Atingidos pelos Reflexos...

sábado, 28 de março de 2009

Pessoas são pessoas...



Do blog... http://membrodebanco.blogspot.com/

Política pastoral

Na última vez que postei aqui sobre o assunto "política", algumas pessoas vieram me procurar para dar sua opinião sobre o assunto. Percebi que o texto rendeu muitos comentários e como minha intenção sempre é a de provocar uma reflexão que indique o ponto de vista teológico sobre o tema abordado, entendi que alcancei meu objetivo, que é o de pensar e fazer pensar... Ontem, lendo "O Jornal Batista", encontrei o artigo abaixo (por sinal muito bem escrito), que também deve fazer mais cabeças pensarem....

Os antropólogos, sociólogos e estudiosos do comportamento humano dizem que o humano é um ser político. O humano é, ao mesmo tempo, muito mais do que isto. Ele é muito complexo. Os cientistas que lidam com a genética - conforme li - afirmam que se colocarmos em linha reta o DNA contido em cada célula de nosso corpo, de ponta a ponta o mesmo alcançaria 5 milhões de quilômetros de extensão. Esta seria a soma de informações sobre este ser humano. Desta forma, quem criticaria o apóstolo Paulo quando afirmou “quem me julga é o Senhor“ (1 Coríntios 4.4)? Alguém o julgaria?

O pastor é um ser humano. Se o humano é um ser político, o pastor também tem sua forma de fazer política. Bem, perguntaremos: Qual a melhor política que um pastor pode realizar? Tenho observado alguns pastores. Há os que atuam de forma dramática. Por outro lado, outros são sisudos e autoritários. Além disso, existem os frios. Há também os altamente emotivos. Também merecem menção os que usam as ovelhas para obterem o apoio do rebanho. E assim por diante. É bom lembrar que há aqueles que gostam sempre de estar em evidência denominacional. Para atingir esta meta precisam sempre ocupar algum cargo.

Já que citamos alguns tipos de atuação pastoral vamos a um dos mais conhecidos pastores da nossa denominação. Este pastor teve uma atitude política singular. Durante três anos e meio o tesoureiro de sua igreja roubava dinheiro da tesouraria. O pastor guardou silêncio o tempo todo. Caso fosse pastor em nossos dias o tesoureiro seria, primeiro, demitido e depois excluído.

Outra atitude política singular foi tomada na escolha da liderança de sua igreja. Ele mesmo realizou este processo, não foi a assembléia da igreja que o desenvolveu. O pastor não se importou com as críticas que poderia receber. Duvido que um pastor nos dias de hoje, caso tivesse a oportunidade que ele teve, escolheria líderes tão problemáticos. Não havia nenhum que fosse de personalidade igual a do outro. Porém, a união e consenso que ele conseguiu foi um verdadeiro milagre. Jamais houve na face da terra um pastor que promovesse tanto os seus liderados como este pastor. Todos, com exceção de um, tornaram-se líderes reconhecidos no mundo todo e ao longo de toda a história. Que coragem teve este pastor!
Outra tática adotada por este pastor era a de nunca se defender. De certa feita, logo no início de meu ministério, imitei este pastor. Ao ser desafiado a colocar meu cargo em votação, embora tivesse apenas um ano de pastorado (e era meu primeiro ministério), coloquei o mesmo em votação. Iria me ausentar da igreja por alguns dias e o vice-moderador dirigiria a assembleia. Todos que tivessem alguma acusação contra mim poderiam expô-la, mas, de preferência, ninguém deveria me defender. Dos 230 membros, 200 compareceram. A última palavra antes da votação foi a de um adolescente de 13 anos. Ele afirmou o seguinte: “Não sei o que farei de minha fé se o meu pastor sofrer esta injustiça”. Ele foi o único a desobedecer a orientação que dei. Tive 196 votos a favor e apenas 4 contrários. Daquele dia em diante aprendi que o meu modelo de política pastoral deveria ser Jesus.

Qual foi a política pastoral de Jesus? A sua política foi a de não fazer política. Ele falava a verdade. Era totalmente transparente. Amava a todos e ponto final. Entretanto, o preço que ele pagou para realizar esta política foi tremendo. Ele pagou com a vida este tipo de política. Entretanto, vejam, com a sua morte ele deixou fabulosa herança para suas ovelhas. Uma herança tão fabulosa que a chamaram de Novo Testamento. Ele lhes deixou o céu. Ele veio para dividir conosco sua riquíssima herança e foi por isto que ele morreu. Apenas ele poderia crer que tal política daria certo. Bendito sejas tu meu modelo de política pastoral. Que eu jamais deixe de crer que esta é a política que deixas-te para eu praticar. Amém.

MANOEL DE JESUS THÉ
Pastor, colaborador de OJB

quarta-feira, 25 de março de 2009

Valorizando a Família !


Esse recebi da colega de faculdade Marta... Muito interessante, vou me esforçar para praticar...


