Estou publicando hoje aqui, uma carta que recebi mês passado de meu professor de filosofia, Pita, comentando sobre um dos textos que publiquei aqui no blog (O Fato, Deus!), e que foi apresentado como trabalho em sua disciplina. Aproveito para agradecê-lo mais uma vez pelas palavras e pela contribuição que tem dado para essa nossa busca pelo saber.
Bom dia José Junior!
Leio quase todos os artigos que me enviam, e tenho percebido um grande crescimento nos conteúdos por você escrito, pensado e refletido, fruto desse existir do pensamento. A filosofia surgiu como um esforço de interiorização do conhecimento, uma ascece do espírito que, ao buscar a unidade do saber, buscava nela a sua própria unidade e,nesta a unidade de saber, ser e agir. Você tem demonstrado essas qualidades e o encorajo a continuar buscando esse crescimento filosófico. Saiba que em todo o período grego, a interrogação sobre a alma, o bem e a conduta na vida não era um domínio separado das investigações físicas e ontológicas, mas formava com elas, na pessoa do filosofo, a síntese de conhecimento e vida. As escolas de filosofia não eram apenas centros de ensino e investigação científicos, mas escolas de sabedoria e , até certo ponto, sociedade iniciáticas. Não procurava apenas transmitir a seus membros um certo conhecimento, mas educá-los numa certa maneira de viver que, para a consciência filosófica, era a maneira certa de viver.
O assombro, dizia Aristóteles, é a mãe do desejo de compreender. Não se referia é claro, ao assombro meramente emotivo, epidérmico, comum ao homem e ao animal, que encontra alivio rápido em gritos e trejeitos. Referia-se aquele assombro mais duradouro e profundo, especificamente humano, que em vez de se exteriorizar se interioriza e em vez alivio busca a verdade, mesmo sabendo que troca o fácil pelo difícil. Assim, precisamos ver o “mito da Caverna” como uma realidade para a nossa vida e ministério. Precisamos beber em outras fontes para conhecer o pano de fundo histórico em que o Saramago bebeu (ou percorreu), e assim, entender as idéias que moldaram seu pensamento ou mesmo, influenciou.
Nas décadas de 40 a60, eram comuns os debates sobre “Para que serve a literatura?”. Em geral respondia-se que servia para “criar um mundo melhor”, o que significava, descontados os eufemismos, estender sobre todo o planeta o domínio soviético. Hoje o tema esta fora de moda: sem discussões, dá-se por pressuposto que a literatura serve para o sustento dos que a praticam e que não seria licito esperar dela nada mais, exceto, naturalmente, o lucro dos que a comercializam. Assim, alguns escritores (entre eles, Saramago) vivem um certa ressaca ideológica, o descaramento autocomplacente com que, de outro lado, mostra que, nos dias que correm, as alegações ideológicas de parte a parte não passam em geral de um verniz destinado a encobrir uma mesma mentira fundamental. Crenças análogas vigoram para a musica, as artes plásticas, etc.
Foi assim que os antigos apóstolos da literatura revolucionária se transfiguraram em apologistas da literatura comercial. A literatura tornou-se “uma profissão como qualquer outra”- expressão que se aplica por igual, e com idêntica tranqüilidade, ao sacerdócio e á prostituição. Veja: se a comunidade dos ouvintes de Pixinguinha acumula maior poder dos que a dos amantes de Bach, Pixinguinha torna-se automaticamente superior a Bach. A estratégia de Saramago determina que os intelectuais procurem ocupar espaços nos meios de comunicação, no sistema educacional, de onde podem facilmente impor sua crenças mediante a repetição generalizada de frases feitas, que, acabam por se impor como se fosse um consenso natural e espontâneo. A medida mesma deixava de ser mera abstinência de juízos de valor para se tornar apologia do inferior e repressão explicita a toda pretensão de superioridade diante da qual toda a argumentação é um protesto da alma solitária que se volta, a um tempo, contra tudo que fala, age, adora, busca a Deus. Esta união de todas as forças contra a cultura superior é talvez o fenômeno mais significativo e mais alarmante da nossa época. Nesse novo quadro, as exigências mínimas de coerência, inteligibilidade, sinceridade e honradez cedem lugar aos arranjos oportunistas mais grosseiros e estapafúrdios, que se tornam não apenas crença publica, mas dogma “cientifico” dos intelectuais das massas. Assim, décadas e décadas de cultura anti-Deus, em filmes, livros, e novelas que celebram a maldade como estilo de vida (você já parou pra perceber que felicidade nas novelas não da ibope?) como referencia moral para a sociedade, induzindo-os a fortalecer suas defesas corporativas contra todos nós.
