Atingidos pelos Reflexos...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Iso 666 - A novidade que faltava

Do site: http://www.crerepensar.com.br


Por José Barbosa Junior


A “criatividade” evangélica me surpreende a cada dia. Sinceramente já não sei mais o que esperar daqueles que se chamam pelo nome de cristãos. Novidades são sempre bem vindas nesse meio em que o que importa é o crescimento numérico, a influência político-religiosa e o domínio territorial de onde estão inseridos. Em meio às novidades, vale de tudo... métodos de crescimento instantâneo ( no melhor estilo “miojo evangélico – em 3 minutos está pronta a refeição) dominam nossos arraiais, naquelas igrejas que buscam incessantemente “cair na graça do povo”, sem que antes experimentem a “graça de Deus”.

No meio neo-pentecostal a onda do G-12 invadiu, implodiu e explodiu várias igrejas no afã de impactarem e transformarem a vida de seus membros através de seus métodos nada ortodoxos, alguns até mesmo anti-cristãos, e conquistarem as cidades para Cristo... não o Cristo bíblico, mas o cristo rejudaizante e manipulador dos bispos-apóstolos-donos-de-igrejas-e-mentes. Igrejas pentecostais e muitas “tradicionais” aderiram ao “modelo dos 12” e embarcaram nessa canoa, que a cada dia começa a mostrar seus furos... e seus naufrágios.Não me proponho a falar do G-12 neste texto até porque muito já se foi falado....

Agora parece que os mais tradicionais, que não se renderam à esquizofrenia do modelo dos 12 e à alienação rejudaizante desse movimento pernicioso, estão buscando sua “santa maneira tradicional” de entrar no MERCADO evangélico de crescimento a todo custo. E aí começamos a ver em nossas igrejas os mais diferenciados métodos “ortodoxos” de crescimento de igrejas... redes ministeriais... núcleos celulares... e o mais recente, bombástico, fantástico e vitaminado de todos: UMA IGEJA COM PROPÓSITOS.

O quê ??? Sua igreja ainda não se transformou numa filial da Saddleback ?? Sua Igreja não possui o selo de qualidade de “Igreja Sadia”, conferida pela toda poderosa organização de Rick Warren e Cia. ??? então você está por fora... sua igreja não tem porque existir... ela não tem propósitos!!!

Ontem conversando com um amigão meu (Esdras),ele mostrou-me em um site de uma Igreja Batista (do Estado de São Paulo) algo que me deixou estarrecido... um selo de qualidade (uma medalha estampada no final do site) “Church Health”(Igreja Saudável), conferida pelo vaticano das igrejas tradicionais, principalmente batistas (fico à vontade para falar por ser batista), a Saddleback Church... igreja famosa no mundo inteiro por seu crescimento vertiginoso através de seu infalível método de Igreja com Propósitos.

Ainda não sei o que falar direito... meu sangue está fervendo... um selo de qualidade para igrejas ??? Quem deu à Saddleback o copyright de Deus ?? Quem fez com que pastores brasileiros se rendessem ao encanto do milagre americano de crescimento a todo custo ??? Que coisa nojenta ver a igreja que se chama de Cristo correndo atrás de favores e aprovações humanas...

Foi-se o tempo em que igrejas saudáveis eram as que pregavam a Palavra... pura e simples... que louvavam a Deus sem ter que apelar ao emocionalismo barato dos movimentos rejudaizantes... que cresciam na graça de Deus e por isso caiam na graça do povo sem apelar para os métodos de qualidade total empresariais que visam o crescimento numérico apenas...

Sei que muita coisa ajuda a esse comportamento. Em retiros de pastores, ou nos grandes congressos em que eles se reúnem, quando se vê algumas rodinhas pode contar que o assunto ali é “quem tem a igreja maior?”... parecem aquelas rodas de meninos adolescentes disputando quem tem o “bilau” maior pra conquistar as meninas... pura ilusão... puro encantamento de adolescentes que ainda não sabem nada da vida... e pensam que tamanho é tudo. Pastores infantis que mentem em suas estatísticas para impressionar outros pastores mentirosos e viverem seus mundinhos de “construção de catedrais” para honrarem seus próprios nomes.

Chega dessa palhaçada em nome de Deus... assumam logo que querem ver seus nomes escritos nos anais da história evangélica... não como homens de Deus, mas como super poderosos pastores... rendam-se ao ISO 666 de qualidade total para as “igrejas saudáveis”... e abandonem de vez àquele que realmente poderia trazer saúde à igreja, se realmente fosse isso que desejam.

