"O sofrimento surge assim que as nossas capacidades de manter a continuidade e a integridade de nosso eu tornam-se deficitárias [...]" (Kaës, 1987).
Algumas experiências que tive no decorrer das últimas semanas, associadas a algumas leituras que o período de recesso na faculdade me permitiu, colocaram-me quase que de forma obrigatória, na busca de algumas respostas para questões da vida...
Quando você se depara com situações únicas em sua vida, não há como evitar o confronto de idéias e conceitos que você obtera até ali, com os sentimentos que o inesperado e desconhecido lhe apresentam. Instintivamente você começa a pensar sobre o assunto buscando uma explicação para aquilo que o aflige. Ocorre, que a bagagem que você carrega de aprendizado e experiência, talvez não permitam que você possa tirar conclusões e nem mesmo avaliar a situação de maneira lógica e satisfatória. Então, ao não conseguirmos explicar o que nos traz sentimentos desagradáveis, sofremos... E esse tipo de sofrimento inibe nossas capacidades e destitui nossa linguagem, ele quase que paralisa nossa atividade mental e por que não dizer, até mesmo física. Somos levados então á perceber que não há outro caminho, a não ser , como sugerem os filósofos, o de buscar a explicação da verdade, a qualquer preço. Assim, gosto de uma opinião tirada de um texto que li dia desses... “Pensar é fácil. O difícil é pensar as coisas como são – e para isto é preciso contrariar muitas vezes o nosso pensamento, obrigá-lo a ir para onde não quer”.
Entendo que um dos motivos pelo qual o sofrimento nos faz mal, deva-se ao fato de que ele tira nossa liberdade, limita nossas ações e algumas vezes fará com que nos sintamos incapazes de reagir. Porém, analisando-se a situação de outro ponto de vista, será que podemos definir com segurança um conceito para a palavra sofrimento ? Será que temos consciência plena de qual é essa tal liberdade que ele nos tira ?
Como afinal determinamos se algo é bom ou ruim para nós ? Segundo a definição apresentada no início por Kaes, o sofrimento (ou o mal, a dor, o indesejável) é algo que torna a integridade do nosso “eu” prejudicada. Percebe como é tudo muito subjetivo ? O que pode ser prejudicial para meu “eu”, pode não ser para outro indivíduo, logo o sofrimento será sempre passível de uma interpretação dúbia, dependerá de como cada ser entende uma situação como sendo boa ou ruim...Isso também vai depender de uma série de outros fatores, como lugar ou época. O que entendemos com ruim hoje, pode não o ser daqui a algum tempo, ou ainda o que julgo ruim para mim, pode não o ser para outra pessoa. Nos tornamos o juiz, daquilo que consideramos ser bom ou ruim, queremos determinar o julgamento dos fatos pela ótica duvidosa de nossa própria subjetividade. E quanto à liberdade ? O que significa essa palavra para nós ? Seria a capacidade e autonomia para escolher aquilo que achamos (dentro de nossos conceitos) melhor e nos dá mais satisfação? Então me responda...Qual é seu nome? Você teve capacidade ou autonomia para escolhê-lo ? Quem são seus pais ? Em algum momento você pôde determinar quem eles seriam ? A cidade em que você nasceu, foi uma preferência sua ? Talvez tenhamos a mesma liberdade que tem um peixe dentro de um aquário. Penso que é fácil nos enganarmos ao tentarmos definir conceitos de sofrimento e liberdade. Só conseguimos ver o que está diante de nossos olhos, nos perdemos em nossas ponderações sobre os fatos, no momento em que não temos uma visão completa da situação. Assistimos somente o prólogo de um filme e tiramos nossas conclusões sem ao menos procurar saber como será seu desenvolvimento e com absoluta falta de informações sobre seu final.
Acabamos brincando de Deus dentro de nossa independência. Gastamos a maior parte do tempo em que vivemos tentando adquirir o que achamos bom; como: prosperidade financeira, uma boa saúde, um bom emprego, um ótimo casamento, uma bela aposentadoria... Enfim , uma lista interminável de coisas que nos faz gastar uma imensa quantidade de energia, simplesmente por achar que tudo isso nos afastará daquilo que determinamos ou consideramos ser algo ruim.
Para obtermos verdadeira liberdade e paz, temos que desistir desse desejo irracional de independência.