Contruindo um Lar Cristão

O acordar pela manhã e o “acordar” para a vida têm muito em comum: a qualidade de sua continuação dependerá, em muito, de como eles transcorrerem. Um homem tinha dois ingressos preferenciais para a festa de encerramento das Olimpíadas. Chegando ao estádio tomou seu lugar na arquibancada. Já em meio à linda programação, um outro homem nota que um dos lugares estava vazio. Então, se aproxima e pergunta se o assento estava livre. Ao obter uma resposta positiva retruca:- É incrível! Quem, em seu juízo perfeito, tem um lugar como este, para a final das Olimpíadas, e não o usa? O primeiro homem olha para seu interlocutor e responde:- Bom, na realidade, o lugar também é meu. Eu o comprei há dois anos, com bastante antecedência. Minha esposa viria comigo, mas ela faleceu. Nós planejávamos assistir um final de Olimpíadas juntos e decidimos que, quando os Jogos Olímpicos ocorressem na Grécia, daríamos um jeito de vir. Este é um sonho antigo que começamos a acalentar desde que nos casamos, em 1982. Entre surpreso e comovido o outro diz:- Mas que pena que isso tenha acontecido! É terrível... - Mas você não encontrou outra pessoa que pudesse vir no lugar de sua esposa: um amigo, um vizinho, um parente... que quisesse o lugar? O homem nega com a cabeça e responde: - Não... todos preferiram ficar para o velório!Você levou um susto não foi? Esta piadinha tragicômica tem circulado pela Internet, alterando apenas os eventos, dependendo da ocasião: Copa do Mundo, Olimpíadas, corrida de Fórmula 1, ou algum show famoso. O intuito, porém, é o mesmo: mostrar a diferença das prioridades nas vidas das pessoas.Todos têm prioridades. Como ouvimos freqüentemente, sempre achamos tempo para as coisas que realmente são importantes para nós. Por isso é essencial que tenhamos um referencial confiável para estabelecer essas prioridades. Já é hora de acordar - literal e figurativamente falando - para isso. Temos de acordar para o fato de que a maneira como iniciamos o dia tem muito a ver com o clima do restante dele. Temos diante de nós duas opções: levantar com o pé esquerdo (frase que arrepia minha esposa canhota!), de mau humor, contaminando todos ao nosso redor; ou acordar ciente da misericórdia e da graça de Deus que se renovam a cada manhã e, por isso, com uma alegria contagiante. Percebemos a importância dos primeiros momentos matinais para estabelecer o “tom” do dia, em vários textos bíblicos. Reparamos que o patriarca Jó, “de madrugada... oferecia um holocausto em favor de cada um [de seus filhos]” (Jó 1.5). Jesus muitas vezes saía, de madrugada, para passar tempo em comunhão com seu Pai, antes de iniciar as atividades do dia (Marcos 1.35; Lucas 6.12). Moisés, pelo Espírito, conclamou os pais a ficarem “de vigia” desde os primeiros momentos do dia para educar seus filhos: “Ensine [as palavras de Deus] com persistência a seus filhos. Converse sobre elas... quando se deitar e quando se levantar” (Deuteronômio 6.7).Como enfrentamos os primeiros momentos do dia e os primeiros contatos com a família podem nos influenciar o dia todo. Infelizmente, vai contra a natureza humana da maioria pular da cama “feliz da vida”. Sem uma obra sobrenatural do Espírito de Deus, essa é a hora em que nossos corações revelam-se “nus e crus”. Precisamos que Deus nos toque desde os primeiros momentos do dia. “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo resplandecerá sobre ti!” (Efésios 5.14).Só Deus pode transformar nossa tendência natural para o egoísmo, isolamento, reclamação e irritação do início do dia, para algo que reflita o fruto do Espírito - amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade etc (Gálatas 5.22). Pense na última vez que você acordou atrasado e o banheiro estava ocupado. Depois você foi correndo para a cozinha, mas o leite já tinha acabado. Qual foi sua reação?Exatamente, por isso, cabe a nós “acordar” para algumas prioridades que podem e devem marcar até mesmo os primeiros momentos da manhã, estabelecendo uma atmosfera agradável para o dia. Oferecemos algumas sugestões, que costumamos utilizar em nossa família e que, talvez, possam ser úteis também na sua. O ponto é que nos conscientizemos da importância de melhorar o ambiente e permitir que Deus atue nos primeiros momentos do dia para a glória dele:1. Acorde com tempo suficiente. Quando perdemos a hora, levantamos mal. Estragamos o resto do dia antes dele começar. Mesmo sendo difícil precisamos nos disciplinar a acordar com tempo para dar conta das prioridades para o início do dia. (Também se aplica aos domingos!).2. Passe alguns momentos em oração antes de sair da cama. Prepare seu espírito para o novo dia. Agradeça a Deus pela noite de descanso. Peça que ele controle suas palavras, atitudes e ações. Confesse sua ansiedade, irritabilidade e egoísmo. Entregue seus planos para o dia. Talvez você não gaste mais de 30 segundos em oração, mas esses momentos de preparo espiritual podem fazer toda a diferença. (Não me refiro aqui a devocional. Algumas pessoas a fazem logo pela manhã. Outras preferem fazê-la mais tarde).3. Seja moderado nos primeiros contatos com outros seres humanos. Muitos demoram realmente a acordar. Infelizmente, alguns só podem ser declarados “vivos” depois das 10:00h da manhã. É engraçado, mas várias dessas pessoas se casam com aquelas que pulam da cama cedinho e começam a cantar e a dar glórias ao Senhor. E aí, os dois precisam de moderação: o dorminhoco ser mais amigável e o madrugador, mais respeitoso.4. Procure focalizar em outros e não em si mesmo. Minha esposa faz isso. Logo depois de acordar, sempre me pergunta como passei a noite e como estou me sentindo. Normalmente, demoro uns 15 minutos até conseguir “sair de mim mesmo” e fazer as mesmas perguntas. Estou aprendendo, com ela. Podemos fazer isso com nossos queridos sem longos discursos, com um simples e alegre cumprimento, engatilhando, depois, perguntas rápidas sobre seu bem-estar:- Bom-dia, Júnior! - Descansou bem?Pequenas frases podem nos fazer iniciar bem um novo dia. Acrescentadas a um abraço, um toque gentil, fornecem segurança e aconchego.5. Discipline palavras e atitudes. Temos de conhecer a nós mesmos e aos membros da nossa família, com pontos fortes e fracos, mostrando paciência e tolerância diante das irritações inevitáveis do início de um novo dia. Será que o apóstolo Paulo estava pensando na fila do banheiro quando escreveu: “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros...”? (Efésios 4.31,32). Peça a Deus que a vida de Jesus seja manifestada através de você e em suas palavras mesmo quando faltar pasta de dente, quando o leite acabar, quando alguém deixar cabelos no ralo do chuveiro ou quando outra pessoa pegar, justamente, as páginas do jornal que você queria ler! Essas atitudes não são naturais em nós. Precisamos nos concentrar nelas e deixar que o Pai faça a obra em nossas vidas.6. Tomem, sempre que possível, o café da manhã juntos. Para muitas famílias é realmente difícil todos estarem juntos para o café da manhã. Porém, mesmo que seja por poucos minutos, resgatar essa primeira refeição do dia com momentos em conjunto pode tornar tanto a nutrição, quanto os relacionamentos, mais saudáveis.7. Estabeleça uma atmosfera agradável ao redor da mesa. Os pais precisam tomar a frente nisto. Não tolere palavras ásperas, murmuração, gritaria ou egoísmo. “Passe o café, seu burro” tende a alienar as pessoas! O tom do dia começa com a atitude e com o exemplo dos próprios pais.8. Orem juntos. Ore antes ou depois do café, com todos presentes, de forma simples e rápida agradecendo a refeição, pedindo proteção e direção para as atividades do dia. Algumas famílias aproveitam para fazer, nessa hora, sua devocional familiar. Para a maioria, porém, o “culto doméstico” acaba se adequando mais para o final do dia. O que realmente importa é que pais e filhos se interessem pelas vidas e desafios uns dos outros. Aí se apresenta uma esplêndida oportunidade para os pais orientarem os filhos que enfrentam problemas de relacionamento com colegas, uma prova difícil, um evento esportivo importante etc. Por outro lado, os filhos também ficam mais “por dentro” das responsabilidades dos pais, tanto no trabalho quanto no cuidado do lar. E todos, juntos, podem buscar em Deus as forças necessárias para enfrentar o dia e o que ele trará!Nossas ações refletem nossas prioridades, seja numa arquibancada, na fila para escovar os dentes ou ao redor da mesa. Elas sempre demonstram quem somos e o que valorizamos, principalmente ao acordar. Nesse momento estratégico do dia, devemos nos lembrar das palavras de Jesus: “Sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15.5). Essa conscientização nos leva a correr para Aquele que tudo pode fazer, inclusive, com que nosso dia valha a pena. Realmente, já é hora de acordar!






