em Cristo Jesus.”“E discorrendo ele sobre a justiça, o domínio próprio e o juízo vindouro, Félix ficou atemorizado e respondeu: Por ora vai-te, e quando tiver ocasião favorável, eu te chamarei.”

A lição que podemos tirar do apresentado até aqui é a seguinte:

Ás vezes deparamo-nos com situações em que tudo parece conspirar contra nós. Talvez até falsas acusações sejam levantadas. É provável que em nossa caminhada , muitas vezes nos sintamos sozinhos e mal compreendidos. Porém, toda essa situação pode estar apontando para mais uma oportunidade que Deus nos dá de nos revestirmos de coragem, discernimento, e perseverança para realizar Sua vontade. Paulo entendia isso, e nunca perdeu de vista sua missão, nem se abateu por ter que se defender sozinho. Deus o revestia de sabedoria para que usasse as palavras certas. Paulo aproveitou a ocasião e a oportunidade.


Como resultado negativo da situação, entendemos que Félix e sua mulher Drusila, perderam a oportunidade dada por Deus através da vida de Paulo, de acertarem suas vidas. Preferiram o conforto que o poder e status lhes conferiam, ao interesse pelas verdades que Paulo pregava em relação à suas vidas com Deus agora e no futuro. Em sua última palavra, Félix diz... “Por ora, vai-te...” Não houve outra hora, para que Paulo falasse com ele. Felix desperdiçou a oportunidade de ouvir do apóstolo acerca da fé em Jesus . Félix desperdiçou a ocasião e a oportunidade.

Isso implica também em nossas vidas a aproveitar as oportunidades para buscarmos um relacionamento genuíno e de compromisso com Deus, assim como ensinado pelo apóstolo Paulo, que não se abalava com as situações de oposição á sua volta. Compromisso esse negado por Félix que colocava em 1º lugar, sua posição diante dos homens.

Lembrei enquanto escrevia sobre o texto de Atos, de um artigo que li há uns dias e que nos fala sobre a vida de um grande escritor...e nos ensina também algo sobre a importância de construirmos esse relacionamento sólido com Deus....

“Ernest Hemingway cresceu em um lar solidamente evangélico em Oak Park, Illinois. Seus avós eram missionários e seu pai era dedicado à igreja e o melhor amigo do evangelista Dwight Lyman Moody. A família Hemingway vivia conforme o código cristão mais severo e quando criança o jovem Ernest participava ativamente da vida de sua igreja, servindo como membro do coral.Então veio a Primeira Guerra Mundial e Ernest viajou como correspondente de guerra e presenciou a morte e o desespero que só uma guerra como aquela poderia causar. Seu entusiasmo juvenil pelo cristianismo secou a ponto de, progressivamente (nos anos que se seguiram), rejeitar sua própria formação e negar a validade e a credibilidade de Cristo, que antes ele defendia. Ou será que não?Embora certamente não saibamos tudo o que se passou, parece correto afirmar que Ernest Hemingway jamais desenvolveu um relacionamento realmente pessoal com Cristo. Viver em um ambiente cristão, participar de classes de estudo, obedecer às regras e expressar aceitação geral pelas verdades das Escrituras não é realmente o que consiste o cristianismo genuíno.O cristianismo autêntico (aquele de Paulo diante de Félix...) compõe-se de seguidores irredutíveis que progressivamente se movem em direção a Cristo e que entendem tudo da vida e do mundo no contexto dos seus ensinos e sua verdade. Se não cultivarmos um relacionamento vivo e vital com Cristo, também poderemos responder como Hemingway quando as questões da vida se tornaram agonizantes e sem resposta ou quando nossos impulsos forem muito sedutores e não conseguirmos resistir. Sistemas, rituais e regras como ponto de lealdade jamais são suficientes para nos manter firmes e leais.O ponto não é realmente a vida de Hemingway. É a nossa vida. O ponto é se somos viajantes indo na mesma direção, com outros motivos além de Cristo, ou se realmente estamos buscando um relacionamento genuíno com ele”.

Seguimos refletindo....Sob a dependência e misericórdia de Deus...


José B. Silva Junior

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O MAL EXISTE ?



O MAL EXISTE ?


Alemanha Inicio do século XX Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta: Deus criou tudo o que existe? Um aluno respondeu valentemente: Sim, Ele fez. Deus criou tudo? - Perguntou novamente o professor . Sim senhor - respondeu o jovem. O professor respondeu: Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau. O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez que a fé era um mito.

Outro estudante levantou a mão e disse: Posso fazer uma pergunta, professor? Lógico - foi a resposta do professor. O jovem ficou de pé e perguntou: Professor, existe o frio? Que pergunta é essa? Lógico que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio? O rapaz respondeu: De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é suscetível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor.

