Atingidos pelos Reflexos...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Orgulho. Bom ou Ruim ?

Nesta época em que a ciência avança e se desenvolve de forma nunca antes observada, haja vista a pesquisa com células tronco, a clonagem de animais e o avanço da tecnologia e dos processos de informação, não é difícil percebermos dias de arrogância e obstinação do homem que compete por evidência e notoriedade entre os de sua própria espécie. De uma maneira geral, o orgulho intelectual parece permear a mente daqueles que formam as opiniões. Isso tem acontecido até mesmo no meio das igrejas que se apresentam como cristãs. O homem na busca de sua auto-afirmação carrega-se de vaidades e imponderadamente, menospreza a Deus. De certa maneira parecem que até querem ser como o próprio. A criatura desejando ser como o criador. Penso que o orgulho, que não raramente vem acompanhado de soberba, prepotência e arrogância, não se coaduna com a soberania de Deus e com a humildade, tão ensinada e demonstrada por Cristo nos evangelhos.

A bem da verdade é prudente reconhecermos que todos nós temos aquela ponta de orgulho dentro de nós. Quem por exemplo nunca se satisfez em seu ego ao receber como nota aquele 10 numa prova tão difícil na escola, ou por ter conseguido aquela vaga tão difícil entre os candidatos à um emprego ? Ou para aquele que têm filhos, recebendo de alguém um elogio que exaltava uma qualidade de caráter em seu rebento, não sentiu aquela satisfação e sentimento de orgulho pelo mérito pessoal de ser um bom pai ou mãe. Mas não é desse inocente orgulho que estamos tratando aqui, e sim daquele que pode ser definido como um amor-próprio que excede a normalidade, algo exagerado, um sentimento danoso que ao entrar no coração humano traz conseqüências tristes ao indivíduo. Quando o homem permite que esse tipo de orgulho entre em seu coração, o primeiro sentimento será o de achar-se sempre superior aos outros. A causa pode ser um título recebido, uma posição social de certo destaque, uma formação cultural superior, uma condição financeira privilegiada ou ainda até mesmo, dependendo da pessoa, por coisas menos importantes, ou nenhuma destas.

Na esfera familiar, esse tipo de orgulho provoca um abalo nos relacionamentos. Homens (ou mulheres) começam a reivindicar uma posição de domínio sobre o outro e chamam para si uma superioridade sobre os demais membros da família. Começa muitas vezes com o domínio do controle remoto da TV, onde o indivíduo começa a achar que assim como controla toda a programação do aparelho eletrônico, terá também o controle sobre a ação da esposa (ou marido) e filhos. Passa a tratar todos como se não tivessem suas preferências pessoais, os trata como seres inferiores, que não possuem vontade própria, e nem opiniões a serem consideradas sobre esse ou aquele assunto. Alimenta em sua mente a idéia de que tudo em seu lar foi comprado , adquirido e é controlado por ele... O carro, os eletrodomésticos, a energia elétrica, a água, a internet, o material escolar, o pãozinho... Tudo existe por causa dele. O orgulho o faz pensar que por sua posição dentro do lar ele tem mais direitos que os outros membros da família sobre aquilo que todos ajudaram de alguma maneira a construir.

Outra situação comum em que o orgulho nos prejudica, é quando achamos que o que pensamos é sempre a palavra final sobre determinado assunto. Não consideramos e nem ponderamos as opiniões de terceiros. Somos detentores da verdade absoluta e os outros sempre estão errados. Tentamos disfarçar esse sentimento ás vezes, escutando e até aceitando (de maneira superficial) a idéia de outros quando estamos em grupo. Mas dentro de nós, a luz do orgulho se acende e pensamos que aquelas pessoas não sabem o que falam. Existe nesse caso a dificuldade em aprendermos com novas opiniões e pontos de vista, pois como nos julgamos superiores aos outros, alimentamos a idéia de que não podemos admitir aprender algo com alguém que não tenha o conhecimento que temos (ou que pensamos ter). Esquecemos de que ninguém é tão sábio que não possa aprender algo, nem tão ignorante que não tenha algo para ensinar.

Sabemos também que somos dominados pelo orgulho, quando temos dificuldade em aceitar a ajuda de outros, quando não nos sentimos a vontade para falar a frase “preciso de um favor seu...”. E ainda, quando alguém nos presta uma ajuda sem que tivéssemos pedido e nos sentimos ofendidos com essa atitude. Isso denota que não conseguimos admitir a idéia de que precisamos das pessoas à nossa volta. É o orgulho tomando conta de nosso coração e nos impedindo de estabelecer relacionamentos saudáveis com bases cristãs de ajuda mútua e preocupação com o próximo
Escrevendo sobre isso, percebo que há algumas atitudes em mim que indicam certo orgulho. O que escrevo faz-me pensar que dependo da soberania de Deus em minha vida, e de um quebrantamento que me leve a ser mais humilde a cada dia, para que o orgulho não tenha espaço em meu dia-a-dia. Pois ele pode a qualquer momento fazer com que eu caia.

Afinal, foi o próprio Deus que disse : “...a soberba precede à ruína, e o orgulho à queda...” (Prov.16:18). E também que “...Ele RESISTE ao soberbo, mas dá GRAÇA ao humilde...” (Tg. 4:6) .O próprio Jesus deu-nos o maior e melhor exemplo de humildade ao abrir mão de sua posição conforme escrito na carta aos Filipenses: “Não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros.Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (grifo meu) Jesus esvaziou-se da forma de Deus para tornar-se um servo obediente. Ele não considerou aquilo que o colocava acima de tudo e de todos. O conselho do apóstolo Paulo é para que tenhamos em nós esse mesmo sentimento. E se Jesus que é Deus teve essa atitude, porque nós, miseráveis seres humanos pecadores e carentes da misericórdia de Deus , teimamos em alimentar em nós esse tão nocivo sentimento chamado orgulho ?

Para que deixemos o orgulho de lado nesses tempos é necessário reconhecermos que não sabemos de maneira completa o que julgamos saber, para aí sim sabermos, ou seja, precisamos adotar uma posição de humildade para aprender aquilo que pensamos que já aprendemos...
Afinal, bom senso e humildade não fazem mal a ninguém...
Que Deus nos ajude a abandonar todo o orgulho!

José B. Silva Junior

2 comentários:

  1. Estou me conscientizando mais a cada dia que o pior inimigo do evangelho genuíno é o ego... e esta não é uma batalha contra o mundo, mas contra o nosso próprio eu!

    Já viu minha última postagem?

    http://teophilo.blogspot.com/2009/06/aventuras-de-blogueiro-cristao-iii.html

    Tem seu nome por lá!

    Que o Senhor continue te abençoando com saúde e sabedoria!

    ResponderExcluir

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