David Merkh - Construindo um Lar Cristão

terça-feira, 24 de março de 2009

Li e gostei...

Hoje recebi esse texto do meu amigo de faculdade Tiago (http://www.tiagonogueira.com.br/ ), prometi e estou cumprindo taí a postagem:

Atualmente as pessoas, deste mundo pós-moderno, estão em busca de um poder real e comprovado em uma existência definida que possa mudar suas vidas. As pessoas estão em busca desse poder. As multidões correm de um lado para outro em busca de um poder que dê significado às suas vidas. Onde quer que elas encontrem esse poder, a ele se entregam para viver, matar ou morrer.

A Igreja pós-moderna não pode perder sua identidade, sua clareza e suas definições doutrinárias, que segundo o apóstolo Paulo, é a coluna e sustentáculo da verdade.

Todo o empreendimento humano, com o passar do tempo, tende a inverter a ordem dos fatores fins e meios, ou seja, a transformar os meios em fins e os fins em meios para alcançá-los. Para uma igreja cristã, essa inversão significa a morte da esperança, o esgotamento final do poder.

Isso tem me incomodado, algumas perguntas que não saem da minha cabeça: “Que espera da Igreja o mundo?”, “O que torna a Igreja relevante no mundo?” ou “Qual é a verdadeira natureza da Igreja?”