Querem uma igreja sadia ??? Procurem na Bíblia o “modelo”... e ele não está na igreja de Atos, como muitos querem... ele está clara e simplesmente revelado em Jesus... o cabeça dessa mesma igreja. Jesus é o modelo... e o que passa dele, realmente passa... e já não interessa exatamente porque passa... fica no passado... cai no esquecimento... Jesus não... Ele permanece... se seguirmos o seu modelo... não o dos 12 nem dos 40, mas do UM.. do ÚNICO... ah... nunca nos preocuparíamos em “colar em nossos sites” o selo de Saddleback ou do diabo que fosse... pois o mundo saberia “que Cristo é o Senhor... para glória de Deus Pai” e não para a glória desses pastores-de-si-mesmos carimbados com o ISO-666.

Nele, que é modelo, cabeça e fim de todos nós,

José Barbosa Junior

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ele não viu Deus, mas eles viram.

Deus se revela através das coisas criadas, mas é só pela fé que entendemos que aquilo que se vê não foi feito do que é visível.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ateísmo, um problema moral ?



Do Christian Post
publicado no GNotícias

James S. Spiegel tem uma tese desconfortável para propor. Ele argumenta: “ceticismo religioso é, no fundo, um problema moral”.

Um professor de filosofia e religião da Universidade de Taylor em Upland, Indiana, EUA, James Spiegel, escreveu um livro de 130 páginas. The Making of an Atheist (O Making of de um Ateu) é uma resposta aos novos ateus. Mas ao contrário das inúmeras respostas que surgiram a partir de apologistas cristãos, o livro de Spiegel centra-se nas raízes psicológicas do ateísmo.

Enquanto os ateus insistem que a razão fundamental para rejeitar a Deus é o problema do mal ou a irrelevância científica do sobrenatural, o filósofo cristão diz que o argumento é “apenas um ardil” ou “uma cortina de fumaça conceitual para mascarar o verdadeiro problema – a rebelião pessoal”.

Ele admite que poderia parecer inadequado ou ofensivo sugerir que a falta de fé em Deus é uma forma de rebelião. Mas ele disse em uma entrevista recente ao Evangelical Philosophical Society que era obrigado a escrever o livro porque está convencido de que “é uma clara verdade bíblica”.

Seu objetivo ao escrever o livro não é nem para provocar as pessoas, nem mostrar que o teísmo é mais racional que o ateísmo. Ao contrário, seu objetivo é orientar as pessoas a “explicação real do ateísmo”.

“A rejeição de Deus é uma questão de vontade, não do intelecto”, afirma. “O ateísmo não é o resultado da avaliação objetiva da prova, mas de desobediência obstinada, mas isso não decorre da aplicação cuidadosa da razão, mas da rebelião intencional. Ateísmo é a supressão da verdade por maldade, a conseqüência cognitiva da imoralidade.



“Em suma, é o pecado que é a mãe da descrença”. Deus fez a sua simples existência, desde a criação – a partir da vastidão inimaginável do universo para o complexo universo das micro-células individuais, de acordo com Spiegel. A consciência humana, as verdades morais, as ocorrências milagrosas e o cumprimento das profecias bíblicas são também evidências de que Deus é real.

Mas os ateus, que rejeitam, ou como Spiegel diz, “fazem perder a importância divina de qualquer um destes aspectos da criação de Deus” menosprezam a própria razão.

Isto sugere que outros fatores dão origem à negação de Deus. Em outras palavras, algo que não seja a busca da verdade leva ao ateísmo. Spiegel diz que o problema do ateu é a rebelião contra a pura verdade de Deus, como claramente revelado na natureza. A rebelião é solicitada pela imoralidade e comportamento imoral ou cognição é pecado.

O autor explicou que “há um fenômeno que eu chamo de ‘paradigma induzindo à cegueira’, onde a visão falsa de uma pessoa impede de ver as verdades que de outra forma seriam óbvias. Além disso, a indulgência pecaminosa de uma pessoa é uma maneira de amortecer a sua natural consciência de Deus, ou, como John Calvin chama, o Divinitatis Sensus. E quanto mais esse sentido inato do divino é reprimido, mais resistente a pessoa fica em acreditar em Deus”.

Spiegel, que se converteu ao cristianismo em 1980, testemunhou o padrão entre vários de seus amigos. Seu trajeto do cristianismo ao ateísmo envolve: derrapagem moral (como a infidelidade, o ressentimento ou rancor), seguido pelo afastamento do contato com outros crentes, ocorrendo crescentes dúvidas sobre sua fé e contínua vida de pecado, culminando em um rejeição consciente de Deus.

