Do blog:
Pensar e Orar Sou Um Crente SAFADO !
Recentemente fui interpelado, por alguém que considero ser um irmão na fé, a respeito do meu posicionamento frente a atual situação das igrejas (e.g denominações, e não da Igreja) e seus líderes. Possivelmente eu não fui muito hábil em transmitir minhas ideias, talvez alguma palavra mais ríspida tenha me escapado ou algum texto tenha adquirido (indesejavelmente) um sentido desrespeitoso, pois este mesmo irmãozinho, erguendo sua voz, classificou-me como um “Crente Safado”.
Bem, sou obrigado a concordar com ele… Sim, eu sou um Crente Safado!! Vejamos porquê…
Segundo o dicionário Aurélio:
Safado é o particípio do verbo safar. Safar significa escapulir, esquivar-se, fugir. A palavra deriva do espanhol zafar, através do galego, çafar. Originalmente é possível que tenha vindo do árabe, pela palavra zah, que significa ir para longe.
Diante desta definição, vejo que de fato…
por meio do Evangelho Verdadeiro esquivei-me de uma vida de alienação a Deus;
por meio da Graça Redentora de Jesus, escapei das chamas do inferno que me aguardavam;
por meio do Amor Incondicional de Deus, fui liberto da ação do pecado que me oprimia;
por conta de todas estas coisas, hoje eu sou livre!! Da culpa, do medo, do ódio…
No entanto, sou obrigado a discordar desta mesma definição quando ela diz respeito a uma postura escapista e medrosa dos que dizem – “Eu vou para o céu e o mundo é que se dane!” – pois…
Não fujo de um debate, as ideias tem que ser postas a mesa, não faço uso do “vamos orar” como uma forma de escapar de uma conversa franca;
Não fujo a responsabilidade de confrontar quem for preciso, mesmo os tais “ungidos”, em defesa do Evangelho Verdadeiro (pois assim fizeram os profetas, os apóstolos e o próprio Cristo);
Não fujo de eventuais conflitos que minha postura possa causar, por conta de interesses contrariados;
Não fujo do dever de acolher os enfermos, levantar os caídos, receber os miseráveis, visitar as prostitutas e os drogados, e chorar com os que choram…
Não fujo da obrigação de denunciar, não só de anunciar, pois concordo com o que certa vez escreveu Edmund Burke:
“Para o triunfo do mal, basta que os bons não façam nada.”
Estou longe de atingir “a estatura de varão perfeito”, admito não cumprir com a regularidade ideal todos os deveres que minha condição de seguidor de Cristo exige, não obstante a isto, tenho total consciência deles!
Ao amado irmão que utilizou a palavra “Safado” para referir-se a minha pessoa:
É interessante observar que dos mesmos lábios donde brotaram várias palavras ásperas, dentre elas “safado”, veio também o discurso de que “quem julga é o Diabo!”. Digo porém que ao Diabo não cabe julgar, nunca foi dada a ele esta autoridade. Deus dotou o homem de consciência, e à Igreja deu poder sobre “as portas do inferno”, por que não daria autoridade para julgar aquilo que é ou não é condizente com a sã doutrina?
“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” (João 7:24)
“E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?” (Lucas 12:57)
“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?” (I Coríntios 6:2)
Fonte: Por Ele