A Igreja é um organismo vivo, regido por princípios imutáveis, mas em constante movimento através da história. Os princípios que dão alicerce à teologia da Igreja são imutáveis, mas a sua prática deve acompanhar a evolução cultural da sociedade, evolução da qual a própria Igreja é parte, agente e impulsionadora, ou conforme define Werner Kaschel: “a verdadeira sabedoria consiste em manter equilíbrio entre a fidelidade aos princípios do Novo Testamento e a adaptação aos tempos em mutação”.
Portanto, a Igreja não pode ser uma instituição formal ou uma organização sem meios e fins definido, acredito que ser Igreja é ser uma comunidade (qahal / ekklesia) que possa ser:
1. O Corpo de Cristo (somatos tou Kristou – Efésios 4.12). Onde Cristo seja o kefalé (cabeça), um corpo não pode ter duas cabeças, uma cabeça não pode ter dois corpos. Tem que haver unidade, unidade em Cristo;
2. Povo Peculiar (eauto laon periousion – Tito 2.14 à Qahal de JHVH). Somos o seu povo por iniciativa do próprio Deus, não pelas nossas;
3. Rebanho de Deus (poimmion tou Theou – 1ª Pedro 5.2) – Somos o rebanho de Deus e para Ele. Deus nos comprou com o mais elevado preço, Cristo morreu na curz por nós.
4. Casa, edifício (oikdome – 1ª Coríntios 6.19). Conforme Efésios 2.21-22 nos diz: “o edifício inteiro cresce continuamente e conjuntamente para(ser)templo santo”. Não é a Igreja que se edifica, que se constrói a si mesma, mas ela é edificada. Cada um dos seus membros se une aos demais através do traço forte do amor. É como se fosse uma construção; as paredes crescem conjuntamente, cada tijolo segura os outros e pelos outros se firma através da liga de cimento e areia, assim deve ser a Igreja.
5. Coluna (pilar) e firmeza (baluarte, no latim firmamentum) da verdade (stilos kai edraioma tes aletheias – 1ª Timóteo 3.15). A igreja não é a verdade, mas o que sustenta a verdade. Jesus encarna a verdade eterna em seu próprio ser. Ele não somente conhece a verdade, fala a verdade, ensina a verdade, mas ele é a própria verdade na absoluta acepção do seu ser divino-humano. A igreja é à base de sustentação da Verdade de Cristo no mundo. Seja o que for, até onde for, a Igreja, no entender de Paulo, é a coluna, o pilar, o baluarte da eterna verdade de Deus que se revela, que se corporifica em Jesus (1ª João 1.1-2).
6. Lampadários, castiçais (luxniai – Ap 1.20). A igreja não é a luz, mas o castiçal, a lâmpada na qual brilha a luz que é Cristo.
7. Família da fé (Óikeious – Gálatas 6.10). Refere-se aos indivíduos que, reunidos, formam a família espiritual, os seus componentes individuais unidos em só um corpo pela fé, em perfeita identidade espiritual.
8. Israel de Deus (Israel tou Theou – Gálatas 6.16). A Igreja é Israel tanto quanto Jesus é Jeová (conforme João 8.24, 28 e 58). O compromisso de Deus para a redenção do mundo passa pela Igreja como exclusivo canal (Efésios 2.10).
9. Noiva (nynfe – Apocalipse 22.17). Mais uma vez, o Novo Testamento repete uma imagem do Velho Testamento. Como Israel é a esposa de JHVH (Oséias 2.19), devendo-lhe absoluta fidelidade, a Igreja é a noiva de Cristo (Apocalipse 19.9; 21.2), devendo-lhe exclusivo amor.

A minha oração para este tempo que me cabe viver é que a Igreja seja, não a Igreja que o mundo quer, não a Igreja que a própria Igreja quer, mas a Igreja que Cristo quer, a Igreja com a qual ele sonhou para um tal tempo como este.
Nele, que é a verdadeira razão de sermos Igreja.
Soli Deo Glória
Tiago Nogueira de Souza

segunda-feira, 23 de março de 2009

Arrependimento...

Lembro de nos últimos 15 anos , ter ouvido algumas vezes, citações de A.W. Tozer e Charles Spurgeon em alguns sermões... Alguém saberia me dizer porque isso não é mais tão comum...?