Examinando a psicologia do ateísmo, Spiegel cita Paul C. Vitz, que revelou uma ligação entre o ateísmo e orfandade. “Os seres humanos foram feitos à imagem de Deus, e a relação pai-filho é um espelho mostrando os seres humanos como descendentes de Deus”, diz Spiegel.

“Nós, inconscientemente (e muitas vezes conscientemente, dependendo de uma visão de mundo), concebemos a Deus como o padrão do nosso pai terreno. No entanto, quando um pai terrestre é defeituoso, seja por morte, abandono ou maus-tratos, projetamos esse pai terreno em Deus”.

Alguns dos ateus cujos pais morreram incluem David Hume e Friedrich Nietzsche. Aqueles com pais abusivos ou fracos incluem Thomas Hobbes, Voltaire e Sigmund Freud. Entre os Novos Ateus, o pai de Daniel Dennett morreu quando tinha cinco anos e o pai de Christopher Hitchens “parece ter sido muito distante. Hitchens confessou que ele não se lembra de nada sobre ele”.

Quanto à Richard Dawkins e Sam Harris, há pouca informação disponível a respeito de seus relacionamentos com seus pais. “Parece que as conseqüências psicológicas de um pai com defeito deve ser combinada com a rebeldia – uma resposta persistente e imoral de alguma sorte, como o ressentimento, ódio, vaidade, falta de perdão, orgulho. E quando essa rebelião é bastante profunda e prolongada, o ateísmo dá resultados”, explica Spiegel.

Em essência, “ateus finalmente optam por não acreditar em Deus”, diz Spiegel. E “esta escolha não ocorre em um vácuo psicológico”.

“Ela é feita em resposta aos desafios à fé profunda, como os pais com defeito e talvez outros ensaios emocionais ou psicológicos”, afirma. “A escolha também não é feita em um vácuo moral. O impacto do pecado e suas conseqüências também serão significativos”.

“Estes efeitos morais e psicológicos acarretam em uma maior chance para negar a realidade do divino, sem qualquer sentido (ou muito) de incoerência em uma visão do mundo”.



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Porque Deus permite tanto sofrimento ?‏

Se um Deus bom existe, então por que o mal existe? Ou como expressou Epicuro: “Ou Deus quer abolir o mal, e não pode; ou ele pode, mas não quer; ou ele não pode e não quer. Se ele quer, mas não pode, ele é impotente. Se ele pode, e não quer, ele é cruel. Mas se Deus tanto pode quanto quer abolir o mal, como pode haver maldade no mundo?”. Este é o chamado “problema do mal”.


Se Deus é bom... porque permite tanta morte e sofrimento como vimos essa semana, principalmente no Rio de Janeiro ?




*“...para Deus, o propósito principal da vida não é a felicidade em si, mas o conhecimento de Deus. Uma razão do problema do mal parecer confuso assim é porque nós tendemos a pensar que a meta da vida humana é a felicidade neste mundo. Mas na visão cristã isto é falso. O fim do homem não é felicidade como tal, mas o conhecimento de Deus – o qual no fim trará verdadeira e perpétua satisfação humana. Muitos males que acontecem na vida parecem totalmente insensatos com respeito a produzir felicidade humana, mas eles podem não ser injustificados com respeito a produzir o conhecimento de Deus. Sofrimento humano inocente provê uma ocasião para uma dependência e confiança mais profunda em Deus, ou por parte do sofredor ou talvez dos que estão ao redor dele. Se o propósito de Deus é alcançado por nosso sofrer tudo depende em como nós respondemos livremente.”



“Nós estamos providencialmente limitados em espaço, tempo, inteligência e perspicácia, mas o Deus onisciente e soberano, que vê o término desde o princípio, coordena a história de forma que os Seus propósitos são alcançados, no final das contas, por decisões humanas livres (como por exemplo a especulação imobiliária de um local onde aquelas casas não deviam existir). Para alcançar os Seus fins, Deus pode ter que aguentar males no caminho, os quais os humanos livremente perpetram. Podem ser vistos males que nos parecem insensatos dentro de nossa estrutura limitada, mas ser justamente permitidos dentro da estrutura ‘mais larga’ de Deus. Um assassinato brutal de um homem inocente, por exemplo, poderia produzir todo tipo de ondulação ao longo da história tal que a razão moralmente suficiente de Deus por permitir isto poderia não emergir ou talvez até séculos depois em outra terra. Quando você pensar na providência de Deus em cima da história toda, então eu penso que você pode ver como é desesperador para observadores limitados especularem na probabilidade que Deus pudesse ter uma razão moralmente suficiente por permitir um mal particular. Nós não estamos em uma boa posição para avaliar tais probabilidades.”