Existe uma idéia corrente de que Deus tem grandes expectativas em relação á cada um de nós. Acabamos então, criando regras e padrões de comportamentos que ao serem cumpridos nos levem para mais perto do sagrado. Mas a estratégia talvez tenha o efeito contrário, e ao invés disso nos aproximar de Deus, acaba por nos distanciar. Não precisamos ir longe... Qual homem que na busca de corresponder às expectativas de Deus, conseguiu seguir todos os dez mandamentos que Ele deixou ? Os mandamentos nesse contexto, nada mais são do que a confirmação de que não conseguimos atingir objetivos alicerçados em regras e leis. Jesus lançou luz sobre os dez mandamentos, ao fazer-nos entender que o importante não era o cumprimento das regras como meio de agradar á Deus. Mas o amar á Deus e as pessoas, isso sim nos levaria a um verdadeiro relacionamento e entendimento da vontade dEle.
O caminho para entendermos um pouco mais sobre sofrimento e liberdade, certamente está no relacionamento com Deus. Não na preocupação de colocá-lo como prioridade ou no “topo da lista” de nossas necessidades, mas sim, na busca constante e incansável de que Ele seja o “centro” de nossas vontades e ambições. Precisamos procurar esse relacionamento, á ponto de entendermos o que significa a confiança plena em Deus e à entrega de todas nossas ações à direção e bondade inerente dEle. E pensando bem, seguir regras pode até tornar as coisas mais fáceis para o homem, mas a mesma facilidade o afastará do verdadeiro conhecimento e relacionamento com a pessoa de Deus. As regras e os princípios são sem dúvida mais simples do que o relacionamento, pois não envolvem um compromisso pessoal ou uma parceria, por parte de quem quer cumpri-los, basta seguir as normas. Com leis e regras adquirimos o poder de julgar os outros e nos tornar superiores à eles. Nos deixa mais seguros do ponto de vista humano. De outro lado, a conversa com Deus, sentir sua proteção sobre nossas vidas, o desejo de conhecer sua vontade, nos entregar a um desejo profundo de sentirmos sua presença, enfim... nossa busca por esse relacionamento é algo á ser cultivado em todos os momentos de nossas vidas, e requer de nós uma firme disposição em amar e sermos amados e assim cuidados por Aquele que nos criou.
Então diante disso, qual seria a expectativa de Deus com relação ás nossas atitudes dentro dos conflitos e sofrimentos pelos quais passamos ? Diria que nenhuma...Isso mesmo, Deus não tem expectativa nenhuma em relação a você, a mim e a qualquer outro ser humano. Afirmar que Deus tem expectativas com relação a nós, significaria dizer que Ele não sabe nosso futuro, ou que Ele estaria esperando que nós mesmos determinássemos o que fazer para se obter um resultado desejado. Sabemos ao estudar sobre a natureza de Deus que isso é impossível. Pois esse mesmo Deus diz que é ELE que opera em nós tanto o querer como o efetuar segundo a sua vontade”(Fil. 2:13).
Deus nos conhece e sabe tudo sobre nós. Por que Ele teria uma expectativa diferente daquilo que já sabe? O que sabemos de Deus, e o que Ele nos deixa claro, é sua prontidão constante e a disposição que Ele tem em dar-nos a capacidade de reagir a qualquer situação e circunstância em que nos encontramos.
Não sei se assim como eu, você viveu ou esteja vivendo momentos que considere difíceis em sua vida. O que sei, é que o Deus que se apresenta como o grande “EU SOU”, não faz nada fora do amor. Pois Ele é amor. E o que escrevo aqui, tenta de alguma forma transmitir esse amor que só pode ser sentido de forma prática quando buscamos esse relacionamento, apesar de passarmos pelo que julgamos ser um sofrimento. Muitas coisas acontecem em nossas vidas, as quais pela limitação de nossas mentes somos incapazes de imaginar ou entender. O que podemos fazer nessa hora é usar o máximo da confiança que temos em Deus e buscar essa aproximação, que nos fará entender que toda e qualquer mudança significativa em nossas vidas e a compreensão de toda e qualquer situação, só acontece quando permitimos em nós o agir desse maravilhoso e amoroso Deus. Pois sem Ele...nada podemos fazer.
Algumas experiências que tive no decorrer das últimas semanas, associadas a algumas leituras que o período de recesso na faculdade me permitiu, colocaram-me quase que de forma obrigatória, na busca de algumas respostas para questões da vida...