A. W. TOZER (1897 - 1963) “Devemos nos preocupar com o 'arrependimento' que é apenas uma mudança de localização. Ao passo que outrora pecávamos na terra longínqua entre os porqueiros, agora somos companheiros de pessoas religiosas, consideravelmente mais limpas e muito mais respeitáveis na aparência, por certo, mas não estamos mais próximos da verdadeira pureza de coração do que antes. O pecado pode mudar de aparência sem mudar de natureza. Um cristianismo sem poder não faz nenhuma diferença fundamental na vida de uma pessoa. A água pode mudar de líquido para vapor, de vapor para neve e de novo para líquido, e continua fundamentalmente sendo a mesma coisa. Assim, o cristianismo sem poder faz no homem diversas mudanças superficiais, porém, deixando-o exatamente igual ao que era antes. É justamente aí que está a armadilha. As mudanças são apenas de forma, não de natureza. Por trás do homem não religioso e do homem que recebeu o evangelho sem poder estão os mesmos motivos; Um ego não abençoado jaz no fundo de ambas as vidas, com a diferença que o ultimo aprendeu a disfarçar melhor o defeito. Os seus pecados são mais refinados e menos ofensivos do que antes, mas não é melhor aos Olhos de Deus. Na verdade pode ser pior, pois Deus abomina o artificialismo e o fingimento. Ele se torna vítima de um cristianismo sem poder. O homem que recebeu a Palavra sem poder apurou a sua sebe, mas esta continua sendo uma sebe de espinhos e jamais poderá produzir os frutos da nova vida. Os homens não podem colher uvas dos espinheiros nem figo dos abrolhos. Entretanto, tal homem pode ser um líder na igreja, e as suas idéias podem chegar a influenciar sua geração.” (A.W. Tozer, 1951)

sábado, 21 de março de 2009

Homilética ? O que é isso ?

Visitando o blog do meu amigo Anderson http://fazendotheoslogia.blogspot.com/ me deparei com o vídeo abaixo... Nem vou comentar nada...O Anderson já expressou o que penso em sua postagem...

"Independente da humildade do "pregador", e sua falta de instrução, o que é notório pelos seus erros de português, o que é motivo de entristecimento de todos que apreciam o estudo, o que mais me deixou encabulado, e me deu a certeza de que essa é a pior pregação que já ouvi, são os erros cometidos pelo ilustre "pregador":
- Elias morto com Cristo ?!?
- Pedro e Tiago filhos do trovão ?!?
- Deus falando a Davi "nova criatura, eis que tudo se fez novo" ?!?
- João, Pedro e Tiago subindo ao Templo e curando o homem coxo que era o cego Bartimeu ?!?
- Ocavaleio, do Apocalipse, "azul" ?!?
- Se você não tiver amor, nada é impossível par ir pro céu! ?!?
- Jó vivia na região de Sodoma e Gomorra ?!?
- O dilúvio foi uma lágrima de Deus ?!?
- A cobra falando para Eva: "Come essa 'maçã' que essa 'maçã' não faz mal" ?!?
É muito triste uma situação como essa. Ao mesmo tempo que acho engraçado, sinto um aperto no peito. Espero que o Senhor tenha misericórdia, tanto desse pregador, quanto de mim!"

Música

quinta-feira, 19 de março de 2009

Crescimento da Igreja: Um Drama


Não tem jeito..., vira e mexe eu volto nesse assunto. Fui até questionado outro dia por um Pastor com a seguinte pergunta: “Quem está o influenciando ?” (rs.) A influência vem principalmente do estudo das Sagradas Escrituras. Apóstolo Paulo, Mateus, Marcos, Lucas, João, dos ensinos de Jesus Cristo... e de alguns comentários de Charles Spurgeon, A.W Tozer...e por aí vai. Penso em me aprofundar no assunto e escrever meu Trabalho de Conclusão do Curso de Teologia dentro desse tema. Tenho sido incentivado por professores e amigos na faculdade a levar em frente essa idéia. Entre as leituras que tenho feito, separei a desse artigo que estou postando hoje e que foi escrito pelo ex-diretor da Faculdade Teológica Batista de Campinas, Pastor da Igreja Batista Central de Sorocaba - Natanael Gabriel da Silva.


Crescimento Da Igreja: Um Drama


Drama mesmo, não quero pensar por menos. Deixou de ser alvo, para ser uma condição dramática. Deixou de ser a aplicação da vontade de Deus como solução ao ser humano sem rumo, para virar mercado. Mercado não apenas econômico, mas também. Tem as mesmas regras das relações comerciais, só que aplicadas à agregação de outros valores. É uma competição por números que parece não ter limites. A primeira pergunta que se faz a um pastor que se conheceu recentemente ou que foi para uma outra Igreja, é: quantos membros tem a “sua” Igreja? Sua Igreja cresce quanto por ano? Quantos batismos? Se a sua Igreja não cresce deve ter alguma coisa errada! Claro que tem coisa errada! Tem coisa errada com igrejas que crescem, que decrescem ou que não crescem! Tem coisa errada com igrejas conservadoras, carismáticas, pentecostais e neo-pentecostais. Só que a “coisa errada” é procurada só tendo em vista o número de membros. Quase sempre as questões éticas, a ausência de comunhão, formas de cultos, etc, que são parte também das igrejas que crescem, via de regra, são diminuídas, quase esquecidas, até mesmo justificadas, pois afinal, a igreja cresce. Se a Igreja cresce, tem o direito de ter outras coisas, ou de aprender a conviver com determinadas situações, porque afinal, a igreja cresce. Crescimento de igreja passa a ser como quando a gente era criança: quando crescer, sara! Igreja que cresce é como se sarasse de tudo.