“Na visão cristã, esta vida não é tudo. Jesus prometeu vida eterna a todos que crerem e confiarem nele como Salvador e Deus. Na vida após a morte Deus recompensará esses que carregaram o sofrimento com coragem e que confiaram com uma vida eterna de alegria indizível. O apóstolo Paulo, que escreveu muito do Novo Testamento, viveu uma vida de sofrimento incrível e ainda ele escreveu: ” Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. ” (II Cor. 4. 16-18). Paulo imagina uma escala, na qual são investidos os sofrimentos desta vida em um lado, enquanto no outro lado é investido a glória que Deus dará aos filhos dEle no céu. O peso de glória é tão grande que os sofrimentos desta vida podem literalmente nem mesmo serem comparados! Além disso, levando em conta o longo tempo da eternidade, os maiores sofrimentos desta vida encolhem para um momento infinitésimo. É por isso que Paulo pode se referir a eles como uma aflição “leve” e “momentânea.” Apesar do que ele sofreu, os sofrimentos dele estavam simplesmente subjugados pelo oceano de eternidade divina e alegria que Deus esbanja nos que confiam nEle.”



“O conhecimento de Deus é um bem incomensurável. Conhecer Deus, a fonte de bondade infinita e amor, é um bem incomparável a satisfação plena da existência humana. Os sofrimentos desta vida podem nem mesmo ser comparados a isto. Assim, a pessoa que conhece Deus–não importa o que ele sofra, não importa quão terrível seja a sua dor–ainda pode dizer, “Deus simplesmente é bom a mim” em virtude do fato que ele conhece Deus, um bem incomensurável.”



*Trechos do discurso de abertura do debate entre o filósofo cristão William Lane Craig e o filósofo ateu Kai Nielsen sobre a existência de Deus e o problema do mal na Universidade de Western Ontário em 1991.



Uma boa semana a todos !

Junior.

"A dor é o megafone de Deus para advertir o mundo moralmente surdo". C.S. Lewis

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Momentos de crise. Análise, reflexão e crítica .



Crises (em grego: Χρύσης, transl. Khrýsēs)

A crise pode ser definida como uma fase de perda, ou uma fase de substituições rápidas, em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa. A evolução de uma crise pode ser benéfica ou maléfica, dependendo de fatores que podem ser tanto externos, como internos. Toda crise conduz necessariamente a um aumento da vulnerabilidade, mas nem toda crise é necessariamente um momento de risco. A crise também é vista como uma ocasião de crescimento. A evolução favorável de uma crise, conduz a um desenvolvimento benéfico, à criação de novos equilíbrios, ao reforço da pessoa e da sua capacidade de reação a situações menos agradáveis.

Os conflitos entre várias de nossas crenças ou entre essas crenças e um conhecimento estabelecido, indicam a principal circunstância em que somos levados a algumas mudanças em nossas atitudes, e quando uma crença contradiz outra ou parece incompatível com outra, ou quando aquilo em que sempre acreditamos é contrariado por outra forma de conhecimento, entramos no que também podemos chamar de crise.

Algumas pessoas se esforçam para fazer de conta que não há problema algum e vão levando a vida como se tudo estivesse “muito bem, obrigado”. Outras, porém, sentem-se impelidas a indagar qual é a origem, o sentido e a realidade daquilo em que acreditamos.

É assim então, que o conflito entre minha vontade e as regras de minha sociedade me levam a colocar a seguinte questão: Sou livre quando quero ou faço algo que contraria minha sociedade, ou sou livre quando domino minha vontade e a obrigo a aceitar o que minha sociedade determina? Ou seja, sou livre quando sigo minha vontade ou quando sou capaz de controlá-la? Ora, para responder a essa questão, precisamos fazer outras perguntas, mais profundas. Temos de perguntar “O que é a liberdade?”, “O que é a vontade?”, “O que é a sociedade?”, “O que são o bem e o mal, o justo e o injusto?”

O que está por trás de tais perguntas? O fato de que estamos mudando de atitude. Quando o que era objeto de crença aparece como algo contraditório ou problemático e por isso se transforma em indagação ou interrogação, estamos passando da atitude passiva e costumeira de aceitar as idéias como são apresentadas á nós, à atitude ativa de querer conhecer mais sobre nossas convicções.

Seria como ordenar de maneira clara tudo aquilo que faz parte de nossas crenças. Imaginemos, portanto, alguém tomando a decisão de não aceitar as opiniões estabelecidas e começasse a fazer perguntas que os outros julgam estranhas e inesperadas. Em vez de “Que horas são?” ou “Que dia é hoje?” perguntasse “O que é o tempo?”. Em vez de dizer “Está sonhando” ou “Ficou maluco”, quisesse saber “O que é o sonho, a loucura, a razão?”.

