Atingidos pelos Reflexos...

terça-feira, 24 de março de 2009

Li e gostei...

Hoje recebi esse texto do meu amigo de faculdade Tiago (http://www.tiagonogueira.com.br/ ), prometi e estou cumprindo taí a postagem:

Atualmente as pessoas, deste mundo pós-moderno, estão em busca de um poder real e comprovado em uma existência definida que possa mudar suas vidas. As pessoas estão em busca desse poder. As multidões correm de um lado para outro em busca de um poder que dê significado às suas vidas. Onde quer que elas encontrem esse poder, a ele se entregam para viver, matar ou morrer.

A Igreja pós-moderna não pode perder sua identidade, sua clareza e suas definições doutrinárias, que segundo o apóstolo Paulo, é a coluna e sustentáculo da verdade.

Todo o empreendimento humano, com o passar do tempo, tende a inverter a ordem dos fatores fins e meios, ou seja, a transformar os meios em fins e os fins em meios para alcançá-los. Para uma igreja cristã, essa inversão significa a morte da esperança, o esgotamento final do poder.

Isso tem me incomodado, algumas perguntas que não saem da minha cabeça: “Que espera da Igreja o mundo?”, “O que torna a Igreja relevante no mundo?” ou “Qual é a verdadeira natureza da Igreja?”

A Igreja é um organismo vivo, regido por princípios imutáveis, mas em constante movimento através da história. Os princípios que dão alicerce à teologia da Igreja são imutáveis, mas a sua prática deve acompanhar a evolução cultural da sociedade, evolução da qual a própria Igreja é parte, agente e impulsionadora, ou conforme define Werner Kaschel: “a verdadeira sabedoria consiste em manter equilíbrio entre a fidelidade aos princípios do Novo Testamento e a adaptação aos tempos em mutação”.
Portanto, a Igreja não pode ser uma instituição formal ou uma organização sem meios e fins definido, acredito que ser Igreja é ser uma comunidade (qahal / ekklesia) que possa ser:
1. O Corpo de Cristo (somatos tou Kristou – Efésios 4.12). Onde Cristo seja o kefalé (cabeça), um corpo não pode ter duas cabeças, uma cabeça não pode ter dois corpos. Tem que haver unidade, unidade em Cristo;
2. Povo Peculiar (eauto laon periousion – Tito 2.14 à Qahal de JHVH). Somos o seu povo por iniciativa do próprio Deus, não pelas nossas;
3. Rebanho de Deus (poimmion tou Theou – 1ª Pedro 5.2) – Somos o rebanho de Deus e para Ele. Deus nos comprou com o mais elevado preço, Cristo morreu na curz por nós.
4. Casa, edifício (oikdome – 1ª Coríntios 6.19). Conforme Efésios 2.21-22 nos diz: “o edifício inteiro cresce continuamente e conjuntamente para(ser)templo santo”. Não é a Igreja que se edifica, que se constrói a si mesma, mas ela é edificada. Cada um dos seus membros se une aos demais através do traço forte do amor. É como se fosse uma construção; as paredes crescem conjuntamente, cada tijolo segura os outros e pelos outros se firma através da liga de cimento e areia, assim deve ser a Igreja.
5. Coluna (pilar) e firmeza (baluarte, no latim firmamentum) da verdade (stilos kai edraioma tes aletheias – 1ª Timóteo 3.15). A igreja não é a verdade, mas o que sustenta a verdade. Jesus encarna a verdade eterna em seu próprio ser. Ele não somente conhece a verdade, fala a verdade, ensina a verdade, mas ele é a própria verdade na absoluta acepção do seu ser divino-humano. A igreja é à base de sustentação da Verdade de Cristo no mundo. Seja o que for, até onde for, a Igreja, no entender de Paulo, é a coluna, o pilar, o baluarte da eterna verdade de Deus que se revela, que se corporifica em Jesus (1ª João 1.1-2).
6. Lampadários, castiçais (luxniai – Ap 1.20). A igreja não é a luz, mas o castiçal, a lâmpada na qual brilha a luz que é Cristo.
7. Família da fé (Óikeious – Gálatas 6.10). Refere-se aos indivíduos que, reunidos, formam a família espiritual, os seus componentes individuais unidos em só um corpo pela fé, em perfeita identidade espiritual.
8. Israel de Deus (Israel tou Theou – Gálatas 6.16). A Igreja é Israel tanto quanto Jesus é Jeová (conforme João 8.24, 28 e 58). O compromisso de Deus para a redenção do mundo passa pela Igreja como exclusivo canal (Efésios 2.10).
9. Noiva (nynfe – Apocalipse 22.17). Mais uma vez, o Novo Testamento repete uma imagem do Velho Testamento. Como Israel é a esposa de JHVH (Oséias 2.19), devendo-lhe absoluta fidelidade, a Igreja é a noiva de Cristo (Apocalipse 19.9; 21.2), devendo-lhe exclusivo amor.

A minha oração para este tempo que me cabe viver é que a Igreja seja, não a Igreja que o mundo quer, não a Igreja que a própria Igreja quer, mas a Igreja que Cristo quer, a Igreja com a qual ele sonhou para um tal tempo como este.
Nele, que é a verdadeira razão de sermos Igreja.
Soli Deo Glória
Tiago Nogueira de Souza

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