Tem muita coisa que a gente não entende neste negócio. Não dá para tomar por base o colegiado apostólico de Jesus, mas é sempre um bom começo. Não se pode justificar que uma igreja deva ficar com doze membros o resto da vida só porque no começo foi assim. Só que a gente não pode esquecer que Jesus também condenou quem o procurava apenas por causa do pão para matar a fome. Também foi o mesmo Jesus que disse que o caminho que conduz à salvação é estreito. É difícil convencer as pessoas de que Jesus é o único caminho. Sei que a melhor coisa seria aumentar a largura da porta, mas não é possível sem que se perca a mensagem central do cristianismo.

Não estou aqui tentando resolver o problema do crescimento da igreja num minúsculo artigo como este. Não tenho esta pretensão. Só não é simples lidar com as expectativas dos próprios membros da Igreja que estão sendo enxovalhados pela competição mercadológica. São muitas vezes pessoas sinceras que não fazem a leitura do que está “por trás” desta discussão que parece interminável. É aí que reside o drama: a frustração por não participar de algo maior; a expectativa de que onde estão poderia ser diferente; quase um sonho de participar de uma comunidade assim. A questão é que o problema é “anterior” ao que pensamos. Passa por expectativas e até mesmo a cultura televisiva de se ver o próximo capítulo, ou ainda de se esperar o terceiro filme da série que certamente terá mais efeitos especiais. Não dá para competir. As comunidades religiosas são sempre superadas por outras, que um dia também serão superadas por outras e assim por diante. A repetição enjoa, cultos iguais, mesmos sermões (senão iguais, parecidos) e pessoas com os mesmos problemas. É melhor procurar um capítulo novo com resultados menos previsíveis.

Algo parece certo: se você acha que a igreja deveria crescer mais, isto pode ser bom. Será bom se o foco de seu pensamento for a paixão pelas almas perdidas, e não pelo simples fato de crescer. Será bom se a preocupação for a de querer ver pessoas regeneradas, salvas, transformadas, vidas refeitas, lares reconstruídos, esperança para os desesperançados. Será ruim se a questão for a de querer ter mais gente, só para se ter mais gente. Só para se ter cultos mais concorridos, templo maior, mais gente para trabalhar e fazer isto ou aquilo. Será ruim se for para dizer do seu ministério para outros. Ministério que deu certo, que você é o melhor pastor ou líder porque pastoreia ou lidera mais pessoas que qualquer outro.

Com todo o “crescimento” de algumas comunidades, ainda continuo achando que evangelizar é mais do que agregar pessoas ou reunir adeptos. É mais do que pertencer a uma comunidade ou se ter “bons” cultos. Ainda acho que é a tarefa mais difícil da Igreja e não terá sentido se o “convertido” não puder dizer com toda a convicção de que recebeu por meio de Jesus a salvação eterna. O que passa disso (ou não chega a isto) é apenas mercado e não deve impressionar ninguém.


Pastor Natanael Gabriel da Silva
Graduado em Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Registro (1986) , graduação em Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Sorocaba (1996) , graduação em Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (1982) , especialização em Lato Sensu - Administração Escolar pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Santana (1991) , especialização em Lato Sensu Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo (1999) , mestrado e doutorado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2007).

domingo, 15 de março de 2009

Criacionismo x Evolucionismo (o retorno)...


Adauto J. B. Lourenço, B. Sc., MSc., é formado em Física pela Bob Jones University, USA. Mestrado em Física Nuclear pela Clemson University, USA. Pesquisador responsável em Sistemas de Imagem de Estruturas Atômicas (Oak Ridge National Laboratory), é membro da American Physics Society, EUA e pesquisador em Trocas de Energia em Nível Atômico (Max Planck Institut für Stromunsgsforchung, Alemanha). Uma das características mais marcantes de prof. Adauto Lourenço tem sido a sua habilidade em transmitir conceitos difíceis da Ciência de uma forma compreensível e agradável, para públicos de várias idades e de diferentes níveis de conhecimento. É também formado em teologia pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida, casado com Sueli e pai de três moças.
Para quem se interessa em explicar a fé através da ciência, vale a pena assistir outras palestras do Prof. Adauto, disponíveis no Youtube.

sábado, 14 de março de 2009

Mais um selo...

O Reflexos Teológicos foi agraciado com outro selo. Desta vez, foi nosso amigo Thiago Azevedo do Blog "Descanso da Alma" ( http://descansodaalma.blogspot.com/ ) quem indicou que vale a pena acompanhar esse blog... Valeu Thiago... A recíproca é verdadeira !
Abraços
José Junior

quinta-feira, 12 de março de 2009

Adoradores ou Consumidores ?


Igreja monta ringue de vale-tudo em templo para atrair jovens

SÃO PAULO - Preocupados em atrair mais jovens aos cultos, integrantes da Igreja Renascer em Cristo em Alphaville, na Grande São Paulo, montaram um ringue de vale-tudo ao lado do altar para que os jovens possam praticar o esporte. "Queremos atrair mais jovens", conta o bispo Leandro Miglioli, 33, de jeans e camiseta polo. As informações são do jornal "Folha de S. Paulo".