Quando você se depara com situações únicas em sua vida, não há como evitar o confronto de idéias e conceitos que você obtera até ali, com os sentimentos que o inesperado e desconhecido lhe apresentam. Instintivamente você começa a pensar sobre o assunto buscando uma explicação para aquilo que o aflige. Ocorre, que a bagagem que você carrega de aprendizado e experiência, talvez não permitam que você possa tirar conclusões e nem mesmo avaliar a situação de maneira lógica e satisfatória. Então, ao não conseguirmos explicar o que nos traz sentimentos desagradáveis, sofremos... E esse tipo de sofrimento inibe nossas capacidades e destitui nossa linguagem, ele quase que paralisa nossa atividade mental e por que não dizer, até mesmo física. Somos levados então á perceber que não há outro caminho, a não ser , como sugerem os filósofos, o de buscar a explicação da verdade, a qualquer preço. Assim, gosto de uma opinião tirada de um texto que li dia desses... “Pensar é fácil. O difícil é pensar as coisas como são – e para isto é preciso contrariar muitas vezes o nosso pensamento, obrigá-lo a ir para onde não quer”.
Entendo que um dos motivos pelo qual o sofrimento nos faz mal, deva-se ao fato de que ele tira nossa liberdade, limita nossas ações e algumas vezes fará com que nos sintamos incapazes de reagir. Porém, analisando-se a situação de outro ponto de vista, será que podemos definir com segurança um conceito para a palavra sofrimento ? Será que temos consciência plena de qual é essa tal liberdade que ele nos tira ?
Como afinal determinamos se algo é bom ou ruim para nós ? Segundo a definição apresentada no início por Kaes, o sofrimento (ou o mal, a dor, o indesejável) é algo que torna a integridade do nosso “eu” prejudicada. Percebe como é tudo muito subjetivo ? O que pode ser prejudicial para meu “eu”, pode não ser para outro indivíduo, logo o sofrimento será sempre passível de uma interpretação dúbia, dependerá de como cada ser entende uma situação como sendo boa ou ruim...Isso também vai depender de uma série de outros fatores, como lugar ou época. O que entendemos com ruim hoje, pode não o ser daqui a algum tempo, ou ainda o que julgo ruim para mim, pode não o ser para outra pessoa. Nos tornamos o juiz, daquilo que consideramos ser bom ou ruim, queremos determinar o julgamento dos fatos pela ótica duvidosa de nossa própria subjetividade. E quanto à liberdade ? O que significa essa palavra para nós ? Seria a capacidade e autonomia para escolher aquilo que achamos (dentro de nossos conceitos) melhor e nos dá mais satisfação? Então me responda...Qual é seu nome? Você teve capacidade ou autonomia para escolhê-lo ? Quem são seus pais ? Em algum momento você pôde determinar quem eles seriam ? A cidade em que você nasceu, foi uma preferência sua ? Talvez tenhamos a mesma liberdade que tem um peixe dentro de um aquário. Penso que é fácil nos enganarmos ao tentarmos definir conceitos de sofrimento e liberdade. Só conseguimos ver o que está diante de nossos olhos, nos perdemos em nossas ponderações sobre os fatos, no momento em que não temos uma visão completa da situação. Assistimos somente o prólogo de um filme e tiramos nossas conclusões sem ao menos procurar saber como será seu desenvolvimento e com absoluta falta de informações sobre seu final.
Acabamos brincando de Deus dentro de nossa independência. Gastamos a maior parte do tempo em que vivemos tentando adquirir o que achamos bom; como: prosperidade financeira, uma boa saúde, um bom emprego, um ótimo casamento, uma bela aposentadoria... Enfim , uma lista interminável de coisas que nos faz gastar uma imensa quantidade de energia, simplesmente por achar que tudo isso nos afastará daquilo que determinamos ou consideramos ser algo ruim.
Para obtermos verdadeira liberdade e paz, temos que desistir desse desejo irracional de independência.
