Fico de frente com a pergunta que sempre se repete cada vez que abro aquele site da rede social: No que você está pensando?
Penso na dificuldade de escrever e expressar minhas idéias através de palavras e memórias. Lembrar dos tempos, dos anos passados, não é difícil, difícil é achar o equilíbrio que deve haver entre as experiências vividas e pensadas e as palavras que vão mostrá-las.
Discutir vivências, querer mostrar ao mundo sua interpretação da vida, deixar registrado aquilo que importante se tornou através dos tempos e que foram motivos de rugas, manchas na pele e cabelos grisalhos ou de fortes alegrias, das emoções afloradas e dos sentimentos de satisfação plena, é sem dúvida um trabalho por demais complexo.
Nesse desejo de querer transformar vida e pensamentos em códigos que outros possam interpretar, acabamos construindo e destruindo limites que separam o real do irreal, colocamos memórias e lembranças em intercalações contínuas e descontínuas, tudo em busca do desejo de fazer-nos entender e de entender a nós mesmos.
Mas que pretensão essa minha, de querer através de simples grafismos e marcas fonéticas mostrar ao mundo o que vivo, sinto e penso. Conseguirei algum dia?
Torço pelos que olham os sinais gráficos de que disponho,para que o façam com grande sensibilidade e que junte-os com inteligência . Que se preocupem não só com aquilo que se apresentou acontecido, mas principalmente com aquilo que o acontecimento pode movimentar na vida e na alma das pessoas que conheceram o acontecido.
Mas ainda que difícil, é isso que escolho... o risco de compartilhar memórias da vida, tentar criar vínculos... e não ser compreendido.
É inevitável que na construção de ajuntamentos de minhas memórias dentro desses 41 anos vividos, faça eu uso de experiências únicas, ( é óbvio, qualquer que queira comunicar algo, o fará com base em memórias e experiências adquiridas no âmbito do convívio familiar e de todos os outros seres humanos com quem tenha trocado algum tipo de relação), logo, quanto mais conhecer pessoas e outras culturas, mais próximo de ser entendido por outros estarei. Há a consciência de que quanto mais ampliamos esse círculo, mais efeito terá nossa comunicação.
Porém, dentro do grupo de experiências pelas quais tenho passado e das quais tenha feito uso na elaboração de meus escritos tenho que destacar algumas. A família, os professores (ou mestres) e principalmente a religião. Digo religião aqui não no sentido de minha escolha pessoal, mas por entender que ela constitui, sem dúvida alguma, uma das expressões mais antigas e universais da alma humana. Devemos entender que toda tentativa de querer se comunicar com a estrutura psicológica da personalidade das pessoas, deve considerar que a religião é um assunto importante para um grande número de indivíduos. O filósofo William James parece ter definido bem a influência da religião no entendimento da personalidade do homem quando disse: “O homem de conhecimentos muitas vezes não tem fé, embora seu “temperamento seja religioso”. Por isso minha idéia de comunicar começa sempre através da reflexão teológica. Apesar de ter sido e influenciado e tomado por alguns exemplos de líderes religiosos que exerceram alguma autoridade sobre mim, infelizmente não foram os que me deram bons exemplos os que mais me deixaram marcas. Ter experimentado o aspecto negativo da religião também teve sua parcela positiva na formação de pontes que me levaram ao exercício da reflexão e conseqüente crescimento espiritual. Aguardo o momento oportuno para falar mais sobre essas experiências.
Quando cito a influência dos professores e mestres, não quero falar sobre os que carregam títulos adquiridos no âmbito acadêmico. Me refiro não somente aos que fizeram do ensinar e educar, suas profissões. Estou falando mesmo é dos que têm a missão de trocar conhecimentos e fazem disso um estilo de vida e se preocupam verdadeiramente com o crescimento e formação intelectual e ideológica de seus aprendizes . São aqueles que esperam por resultados, cobram, testam, olham e acompanham cada passo de seus alunos. Durante minha jornada, foram em poucos que pude perceber todas essas qualidades, mas os que as tinham, fizeram a diferença nas construções de meus pensamentos. Tenho a imagem desse professor (e imagino que ele saiba que estou falando dele e vai concordar) como um revolucionário e agitador. Acho mesmo que é disso que precisamos... Agitar e revolucionar nossas existências em busca do saber. Precisamos de alguém que nos chame de ignorante e também que nos diga que estamos no caminho certo. Algo como o treinador que prepara os cavalos para saltar obstáculos, subindo o nível das balizas no momento oportuno. São a esses mestres a quem eu me refiro que contribuem sobremaneira à arte de nossas habilidades em lidar com o mundo.
E por fim, e não por ordem de importância vem a contribuição da família na construção de nossas memórias. Creio na família, como orientadora e formadora fundamental de nosso caráter e personalidade. É a comunidade familiar que vai estabelecer nossos parâmetros basilares de respeito ao nosso semelhante. Baseando-se em informações científicas na área psicológica, verificamos a necessidade primordial do grupo familiar na composição de uma estrutura saudável de educação do indivíduo. Estudos demonstram que os dois primeiros anos de vida são cruciais neste processo. Não tenho muitas lembranças dessa época de minha vida, nem consigo mensurar os benefícios e/ou os prejuízos que tive em relação ao que recebi por parte de minha família. O que consigo vislumbrar hoje é que todos os membros de minha família (os que comigo estão e os que já se foram) e também a que formei já na vida adulta, contribuem e são elementos que dão vida à inspiração para que eu continue nessa obstinação em transmitir minhas memórias vividas.
Hoje... foi nisso que pensei.
José Junior, achei muito interessante o seu blog, parabéns. Não sou nenhum conhecedor da Teologia, apenas curioso. Porém, gostaria de expor uma reflexão que venho remoendo faz alguns dias. Nasci em um lar religioso, que não vem ao caso qual é a religião, que foi fundamental para formar a pessoa que sou hoje. Durante a adolescência e juventude, entrei em uma fase em que simplesmente não sentia necessidade alguma de refletir sobre assuntos que iam além do "palpável", tornei-me alguém que seria o mais próximo de um agnóstico. Com o passar dos anos, aquela necessidade de buscar respostas para perguntas como "Quem sou eu? De eu vim e para onde eu vou?" foi aumentando de forma que sinto, hoje, até certa frustração por não poder obter as respostas. Talvez o que falta é entender essa limitação que nós temos com as perguntas em que jamais teremos as respostas, não importa o quanto as busquemos. Essa limitação, ao invés de frustração por não oferecer a ajuda necessária para nos autoconhecermos e assim definirmos nossos princípios e valores, deveria ser uma ferramenta de evolução como indivíduo através da reflexão ativa. Se você concorda com as coisas que escrevi, como fazer com que ou como encarar essa limitação que temos em explicar o inexplicável uma ferramenta de evolução? Ou o autoconhecimento e a definição de princípios e valores não necessita dessas reflexões?
ResponderExcluirVocê chora você luta! Faz aquilo que você gosta.
ResponderExcluirvocê escuta o que as pessoas têm a lhe dizer.
é importantíssimo, fazendo dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo.
Mas já mais esqueça que Deus estará com você em todos os momentos...
Virgem mãe quero te pedir que abençoe meus filhos que também são seus, nos dando força, coragem e saúde para enfrentarmos a caminhada do dia a dia.