Isso tudo se dá quando temos por meta, estabelecer uma fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas. Onde:

Fundamento: vem do latim e significa “uma base sólida” ou “o alicerce onde se pode construir com segurança.

Teoria: vem do grego, onde significava: “contemplar uma verdade com os olhos do espírito”

Crítica: vem do grego e significa “a capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente, o exame racional de todas as coisas sem preconceito e sem pré-julgamento.

Essa atividade de mudança de atitude e também a crise passa então por uma análise (dos conhecimentos, da ciência, da religião, da arte, da moral, da política e da história), uma reflexão (volta do pensamento sobre si mesmo em busca da essência que nos forma, para reconhecer-se como capacidade para o conhecimento, a linguagem, o sentimento e a ação) e uma crítica (avaliação racional para discernir entre a verdade e a ilusão, a liberdade e a servidão.) de tudo aquilo que um dia adotamos como modo correto de ver a vida.

Penso, logo existo... entro em crise.

Talvez crise semelhante a de Pilatos frente a Jesus quando Este lhe disse que era Rei e havia vindo ao mundo para dar testemunho da verdade. A crise de Pilatos demonstrou-se na pergunta que fez na sequência:“Que é a verdade?” (Jo 18,37-38).

Como nos libertar dessa crise? O próprio Jesus nos orienta quando se dirige a alguns discípulos seus na narrativa de João: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará...”

Seguimos então o caminho, ora com crises, ora sem elas,... mas sempre em busca da verdade que liberta, em todos os sentidos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Verdades

"Você não terá uma visão clara e cristalina de quem é Jesus, enquanto estiver sob a influência das religiões e de seus líderes."

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Maçonaria e os Evangélicos no Brasil

Abaixo transcrevo o artigo de autoria do companheiro blogueiro Balnires Junior. Eu não tinha conhecimento de algumas das relações citadas entre a maçonaria e os evangélicos... principalmente os batistas. 

No mínimo interessante. 
Boa leitura !

Adaptado por Balnires Júnior – http://balniresjunior.blogspot.com

Definindo a Maçonaria

A Maçonaria é uma Ordem Universal formada de homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construírem uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com Tolerância, Virtude e Sabedoria e com a constante investigação da Verdade e sob a tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, dentro dos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça.

Diferente do que muitas pessoas pensam a Maçonaria não é uma sociedade secreta, no sentido como tal termo é geralmente empregado. Uma sociedade secreta é aquela que tem objetivos secretos e oculta a sua existência assim como as datas e locais de suas sessões. O objetivo e propósito da Maçonaria, suas leis, história e filosofia tem sido divulgados em livros que estão a venda em qualquer livraria. Os únicos segredos que a maçonaria conserva são as cerimônias empregadas na admissão de seus membros e os meios usados pelos Maçons para se conhecerem.

A Maçonaria não é contra qualquer religião. Ela ensina e pratica a tolerância, defendendo o direito do homem praticar a religião de seu agrado.(Assim como a declaração de princípios batistas*). A Maçonaria não dogmatiza as particularidades do credo e da religião. Ela reconhece os benefícios e a bondade contidas em todas as religiões.

A Maçonaria não é ateísta nem agnóstica. O ateu é aquele que diz não acreditar em Deus enquanto o agnóstico é aquele que não pode afirmar, conscientemente, se Deus existe ou não. Para ser aceito e ingressar na Maçonaria, o candidato deve afirmar a crença em Deus.

A ordem conta com cerca de seis milhões de membros atualmente, e tem uma longa história entrelaçada com o protestantismo – especialmente na Grã-Bretanha, na Europa, nos Estados Unidos (com 4 milhões de membros) e no Brasil. Ao mesmo tempo, a fraternidade orgulha-se de contar com membros das elites do mundo, seja no passado ou no presente: desde Voltaire, Mozart, Garibaldi e Goethe, até vários nobres da Europa - incluindo o rei da Suécia e a Rainha Elizabete II (Grande Patronesa da Loja Britânica) - além de catorze presidentes dos Estados Unidos (Johnson, Ford, Reagan etc.). George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos, era um Grão-Mestre maçom, sendo considerado um dos adeptos mais fiéis de todas as treze colônias de sua época. Não é por acaso que a cédula do dólar americano, que tem o retrato de Washington, traz a pirâmide, o esquadro, a águia e outros símbolos maçônicos.