E existe a escuridão? - Continuou o estudante.O professor respondeu: Existe. O estudante respondeu: Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz. A luz pode-se estudar, a escuridão não, até existe o prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas. A escuridão não. Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz. Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim? A Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente. Finalmente, o jovem perguntou ao professor: Senhor, o mal existe? O professor respondeu: Claro que sim, lógico que existe, como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal.

Ao que o estudante respondeu: O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência de Deus, é o mesmo dos casos anteriores. O mal é uma definição que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz. O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações. É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz. Deus não criou o mal. Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado.

Imediatamente o diretor dirigiu-se àquele jovem e perguntou qual era seu nome. E ele respondeu: ALBERT EINSTEIN

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sentimentos


Há momentos em nossas vidas que experimentamos sentimentos únicos. Daqueles que não conseguimos explicar. Como por exemplo, o nascimento de um filho, o primeiro beijo, o reencontro com alguém que amamos após um grande período, uma traição, uma grande decepção...


Ás vezes, eles podem acontecer em nossas vidas, dentro de períodos bem curtos de tempo. Podem variar, em questão de horas, do mais insuportável ao mais prazeroso. Porém, como são únicos, não conseguimos nomeá-los, pois nunca havíamos nos deparado com eles. E teimamos em querer dar nome á algo que não podemos.

Mas é certo, que nem tudo na vida precisa ser definido reduzido e enquadrado em palavras.

Um grande desafio Deus encarou quando Moisés "peitou" e perguntou: "Mas se eles perguntarem quem me mandou o que eu digo? Quem é o Senhor?"

Então Deus resumiu a si mesmo em "Eu Sou", mas isso, na verdade, foi uma tremenda simplificação apenas para Moisés, pois Ele é indefinível até por Ele mesmo, então... Nem tudo se expressa em palavras. E esse é o grande mal de nossa sociedade atual... Queremos resumir tudo a palavras e definições e colocar no papel... Passa-se mais importância ao papel do que ao espírito que há por trás, a intenção, o contexto... E aí, ficamos limitados a ter que colocar em palavras e papel o que pensamos, o que é fruto de longas ponderações e reflexões... Aquilo que pra nós mesmos está tão claro, para outros não está... Esforçamos-nos e nos empenhamos em fazer todo um sentimento, uma impressão, um desejo, uma vontade caber dentro de limites estreitos do vocabulário que possuímos. O português pode ser rico como for, mas quem é que consegue de fato expressar ao seu parceiro o quanto o ama?

Nem mesmo João conseguiu isso!... "Porque Deus amou o mundo de TAL MANEIRA..."
O que é "Tal maneira" se não apenas a expressão frustrada da limitação do apóstolo em não encontrar meios de expressar o que ele compreendeu do amor de Deus?

Por isso, nem sempre vamos conseguir dar nome ao que sentimos...


Texto extraído do site – amigosdeverdade.com


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Caminhando...


Que diremos pois a estas coisas ? Se Deus é por nós, quem será contra nós ? Romanos 8:31

Você tem sentido dificuldade em encontrar pessoas dispostas a lhe dar apoio, estar ao seu lado nas horas difíceis e entendê-lo ? Ao mesmo tempo é tão comum identificar os inimigos, os críticos, os opositores . Aqueles que estão prontos à agressão, ao julgamento fácil e que parecem sempre estar buscando destruí-lo.

Se isso o abala traz desânimo ao seu coração.

Mas é importante lembrar que a posição das pessoas em relação a nós é insignificante se comparada com a de Deus !

Amado leitor, se sua vida é correta, se você tem buscado agradar ao Senhor, e não nutre más intenções contra o seu próximo, então não há o que temer nem com que se preocupar, pois Deus está com você !

Descanse nessa proteção...

José Junior


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Você ainda vai ligar os pontos...

Sempre seguindo a máxima de "reter o que for bom e jogar fora o que não presta", achei excelente o vídeo abaixo. Vale a pena assistir..mas vale mesmo. A 1ª e a 2ª parte ! Obrigado mais uma vez ao meu amigo Max, que me indicou os vídeos.


