Atingidos pelos Reflexos...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aproveitando as ocasiões e oportunidades.


Ouvi semana passada uma exposição do texto bíblico que se encontra no livro de Atos, capitulo 24.

Tentarei narrar a situação ali apresentada.

É um julgamento. Acontece na cidade de Cesaréia.

Da parte da acusação apresentam-se: O sumo-sacerdote Ananias, algumas testemunhas identificadas como “anciãos judeus”, e um orador, que penso poder ser chamado também de advogado, por nome Tértulo.

Da parte da defesa: Nosso conhecido apóstolo Paulo.

Na cadeira de julgador, o governador de Cesaréia - Félix.

Félix , de acordo com a história, não era um bom governador, mas um homem cruel que aproveitou sua posição para cometer injustiças contra as pessoas. Da mesma maneira, Tértulo, em sua posição de advogado de defesa, faz um discurso totalmente hipócrita antes de começar sua acusação, o que evidencia que os Judeus que acusavam Paulo não estavam nem um pouco preocupados com a verdade, antes com o controle e manutenção do poder. Em sua acusação, Tértulo, o advogado, afirma: “Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo, e chefe da seita dos nazarenos; o qual tentou profanar o templo; e nós o prendemos.”

Félix então, dá um sinal á Paulo, para que fizesse sua defesa. Paulo explicou que não tinha agitado nem incitado ninguém, durante os poucos dias que ficara em Jerusalém. Ele negou as acusações de Tértulo, dizendo que a diferença entre ele e os judeus não era sobre a lei, mas sim sobre a ressurreição dos mortos que Paulo pregava e alguns dos Judeus não aceitavam. Ainda em sua defesa, Paulo diz que as pessoas que o acusaram em Jerusalém, não compareceram ao julgamento para fazer as acusações e que os que ali estavam não faziam acusações legítimas.

O governador decide que não daria uma solução rápida para o caso, o julgamento final caberia a Cláudio Lísias. Assim, Paulo ficaria ainda mais dois anos em Cesaréia, aguardando esse novo julgamento. Preso, porém com regalias na cadeia, tal como receber a visita de todos os seus e ainda sob as ordens de Félix de que todos fossem tratados com brandura.

O que acontece nesses dois anos seguintes, talvez seja o principal motivo da injusta acusação de Paulo. No texto sagrado encontramos um resumo , que denota qual era a intenção do apóstolo, tão mal compreendida pelas pessoas que o acusavam.

“Alguns dias depois, vindo Félix com sua mulher Drusila, que era judia, mandou chamar a Paulo, e ouviu-o acerca da fé em Cristo Jesus.”“E discorrendo ele sobre a justiça, o domínio próprio e o juízo vindouro, Félix ficou atemorizado e respondeu: Por ora vai-te, e quando tiver ocasião favorável, eu te chamarei.”

A lição que podemos tirar do apresentado até aqui é a seguinte:

Ás vezes deparamo-nos com situações em que tudo parece conspirar contra nós. Talvez até falsas acusações sejam levantadas. É provável que em nossa caminhada , muitas vezes nos sintamos sozinhos e mal compreendidos. Porém, toda essa situação pode estar apontando para mais uma oportunidade que Deus nos dá de nos revestirmos de coragem, discernimento, e perseverança para realizar Sua vontade. Paulo entendia isso, e nunca perdeu de vista sua missão, nem se abateu por ter que se defender sozinho. Deus o revestia de sabedoria para que usasse as palavras certas. Paulo aproveitou a ocasião e a oportunidade.


Como resultado negativo da situação, entendemos que Félix e sua mulher Drusila, perderam a oportunidade dada por Deus através da vida de Paulo, de acertarem suas vidas. Preferiram o conforto que o poder e status lhes conferiam, ao interesse pelas verdades que Paulo pregava em relação à suas vidas com Deus agora e no futuro. Em sua última palavra, Félix diz... “Por ora, vai-te...” Não houve outra hora, para que Paulo falasse com ele. Felix desperdiçou a oportunidade de ouvir do apóstolo acerca da fé em Jesus . Félix desperdiçou a ocasião e a oportunidade.

Isso implica também em nossas vidas a aproveitar as oportunidades para buscarmos um relacionamento genuíno e de compromisso com Deus, assim como ensinado pelo apóstolo Paulo, que não se abalava com as situações de oposição á sua volta. Compromisso esse negado por Félix que colocava em 1º lugar, sua posição diante dos homens.

Lembrei enquanto escrevia sobre o texto de Atos, de um artigo que li há uns dias e que nos fala sobre a vida de um grande escritor...e nos ensina também algo sobre a importância de construirmos esse relacionamento sólido com Deus....

“Ernest Hemingway cresceu em um lar solidamente evangélico em Oak Park, Illinois. Seus avós eram missionários e seu pai era dedicado à igreja e o melhor amigo do evangelista Dwight Lyman Moody. A família Hemingway vivia conforme o código cristão mais severo e quando criança o jovem Ernest participava ativamente da vida de sua igreja, servindo como membro do coral.Então veio a Primeira Guerra Mundial e Ernest viajou como correspondente de guerra e presenciou a morte e o desespero que só uma guerra como aquela poderia causar. Seu entusiasmo juvenil pelo cristianismo secou a ponto de, progressivamente (nos anos que se seguiram), rejeitar sua própria formação e negar a validade e a credibilidade de Cristo, que antes ele defendia. Ou será que não?Embora certamente não saibamos tudo o que se passou, parece correto afirmar que Ernest Hemingway jamais desenvolveu um relacionamento realmente pessoal com Cristo. Viver em um ambiente cristão, participar de classes de estudo, obedecer às regras e expressar aceitação geral pelas verdades das Escrituras não é realmente o que consiste o cristianismo genuíno.O cristianismo autêntico (aquele de Paulo diante de Félix...) compõe-se de seguidores irredutíveis que progressivamente se movem em direção a Cristo e que entendem tudo da vida e do mundo no contexto dos seus ensinos e sua verdade. Se não cultivarmos um relacionamento vivo e vital com Cristo, também poderemos responder como Hemingway quando as questões da vida se tornaram agonizantes e sem resposta ou quando nossos impulsos forem muito sedutores e não conseguirmos resistir. Sistemas, rituais e regras como ponto de lealdade jamais são suficientes para nos manter firmes e leais.O ponto não é realmente a vida de Hemingway. É a nossa vida. O ponto é se somos viajantes indo na mesma direção, com outros motivos além de Cristo, ou se realmente estamos buscando um relacionamento genuíno com ele”.

Seguimos refletindo....Sob a dependência e misericórdia de Deus...


José B. Silva Junior

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