Portanto, podemos definir claramente a Maçonaria como sendo uma organização mundial de homens que, utilizando-se de formas simbólicas dos antigos construtores de templos, voluntariamente se uniram para o propósito comum de se aperfeiçoarem na sociedade. Admitindo em seu seio, homens de caráter, sem consideração à sua raça, cor ou credo, a Maçonaria se esforça para constituir uma liga internacional de homens dedicados a viverem em paz, harmonia e afeição fraternal.

Primeiro Estatuto da Organização

Em 1723 foi publicado o primeiro estatuto da novel organização (A Grande Loja de Londres) conhecido mundialmente como "Constituições de Anderson" por ter sido compilada e redigida pelo Reverendo Presbiteriano James Anderson (1630-1739). Outros dizem ser as "Constituições" obra de seu prefaceador, o Reverendo Anglicano João Teófilo Desaguliers (1683-1744) de família francesa que emigrou para a Inglaterra após a revogação do Edito de Nantes.
No Brasil, a estrutura maçônica ficou bem definida com a fundação do Grande Oriente do Brasil em 1822, sendo o Imperador Dom Pedro I o primeiro Grão-Mestre da maçonaria brasileira.

A influência Protestante

É inegável que a Maçonaria Moderna foi organizada sob influencia protestante. Os redatores do primeiro Estatuto (Anderson e Desaguliers) por suas crenças, não poderiam deixar de introduzir princípios evangélicos na nova organização, principalmente devido ao fim a que ela se destinava. Provavelmente devido a tais princípios, a Maçonaria se desenvolveu muito nos países onde predominava a influencia protestante (Inglaterra. Alemanha e Estados Unidos), propagando-se depois para o resto do mundo.

A Maçonaria e os Batistas no Mundo e no Brasil

A maior igreja evangélica dos Estados Unidos da América, a Convenção Batista do Sul, responsável através da Junta de Richmond pela implantação do trabalho batista no Brasil, possui um grande número de membros maçons.
Os emigrados dos EUA que se estabeleceram em Santa Bárbara em São Paulo fundaram em 10/09/1871 a Igreja Batista em Santa Bárbara, a primeira Igreja Batista estabelecida em solo brasileiro (Pr. Richard Ratcliff), fundaram também em 1874 a Loja Maçônica "George Washington", onde se encontravam cerca de oito batistas sendo que pelo menos cinco deles foram também fundadores da Primeira Igreja, entre eles estava o Pr. Robert Porter Thomas .
O Pr. Thomas foi interino por diversas oportunidades tanto na Primeira Igreja quanto na Igreja da Estação (2a), fundada em 02/11/1879 (Pr. Elias Hoton Quillin). O pastorado interino do Pr. Thomas nas duas Igrejas somou cerca de 25 anos de profícuo trabalho, sendo o que mais tempo pastoreou tais Igrejas.Em 12/07/1880, a pedido da Igreja da Estação, foi formado um Concílio reunindo as duas Igrejas, para Recepção e Consagração ao Ministério do Irmão Antônio Teixeira de Albuquerque, tendo sido batizado pelo Pr. Thomas. Foi moderador do Concílio que se realizou no salão da Loja Maçônica, o Pr. Ouillin, conforme se descreve na carta subscrita pelo moderador e pelo secretário do Concílio ao Foreign Mission Board of fhe Soufhern Baptist Convention (Richmond, VA., U. S.A. ). Interessante observarmos que o Primeiro Pastor Batista Brasileiro, além de ter sido batizado por um Pastor que era Maçom foi ainda consagrado ao Ministério da Palavra no salão da Loja Maçônica. É importante recordar que a Igreja em Santa Bárbara era uma igreja missionária. Foi ela que insistiu e conseguiu, que a "Junta de Richmond" nomeasse missionários para o Brasil, estabelecendo-se então em Sta. Bárbara a "Missão Batista no Brasil". O primeiro missionário foi o Pr. Ouillin (1878), com sustento próprio. Seguiram-se, sustentados pela "Junta": Bagby (1880), Taylor (1882), Soper (1885), Putheff (1885) e outros sendo que Bagby, Soper e Putheff foram pastores da Igreja em Sta. Bárbara, que tinha entre seus membros, um expressivo grupo de maçons.

