Um dos mais conceituados cientistas no campo da cosmologia e, igualmente, um dos mais renomados teólogos de seu país, o polonês Michael Keller, equilibrou o pragmatismo científico e a devoção pela religião. Ele decidiu fixar esses dois olhares sobre a questão da origem de todas as coisas: colocou a ciência a serviço de Deus e Deus a serviço da ciência. O resultado intelectual foi a formulação de uma nova teoria que começa a ganhar corpo em toda a Europa: a "Teologia da Ciência".A "Teologia da Ciência" define-se, simplificadamente, que a ciência encontrou Deus. E a isso Keller chegou, fazendo-se aqui uma comparação com a medicina, valendo-se do que se chama diagnóstico por exclusão: quando uma doença não preenche os requisitos para as mais diversas enfermidades já conhecidas, não é por isso que ela deixa de ser uma doença. De volta agora à questão da formação do universo, há perguntas que a ciência não responde, mas o universo está aqui e nós, nele. Nesse "buraco negro" entra Deus. Keller disse ao site da BBC de Londres, que apesar dos nítidos avanços na pesquisa sobre a existência humana, continua-se sem saber o principal: quem seria o responsável pela criação do cosmo? Keller montou a sua metodologia a partir do chamado "Deus dos cientistas": o big bang, a grande explosão de um átomo primordial que teria originado tudo aquilo que compõe o universo.– Em todo processo físico há uma seqüência de estados. Um estado precedente é uma causa para outro estado que é seu efeito. E há sempre uma lei física que descreva esse processo – diz ele.E, em seguida, fustiga de novo o pensamento: "Mas o que existia antes desse átomo primordial?" Essas questões, sem respostas pela física, encontram um ponto final na religião – ou seja, encontram Deus. Segundo o filósofo, "A ciência nos dá o conhecimento do mundo e a religião nos dá o significado".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário, sua opinião é importante...