Atingidos pelos Reflexos...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Networking

Estive lendo sobre a importância da comunicação no ambiente empresarial, e de como a troca de informações em nosso mundo “internético”, podem fazer a diferença em termos de aumento de produtividade e melhores resultados entre os grupos de trabalho. A idéia do individualismo, onde se valorizava aquele que detinha um grande conhecimento em determinada área, que tinha as soluções para tudo e que centralizava as informações e os serviços, praticamente já não existe mais. As empresas hoje buscam aqueles que valorizam o trabalho em equipe, que sabem perceber suas carências e virtudes, e tem habilidade para aplicá-las dentro de um grupo, onde certamente encontrará alguém que o suprirá naquilo em que possui limitações e vice-versa. O termo “networking”, aplica-se a definir uma rede de contatos e relacionamentos, que geralmente aponta para a área profissional, onde cada um compartilha necessidades e oportunidades visando extrair desses relacionamentos, algum tipo de benefício.

Assim, a comunicação entre as pessoas torna-se cada vez mais indispensável, e a Internet é hoje, uma das ferramentas mais usadas nessa troca de informações. Existem atualmente vários cursos que ensinam como se aprimorar na arte de redigir e-mails de forma objetiva, coerente e eficaz. Tudo para que os resultados, sejam dentro da empresa ou em seus assuntos pessoais, atingidos de forma satisfatória.


Pensando no assunto em uma esfera mais abrangente, podemos perceber que realmente, nós, seres humanos, não fomos criados para vivermos sozinhos, com nossas idéias e conhecimentos servindo somente a nós mesmos. Mesmo porque, qualquer idéia ou conhecimento que possuímos, são formados a partir de idéias e pensamentos que outras pessoas já desenvolveram.

O desejo de não vivermos sozinhos já começou com o próprio Deus, quando ao criar o homem , e perceber que estava só disse: “não é bom que o homem esteja só, farei uma ajudadora para ele ...”(Gênesis 2:18), Aí estava instituída a família, o primeiro grupo comunitário. No novo testamento também, vemos no livro de Atos, o progresso dos cristãos e a criação de uma comunidade onde: “Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum.” (Atos 2:44). A união é uma das características marcantes da comunidade Cristã do Novo Testamento, comunidade que seguia o exemplo do próprio Cristo, que sempre procurou o relacionamento com todas as pessoas. Fossem os fariseus hipócritas, os publicanos cobradores de impostos, os enfermos discriminados, os ladrões e as prostitutas, fosse com os discípulos, as criancinhas, os sacerdotes do templo, os soldados romanos e até mesmo com os que o traíam...Jesus sempre buscou (e ainda busca) o relacionamento com todos. Ele quer estar perto do ser humano, ouví-lo, entendê-lo, ajudá-lo e acima de tudo, perdoá-lo e amá-lo. Jesus nos ensinou o princípio do Networking.

Tenho ouvido, não raro, pessoas dizendo que não precisam estar inseridos dentro de uma comunidade cristã, para desenvolverem sua fé e relacionamento com Deus. Afirmam que podem desenvolver sua busca por Deus individualmente e alguns tem justificado essa posição com o argumento de que “ existem muitos hipócritas dentro da igreja”. Concordo, não temos como evitar que a hipocrisia esteja presente entre membros de uma comunidade Cristã, aliás, não temos como evitar a hipocrisia de alguns não só na Igreja, mas em qualquer comunidade onde o ser humano esteja presente. Mas que bom saber, que Jesus ama e se relaciona também com o hipócrita, e o melhor lugar para que seja transformado pelo ensinamento de Cristo é ali mesmo, dentro da igreja. Em casa, dificilmente ele terá a oportunidade de estudar sobre os ensinos da Bíblia de forma mais aprofundada, em casa ele não terá oportunidade de coletivamente adorar o Deus criador de todos e de tudo, não conseguirá sentir o abraço, a preocupação de quem compartilha a mesma fé que ele, talvez não será alvo de intercessões e nem terá também o privilegio de conhecer a necessidade e orar pelo seu próximo. Não terá também, o prazer de cumprir a ordem de Deus apresentada na carta aos Hebreus: “Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões. Pelo contrário, animemos uns aos outros” (Hebreus 10:25 NTLH). A recomendação de não abandonar “as nossas reuniões”, eram dirigidas aos cristãos, que talvez estivessem achando que não devessem se misturar com hipócritas. Mas Deus ensina que o que se devia buscar era o contrário: “animem-se uns aos outros...”.

Como já vimos, o exemplo de Cristo é focado nos relacionamentos. Ele ajunta primeiro três amigos, com quem mantinha uma aproximação mais estreita, (Pedro, Tiago e João), forma também um grupo de trabalho de 12 homens, que deverão transmitir seus ensinamentos e dar testemunho do que viram e ouviram pessoalmente. A partir daí, serão setenta os que serão treinados e enviados a lugares mais distantes a fim de fazer com que a rede de relacionamentos seja cada vez maior. Mais de dois mil anos se passaram, e essa rede continua crescendo. O Networking de Deus, não precisou da Internet e nem de cursos para aprimorar a redação de e-mails. Ele cresce e se desenvolve dentro dos inúmeros grupos que não deixaram de lado o princípio de comunidade e relacionamento ensinados por Jesus e que certamente não aprenderam esses princípios dentro de suas casas, mas buscando sempre a comunhão e crescimento em comunidade.

A igreja é, e continuará sendo o meio pelo qual, Deus reúne o seu “grupo de trabalho”.


“E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles...” (Atos 14:27)

José B. Silva Junior

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