Missionário Salomão Ginsburg

Em 1921, Salomão Luiz Ginsburg, Missionário da Junta de Missões Estrangeiras de Richmond, publicou o seu livro "Um Judeu Errante no Brasil ", sua autobiografia. Encontra-se em algumas partes de seu relato a descrição de sua condição de Maçom. Nas páginas de número 81 a 83, o missionário Salomão Ginsburg narra um contratempo que passou na cidade de Queimadas interior da Bahia e diz ele, "... Coloquei o meu harmônio no lugar mais central da feira e comecei a tocar alguns hinos... Pondo-me de pé sobre um tamborete comecei a explicar-lhes a minha missão e objetivo, (...) anunciar-lhes o grande dom de Deus: um Salvador, cujas dádivas eram de graça e cujas bençãos concedidas a quem lhas pedisse... o colportor chamou-me a atenção para um movimento... parentes do padre do lugar estavam concitando os fanáticos contra mim, dizendo-lhes que eu era o anticristo há muito esperado... Diversas pessoas tiraram os seus punhais e os afiavam nas palmas das mãos, e os apontavam para mim, como se disessem: 'isto fará ao senhor muito bem!' Oh! como orei, pedindo ao Senhor que me mostrasse a escapatória, não tanto por minha causa, mas por causa do homem que tão bondosamente deixara sua esposa e filhos e viera comigo ajudar-me no trabalho... Ele me olhou várias vezes com os olhos rasos de lágrimas, como se dissesse: 'Estamos perdidos!' Como um raio de luz, veio-me o pensamento de fazer o sinal de perigo da Maçonaria. Seria possível que naquele lugar houvesse um irmão maçom? Tentei o sinal, e pareceu-me como se alguém estivesse esperando por isso, pois, em menos de cinco minutos, cerca de meia dúzia de homens se aproximou de mim e me rodeou e me disse que me veio buscar para a sua casa. Logo fiquei livre e seguramente instalado em uma das melhores residências da cidade, protegido por soldados, com suas carabinas de prontidão. Agradeci ao meu Pai Celeste pelo livramento que me deu tão maravilhosamente daquela multidão enfurecida."
Foi Ginsburg o editor do Cantor Cristão, hinário das Igrejas Batistas do Brasil, inicialmente com 16 hinos em 1891 e na edição atual do referido Cantor ele aparece como Autor ou Tradutor de 102 hinos. O Pr. Ebenezer Soares Ferreira (veja O Jornal Batista nº 30 de 24/07/94), destaca que Ginsburg foi o fundador, na cidade de São Fidélis no Estado do Rio de Janeiro, da Loja Maçônica Auxílio à Virtude (02/07/1894) e da "Egreja DE CHRISTO, CHAMADA BATISTA" (27/07/1894) que foi a primeira Igreja Batista em São Fidélis. Segundo o mesmo autor (9, pg. 64), o primeiro Templo Batista construído no Brasil, foi o da Primeira Igreja Batista de Campos, edificado sob o pastorado de Salomão Ginsburg e com a colaboração financeira dos Maçons. Ginsburg fundou, em 1902, o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, e foi um porta-voz da necessidade dos batistas brasileiros organizarem-se em uma Convenção Nacional, o que aconteceu em 1907 com a criação da centenária Convenção Batista Brasileira.

O Missionário Salomão Luiz Ginsburg foi membro de diversas lojas maçônicas as quais destacamos: "Duke de Clarence Lodge" na cidade de Salvador, BA; Restauração Pernambucana em Recife, PE; Progresso em Campos, RJ; Auxilio a Virtude em São Fidélis, RJ e, na jurisdição da Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo é patrono da Loja "Salomão Ginsburg n° 3".

José de Souza Marques

O Pastor José de Souza Marques, que foi Presidente da Convenção Batista Carioca e da Convenção Batista Brasileira, tendo em 1940, na Convenção da Bahia, organizado a Aliança dos Pastores Batistas Brasileiros, que mais tarde tomou o nome de Ordem dos Ministros Batistas do Brasil, permanecendo em sua Presidência até 1962, cujo fruto todos conhecem, exerceu cargos importantes na administração maçônica, tendo sido inclusive presidente, por muito tempo, do Supremo Tribunal de Justiça Maçônica. Ainda hoje, a única foto existente no Salão do Conselho do Palácio Maçônico do Lavradio, é a do Pr. Souza Marques. No mesmo Palácio, a sala de Tribunal de Justiça tem o nome de José de Souza Marques. Foi também Membro Efetivo do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito, encontrando-se em sua sede em exposição, um retrato pintado a óleo do Pastor Souza Marques.Inúmeros outros Homens de Fé, verdadeiros cristãos, inclusive batistas de relevância na Denominação, têm sido maçons sem encontrar incompatibilidades entre a Fé Cristã e a prática Maçônica.

Os adversários da Maçonaria

Existem pessoas que têm razões para se oporem à Maçonaria. Todos os que defendem princípios contrários aos princípios maçônicos são adversários da maçonaria. Entre tais destacamos: Os Papas da Igreja Romana, os sectários contrários ao livre arbítrio, os totalitários (nazistas, comunistas, membros da TFP e outros); os fanáticos e muitos outros.A perseguição aos Maçons, devido aos princípios que defendem, é antiga.