Parabéns, motivação e sucesso!!!!
Leio quase todos os artigos que me enviam, e tenho percebido um grande crescimento nos conteúdos por você escrito, pensado e refletido, fruto desse existir do pensamento. A filosofia surgiu como um esforço de interiorização do conhecimento, uma ascece do espírito que, ao buscar a unidade do saber, buscava nela a sua própria unidade e,nesta a unidade de saber, ser e agir. Você tem demonstrado essas qualidades e o encorajo a continuar buscando esse crescimento filosófico. Saiba que em todo o período grego, a interrogação sobre a alma, o bem e a conduta na vida não era um domínio separado das investigações físicas e ontológicas, mas formava com elas, na pessoa do filosofo, a síntese de conhecimento e vida. As escolas de filosofia não eram apenas centros de ensino e investigação científicos, mas escolas de sabedoria e , até certo ponto, sociedade iniciáticas. Não procurava apenas transmitir a seus membros um certo conhecimento, mas educá-los numa certa maneira de viver que, para a consciência filosófica, era a maneira certa de viver.
O assombro, dizia Aristóteles, é a mãe do desejo de compreender. Não se referia é claro, ao assombro meramente emotivo, epidérmico, comum ao homem e ao animal, que encontra alivio rápido em gritos e trejeitos. Referia-se aquele assombro mais duradouro e profundo, especificamente humano, que em vez de se exteriorizar se interioriza e em vez alivio busca a verdade, mesmo sabendo que troca o fácil pelo difícil. Assim, precisamos ver o “mito da Caverna” como uma realidade para a nossa vida e ministério. Precisamos beber em outras fontes para conhecer o pano de fundo histórico em que o Saramago bebeu (ou percorreu), e assim, entender as idéias que moldaram seu pensamento ou mesmo, influenciou.
Nas décadas de 40 a60, eram comuns os debates sobre “Para que serve a literatura?”. Em geral respondia-se que servia para “criar um mundo melhor”, o que significava, descontados os eufemismos, estender sobre todo o planeta o domínio soviético. Hoje o tema esta fora de moda: sem discussões, dá-se por pressuposto que a literatura serve para o sustento dos que a praticam e que não seria licito esperar dela nada mais, exceto, naturalmente, o lucro dos que a comercializam. Assim, alguns escritores (entre eles, Saramago) vivem um certa ressaca ideológica, o descaramento autocomplacente com que, de outro lado, mostra que, nos dias que correm, as alegações ideológicas de parte a parte não passam em geral de um verniz destinado a encobrir uma mesma mentira fundamental. Crenças análogas vigoram para a musica, as artes plásticas, etc.
Foi assim que os antigos apóstolos da literatura revolucionária se transfiguraram em apologistas da literatura comercial. A literatura tornou-se “uma profissão como qualquer outra”- expressão que se aplica por igual, e com idêntica tranqüilidade, ao sacerdócio e á prostituição. Veja: se a comunidade dos ouvintes de Pixinguinha acumula maior poder dos que a dos amantes de Bach, Pixinguinha torna-se automaticamente superior a Bach. A estratégia de Saramago determina que os intelectuais procurem ocupar espaços nos meios de comunicação, no sistema educacional, de onde podem facilmente impor sua crenças mediante a repetição generalizada de frases feitas, que, acabam por se impor como se fosse um consenso natural e espontâneo. A medida mesma deixava de ser mera abstinência de juízos de valor para se tornar apologia do inferior e repressão explicita a toda pretensão de superioridade diante da qual toda a argumentação é um protesto da alma solitária que se volta, a um tempo, contra tudo que fala, age, adora, busca a Deus. Esta união de todas as forças contra a cultura superior é talvez o fenômeno mais significativo e mais alarmante da nossa época. Nesse novo quadro, as exigências mínimas de coerência, inteligibilidade, sinceridade e honradez cedem lugar aos arranjos oportunistas mais grosseiros e estapafúrdios, que se tornam não apenas crença publica, mas dogma “cientifico” dos intelectuais das massas. Assim, décadas e décadas de cultura anti-Deus, em filmes, livros, e novelas que celebram a maldade como estilo de vida (você já parou pra perceber que felicidade nas novelas não da ibope?) como referencia moral para a sociedade, induzindo-os a fortalecer suas defesas corporativas contra todos nós.
Parabéns, motivação e sucesso!!!!
Pita
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