Pendência


"A diplomação dos prefeitos eleitos está marcada para dezembro, mas alguns dos vitoriosos estão com as candidaturas sendo questionadas. Estão no bolo os eleitos de Paulínia, Jaguariúna, Vinhedo e Monte Mor. Todas as ações foram impetradas pelos candidatos derrotados. Os advogados dos chefes dos Executivos dizem que estão tranqüilos e que seus clientes não cometeram nenhuma irregularidade. De qualquer forma, é sempre bom ficar de olho, até porque, na semana passada, Miguel Hadad (PSDB), prefeito eleito de Jundiaí, teve a sua candidatura cassada pela Justiça por abuso de poder econômico. O tucano vai recorrer. Pendência 1 No caso Vinhedo, um funcionário da Prefeitura afirma que Milton Serafim (PTB), teria dado tíquete- combustível para cabos eleitorais – o que pode configurar compra de voto. O prefeito eleito, Gustavo Reis (PPS), é acusado pela mesma irregularidade. Em Monte Mor, Rodrigo Maia (PSDB), está sendo questionado – ação que começou ainda durante a campanha – por ter distribuído uma cartilha sobre a sua gestão. Já José Pavan Júnior (DEM) é acusado de abuso de poder econômico."
Jornal Cosmo On Line – 30/11 /2008.

Acompanhamos semana passada uma reportagem , na qual José Pavan Junior, hoje prefeito de Paulinia ,negociava a contratação de suposto empresário para trabalhar em sua campanha política nas eleições do ano passado. Em gravação telefônica, o provável contratado pedia um “adiantamento” de R$ 100.000,00, quantia pela qual prometia ao candidato Pavan Junior, “conseguir muitos votos”. Gravação esta, examinada pelo renomado perito Ricardo Molina da Unicamp, e confirmada como sendo um material onde inexiste a possibilidade de fraudes. Existe processo no Ministério Público que investiga a questão.

O assunto nos faz pensar em até que ponto nós , que nos chamamos cristãos, devemos nos envolver no apoio ou defesa pública, desse ou daquele candidato. Sou do tempo, (apesar de ainda jovem...rs) onde o envolvimento da igreja com a política era quase que nenhum. Não aceitavam-se, por parte das igrejas de denominação batista, doações declaradas de nenhum órgão público. Os recursos tinham origem nas ofertas voluntárias e dízimos de seus membros. O cuidado com as entradas de ofertas de não membros, era algo muito mais rigoroso .

O que percebemos hoje em relação ao assunto é algo no mínimo preocupante. Em época eleitoral vemos candidatos encherem os bancos das igrejas, tal qual enchem os bairros da periferia. Após eleitos, difícil de encontrá-los nos mesmos lugares. As igrejas têm sido mais receptivas à idéia do apoio à esse ou aquele candidato, na maioria das vezes, não se importando com as práticas dos mesmos no que diz respeito á conduta ética e cristã. Temos visto, não raro, pastores e líderes rasgarem elogios á candidatos potenciais aos mais altos cargos até mesmo nos púlpitos das igrejas. (Coisa que talvez os liderados das próprias igrejas há algum tempo não ouvem pelo excelente trabalho que fazem).

Surge então uma dúvida quando nos deparamos com essa situação. Seria possível que hoje até mesmo as igrejas do Senhor Jesus, estejam correndo atrás não só de almas, mas também das benesses que a máquinas política e administrativa de uma cidade podem lhe dar ? Será mesmo que ás vezes por um cargo político possamos estar abrindo mão de princípios tão sólidos de outrora ? Não quero acreditar nisso, seria estar se vendendo por um preço baixo demais. Isso não pode caber dentro de uma mente dirigida por Cristo.

Penso que é missão da Igreja sim, levar a Palavra de Deus e demonstrar aos políticos o amor e ensinamentos de Cristo, aliás não só aos políticos, mas á todas as classes de trabalhadores, sejam de empresas privadas ou repartições públicas. Acompanhando o pensamento de Charles Spurgeon, um dos maiores pregadores que já existiu que disse dos políticos: “Eu tenho ouvido, ‘Não traga a religião para a política’. É precisamente para este lugar que ela deveria ser trazida e colocada ali na frente de todos os homens como um candelabro”.

Creio que levar Jesus aos políticos requer de nós um firme propósito e alicerce na Palavra de Deus, que nos recomenda não nos filiarmos à um jugo desigual, afinal, que sociedade tem a justiça com a injustiça ? Faz-nos pensar na responsabilidade que temos com a moral, com a ética e com a honestidade que a Palavra de Deus nos recomenda. Era a ênfase de Spurgeon. Não há nada errado com o Cristão que tenha um cargo político. Já um Cristão que compartilha as mesmas idéias de um político desonesto e faz alianças partidárias com grupos que vão na direção contrária à doutrinas que entendemos serem corretas só nos afasta do verdadeiro cristianismo. E quando isso é aceito por líderes e pastores de nossas igrejas, as conseqüências podem ser ainda piores.

“Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de
Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão”. I Tim. 6:9-11.



José B. Silva Junior
01/2008

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