O primeiro documento encontrado combatendo a Maçonaria é uma Capitular de Carlos Magno do ano de 779, proibindo a reunião de Guíldas. As autoridades laicas alegavam que os associados se reuniam em banquetes periódicos a fim de se entregarem ao vício da embriaguez, e as autoridades eclesiásticas afirmavam que a perseguição que moviam contra as Guildas era por causa do juramento. Diziam-se preocupadas pela salvação da alma do jurador no caso dele perjurar-se. Na realidade, tentavam com semelhantes pretextos especiosos, impedir o funcionamento das Gui1das temidas politicamente (8, pg. 46).

A perseguição dos Papas da Igreja Romana contra a Maçonaria começou pela edição da Bula "II Eminenti" (6, pg. 379) em 28 de abril de 1738, por Clemente XII e até 1907 seguiram-se mais 25 documentos entre "Bulas", "Encíclicas" e outros, de ataque à Maçonaria.Em 18/05/1751, o papa Bento XIV publicou a Bula "Providas" (6, pg. 381), onde, referindo-se à "II Eminenti", declarou: "Finalmente, entre as causas mais graves das supraditas proibições e ordenações enunciadas na constituição acima inserida a primeira é: Que nas sociedades e assembléias secretas, estão filiados indistintamente homens de todos os credos; daí ser evidente a resultante de um.grande perigo para a pureza da religião Católica." Seguem-se mais cinco causas; proclamando-se contra a obrigação do segredo, a forma de compromisso, a liberdade de reunião e outras. Conclama os Bispos, Superiores, Prelados e Ordinários, a não deixarem de solicitar o poder secular, para a execução das referidas regras. Foi assim decretada a "Inquisição" contra os Maçons, pela oposição papal à Instituição, com as conseqüências que a história amplamente registra.


* Os batistas consideram como inalienável a liberdade de consciência, a plena liberdade de religião de todas as pessoas. O homem é livre para aceitar ou rejeitar a religião; escolher ou mudar sua crença; propagar e ensinar a verdade como a entenda, sempre respeitando os direitos e convicções alheias; (...) Cada pessoa é livre perante Deus, em todas as questões de consciência, e tem o direito de abraçar ou rejeitar a religião, bem como de testemunhar de sua fé religiosa, respeitando os direitos dos outros. (Principios Batistas – Item 3 Liberdade)


REFERËNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1 - Aslan, Nicola, A Maçonaria Operativa, Editora Aurora Ltda, Rio de Janeiro (RJ), 1979.

2 - Constituições dos Franco-Maçons de 1723 (As), Reprodução do original e tradução de João Nery Guimarães, Editora A Fraternidade, São Paulo (SP), 1982.

3 - Autores Diversos, O Cantor Cristão, JUERP, Rio de Janeiro (RJ), 1971,4a. edição com música.

4 - Oliveira, Betty Antunes de, Centelha em Restolho Seco, Edição da Autora, Rio de Janeiro (RJ), 1985.

5 - Ginsburg, Salomão Luiz, Um Judeu Errante no Brasil, Casa Publicadora Batista, Rio de Janeiro (RJ), 1970, 2a. edição.

6 - Aslan, Nicola, A História da Maçonaria, Editora Espiritualista Ltda, Rio de Janeiro (Rl), 1959.

7 - Ferreira, Ebenezer Soares, História dos Batistas Fluminenses , Rio de Janeiro (RJ), Edição do Autor, s.d

8 - Aslan, Nicola, Histórica Geral da Maçonaria - Período Opera ivo, Gráfica e Fditora Aurora Ltda, Rio de Janeiro (RJ), 1979.

9 - Reimer, Haroldo, Maçonaria - A resposta a uma carta. Edições Cristãs, Ourinhos (SP)- s.d.

10 - Pereira, Carlos Eduardo, A Maçonaria e a Igreja Cristã, Livraria Independente Editora, São Paulo (SP), 1945, 3a edição.

11- Lyra,.Jorge Buarque, A Maçonaria e o Cristianismo, Editora Espiritualista Ltda, Rio de Janeiro(RJ), 1971, 4a edição.

12 - Prober, Kurt, A História do Supremo Conselho do Grau 33 o Brasil, Livraria Kosmos Editora, Rio de Janeiro (RJ), 1 981.13 - Pereira, I. Reis, A História dos Batistas no Brasil, JUERP, Rio de Janeiro (RJ), 1982

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