Dois, três, quatro rounds e, com o perdedor estirado na lona, o pastor Mazola encerra a primeira série de lutas e anuncia o início do culto. Sem álcool e cigarro, mas com a pancadaria tradicional do esporte, o festival reuniu frequentadores de academias da região para se enfrentarem no ringue colado ao altar. O público (bermuda, chinelo, tatuagem) vibrava. O locutor do embate ficava no palco onde os pastores fazem as pregações. Na pausa para louvor no mesmo local, o pastor Mazola (cabeça raspada e camiseta regata de lutador) contou que já foi usuário de drogas e convocou os presentes a se converterem.
"Cerca de 60 jovens entregaram a vida para Jesus", diz Miglioli, que cadastrou nomes e telefones dos convertidos. Culto encerrado, a luta continua -até depois das 3h30, cinco horas após começar. Satisfeita, a igreja fará outro campeonato neste ano...


Adoradores ou Consumidores?
O Outro Lado da Herança de Charles G. Finney. /Augustus Nicodemus Lopes. A palavra "evangélicos" tem se tornado tão inclusiva que corre o perigo de se tornar totalmente vazia de significado — R. C. Sproul

Em certa ocasião o Senhor Jesus teve de fazer uma escolha entre ter 5 mil pessoas que o seguiam por causa dos benefícios que poderiam obter dele, ou ter doze seguidores leais, que o seguiam pelo motivo certo (e mesmo assim, um deles o traiu). Em outras palavras, uma decisão entre muitos consumidores e poucos fiéis discípulos. Refiro-me ao evento da multiplicação dos pães narrado em João 6. Lemos que a multidão, extasiada com o milagre, quis proclamar Jesus como rei, mas ele recusou-se (João 6.15). No dia seguinte, Jesus também se recusa a fazer mais milagres diante da multidão pois percebe que o estão seguindo por causa dos pães que comeram (6.26,30). Sua palavra acerca do pão da vida afugenta quase que todos da multidão (6.60,66), à exceção dos doze discípulos, que afirmam segui-lo por saber que ele é o Salvador, o que tem as palavras devida eterna (6.67-69). O Senhor Jesus poderia ter satisfeito às necessidades da multidão e saciado o desejo dela de ter mais milagres, sinais e pão. Teria sido feito rei, e teria o povo ao seu lado. Mas o Senhor preferiu ter um punhado de pessoas que o seguiam pelos motivos certos, a ter uma vasta multidão que o fazia pelos motivos errados. Preferiu discípulos a consumidores.Infelizmente, parece prevalecer em nossos dias uma mentalidade entre os evangélicos bem semelhante à da multidão nos dias de Jesus. Parece-nos que muitos, à semelhança da sociedade em que vivemos, tem uma mentalidade de consumidores quando se trata das coisas do Reino de Deus. O consumismo característico da nossa época parece ter achado a porta da igreja evangélica, tem entrado com toda a força, e para ficar. Por consumismo quero dizer o impulso de satisfazer as necessidades, reais ou não, pelo uso de bens ou serviços prestados por outrem. No consumismo, as necessidades pessoais são o centro; e a "escolha" das pessoas, o mais respeitado de seus direitos. Tudo gira em torno da pessoa, e tudo existe para satisfazer as suas necessidades. As coisas ganham importância, validade e relevância à medida em que são capazes de atender estas necessidades. Esta mentalidade tem permeado, em grande medida, as programações das igrejas, a forma e o conteúdo das pregações, a escolha das músicas, o tipo de liturgia, e as estratégias para crescimento de comunidades locais. Tudo é feito com o objetivo de satisfazer as necessidades emocionais, psicológicas, físicas e materiais das pessoas. E neste afã, prevalece o fim sobre os meios. Métodos são justificados à medida em que se prestam para atrair mais freqüentadores, e torná-los mais felizes, mais alegres, mais satisfeitos, e dispostos a continuar a freqüentar as igrejas. Esta mentalidade consumista por parte de evangélicos se mostra por vários ângulos. Numa pesquisa recente feita pelo instituto Gallup nos Estados Unidos constatou-se que quatro a cada 10 americanos estão envolvidos em pequenos grupos que se reúnem semanalmente buscando saída para o envolvimento com drogas, problemas familiares, solidão e isolacionismo. Embora evidentemente muitos estarão em busca de uma oportunidade para aprofundar a experiência cristã e crescer no conhecimento de Deus, a maioria, segundo Gallup, busca satisfazer suas necessidades pessoais. De acordo com a revista Newsweek, um a cada cinco americanos sofre de alguma forma de doença mental (incluindo ansiedade, depressão clínica, esquizofrenia, etc.) durante o curso de um ano. E disso se aproveitam os espertos. Uma denúncia contra a indústria evangélica de saúde mental foi feita ano passado por Steve Rabey em Christianity Today. Cada vez mais cresce o marketing nas igrejas na área de aconselhamento, com um número alarmante de profissionais cristãos oferecendo ajuda psicológica através de métodos seculares. A indústria de música cristã tem crescido assustadoramente, abandonando por vezes seu propósito inicial de difundir o Evangelho, e tornando-se cada vez mais um mercado rentável como outro qualquer. A maioria das gravadoras evangélicas nos