Já
disse uma vez aqui... É um sonho: Pudesse, iria para o meio do mato, ou pra uma
praia tranquila, viver sossegado, longe do stress, da ansiedade do cotidiano
que essa vida louca nos impõe. Mas lá no meio do mato e na areia da praia, não
tem folha de pagamento pra fechar, conciliações pra fazer, imposto pra ser
calculado, internet pra enviar as obrigações que o governo cobra das empresas.
E se lá não tem nada disso, também não tem salário na conta no fim do mês... Por
isso continuo por aqui...
Nilce
(que já me disse – e quero acreditar -
se pudesse iria comigo) me ajuda aqui a aliviar o cansaço e evitar o
esgotamento físico e mental. É, junto com meus filhos, a principal razão que
faz com que me mantenha em pé, e siga em frente...
Nilce
é uma dádiva (quem a conhece, de gastar algumas horas de conversa com ela, sabe
disso), que se dá a si mesma, anulando-se muitas vezes (conversamos sobre isso
ainda ontem; é um defeito...: - Invalida-se inteira pelos que ama, ainda que
isso lhe roube a saúde). E quem poderia dá-la a alguém senão ela mesma, até
quando o quisesse? Decidiu-se um dia, a
dar-se a mim, o que faz de mim um homem de sorte. De sorte, que a cura de
minhas neuras, da solidão, das angústias que me afligem, é a fusão com ela... Ela...
Nilce. Porque nos teus braços, não há (mais)
eu, apenas, por um instante, uma luz... a dar sentido. Sim,.. É a minha
religião, meu mito, minha doutrina, meu amor, meu porto de sentido, meu céu... Sinto
muito por não conseguir correspondê-la quase nada à altura, não sou nada bom em
traduzir meus poucos bons sentimentos em gestos, e talvez essa dificuldade
minha seja um desajuste social... Mas isso, esse, sou eu. Há algo de muito ruim
nesse eu, mas é isso que faz de mim, "eu", para o bem e para o mal. É
assim que é... e enquanto Nilce me aceitar assim... vou ficando...
Hoje
faz 24 anos que casamos. Dormindo com essa
mulher há 8.760 noites, vivendo com ela já há mais de 10.000 dias, acho que
estou começando a apreender seus movimentos, seu jeito, sua identidade. Talvez
eu esteja começando a respirar o ar que ela respira... Pensando as palavras que
talvez ela pense... Não sei se ela me aguentará ainda por muito mais tempo, mas
enquanto esse amor durar, será o remédio a me curar, a me manter vivo...
Obrigado Nilce, te amo! – 19/12/2016.
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