Existe uma idéia corrente de que Deus tem grandes expectativas em relação á cada um de nós. Acabamos então, criando regras e padrões de comportamentos que ao serem cumpridos nos levem para mais perto do sagrado. Mas a estratégia talvez tenha o efeito contrário, e ao invés disso nos aproximar de Deus, acaba por nos distanciar. Não precisamos ir longe... Qual homem que na busca de corresponder às expectativas de Deus, conseguiu seguir todos os dez mandamentos que Ele deixou ? Os mandamentos nesse contexto, nada mais são do que a confirmação de que não conseguimos atingir objetivos alicerçados em regras e leis. Jesus lançou luz sobre os dez mandamentos, ao fazer-nos entender que o importante não era o cumprimento das regras como meio de agradar á Deus. Mas o amar á Deus e as pessoas, isso sim nos levaria a um verdadeiro relacionamento e entendimento da vontade dEle.
O caminho para entendermos um pouco mais sobre sofrimento e liberdade, certamente está no relacionamento com Deus. Não na preocupação de colocá-lo como prioridade ou no “topo da lista” de nossas necessidades, mas sim, na busca constante e incansável de que Ele seja o “centro” de nossas vontades e ambições. Precisamos procurar esse relacionamento, á ponto de entendermos o que significa a confiança plena em Deus e à entrega de todas nossas ações à direção e bondade inerente dEle. E pensando bem, seguir regras pode até tornar as coisas mais fáceis para o homem, mas a mesma facilidade o afastará do verdadeiro conhecimento e relacionamento com a pessoa de Deus. As regras e os princípios são sem dúvida mais simples do que o relacionamento, pois não envolvem um compromisso pessoal ou uma parceria, por parte de quem quer cumpri-los, basta seguir as normas. Com leis e regras adquirimos o poder de julgar os outros e nos tornar superiores à eles. Nos deixa mais seguros do ponto de vista humano. De outro lado, a conversa com Deus, sentir sua proteção sobre nossas vidas, o desejo de conhecer sua vontade, nos entregar a um desejo profundo de sentirmos sua presença, enfim... nossa busca por esse relacionamento é algo á ser cultivado em todos os momentos de nossas vidas, e requer de nós uma firme disposição em amar e sermos amados e assim cuidados por Aquele que nos criou.
Então diante disso, qual seria a expectativa de Deus com relação ás nossas atitudes dentro dos conflitos e sofrimentos pelos quais passamos ? Diria que nenhuma...Isso mesmo, Deus não tem expectativa nenhuma em relação a você, a mim e a qualquer outro ser humano. Afirmar que Deus tem expectativas com relação a nós, significaria dizer que Ele não sabe nosso futuro, ou que Ele estaria esperando que nós mesmos determinássemos o que fazer para se obter um resultado desejado. Sabemos ao estudar sobre a natureza de Deus que isso é impossível. Pois esse mesmo Deus diz que é ELE que opera em nós tanto o querer como o efetuar segundo a sua vontade”(Fil. 2:13).
Deus nos conhece e sabe tudo sobre nós. Por que Ele teria uma expectativa diferente daquilo que já sabe? O que sabemos de Deus, e o que Ele nos deixa claro, é sua prontidão constante e a disposição que Ele tem em dar-nos a capacidade de reagir a qualquer situação e circunstância em que nos encontramos.
Não sei se assim como eu, você viveu ou esteja vivendo momentos que considere difíceis em sua vida. O que sei, é que o Deus que se apresenta como o grande “EU SOU”, não faz nada fora do amor. Pois Ele é amor. E o que escrevo aqui, tenta de alguma forma transmitir esse amor que só pode ser sentido de forma prática quando buscamos esse relacionamento, apesar de passarmos pelo que julgamos ser um sofrimento. Muitas coisas acontecem em nossas vidas, as quais pela limitação de nossas mentes somos incapazes de imaginar ou entender. O que podemos fazer nessa hora é usar o máximo da confiança que temos em Deus e buscar essa aproximação, que nos fará entender que toda e qualquer mudança significativa em nossas vidas e a compreensão de toda e qualquer situação, só acontece quando permitimos em nós o agir desse maravilhoso e amoroso Deus. Pois sem Ele...nada podemos fazer.
José B. Silva Junior
“Um Deus infinito pode se dar inteiro a cada um de seus filhos.Ele não se distribui de modo que cada um tenha uma parte, mas a cada um ele se dá inteiro, tão integralmente como se não houvesse outros. “ - A.W. Tozer
“Um Deus infinito pode se dar inteiro a cada um de seus filhos.Ele não se distribui de modo que cada um tenha uma parte, mas a cada um ele se dá inteiro, tão integralmente como se não houvesse outros. “ - A.W. Tozer
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