Estados Unidos pertence à corporações seculares de entretenimento. As estrelas do gospel music cobram cachês altíssimos para suas apresentações. Num recente artigo em Strategies for Today’s Leader, Gary McIntosh defende abertamente que "o negócio das igrejas é servir ao povo". Ele defende que a igreja deve ter uma mentalidade voltada para o "cliente", e traçar seus planos e estratégias visando suas necessidades básicas, e especialmente faze-los sentir-se bem. Um efeito da mentalidade consumista das igrejas é o que tem sido chamado de "a síndrome da porta de vai-e-vem". As igrejas estão repletas de pessoas buscando sentido para a vida, alívio para suas ansiedades e preocupações. Assim, elas escolhem igrejas como escolhem refrigerantes. Tão logo a igreja que freqüentam deixa de satisfazer as suas necessidades, elas saem pela porta tão facilmente quanto entraram. As pessoas buscam igrejas onde se sintam confortáveis, e se esquecem de que precisam na verdade de uma igreja que as faça crescer em Cristo e no amor para com os outros. Creio que há vários fatores que provocaram a presente situação. Ao meu ver, um dos mais decisivos é a influência da teologia e dos métodos de Charles G. Finney no evangelicalismo moderno. Houve uma profunda mudança no conceito de evangelização ocorrida no século passado, devido ao trabalho de Charles Finney. Mais do que a teologia do próprio Karl Barth, a teologia e os métodos de Finney têm moldado o moderno evangelicalismo. Ele é o herói de Jerry Falwell, Bill Bright e de Billy Graham; é o celebrado campeão de Keith Green, do movimento de sinais e prodígios, do movimento neopentecostal, e do movimento de crescimento da igreja. Michael Horton afirma que grande parte das dificuldades que a igreja evangélica moderna passa é devida à influência de Finney, particularmente de alguns dos seus desvios teológicos: "Para demonstrar o débito do evangelicalismo moderno a Finney, devemos observar em primeiro lugar os desvios teológicos de Finney Estes desvios fizeram de Finney o pai dos fatores antecedentes aos grandes desafios dentro da própria igreja evangélica hoje: o movimento de crescimento de igrejas, o neopentecostalismo, e o reavivalismo político". Para muitos no Brasil seria uma surpresa tomar conhecimento do pensamento teológico de Finney. Ele é tido como um dos grandes evangelistas da Igreja Cristã, e estimado e venerado por evangélicos no Brasil como modelo de fé e vida. E não poderia ser diferente, visto que se tem publicado no Brasil apenas obras que exaltam Finney. Desconheço qualquer obra em português que apresente o outro lado. Meu alvo, neste artigo, não é escrever extensamente sobre o assunto, mas mostrar a relação de causa e efeito que existe entre o ensino e métodos de Finney e a mentalidade consumista dos evangélicos hoje. Em sua obra sobre teologia sistemática (Systematic Theology [Bethany, 1976]), escrita pelo fim de seu ministério, quando era professor do seminário de Oberlin, Finney revela ter abraçado ensinos estranhos ao Cristianismo histórico. Ele ensina que a perfeição moral é condição para justificação, e que ninguém poderá ser justificado de seus pecados enquanto tiver pecado em si (p. 57); afirma que o verdadeiro cristão perde sua justificação (e conseqüentemente, a salvação) toda vez que peca (p. 46); demonstra que não acredita em pecado original e nem na depravação inerente ao ser humano (p. 179); afirma que o homem é perfeitamente capaz de aceitar por si mesmo, sem a ajuda do Espírito Santo, a oferta do Evangelho. Mais surpreendente ainda, Finney nega que Cristo morreu para pagar os pecados de alguém; ele havia morrido com um propósito, o de reafirmar o governo moral de Deus, e nos dar o exemplo de como agradar a Deus (pp. 206-217). Finney nega ainda, de forma veemente, a imputação dos méritos de Cristo ao pecador, e rejeita a idéia da justificação com base da obra de Cristo em lugar dos pecadores (pp. 320-333). Quanto à aplicação da redenção, Finney nega a idéia de que o novo nascimento é um milagre operado sobrenaturalmente por Deus na alma humana. Para ele, "regeneração consiste no pecador mudar sua escolha última, sua intenção e suas preferência; ou ainda, mudar do egoísmo para o amor e a benevolência", e tudo isto movido pela influência moral do exemplo de Cristo ao morrer na cruz (p. 224).Finney, reagindo contra a influência calvinista que predominava no Grande Avivamento ocorrido na Nova Inglaterra do século passado, mudou a ênfase que havia à pregação doutrinária para uma ênfase à fazer com que as pessoas "tomassem uma decisão", ou que fizessem uma escolha. No prefácio da sua Systematic Theology ele declara a base da sua metodologia: "Um reavivamento não é um milagre ou não depende de um milagre, em qualquer sentido. É meramente o resultado filosófico da aplicação correta dos métodos." Finney não estava descobrindo uma nova verdade, mas abraçando um erro antigo, defendido por Pelágio no século IV, e condenado como herético pela Igreja, ou seja, que nenhum de nós nasce pecador; o homem, por nascimento, é neutro, e capaz de fazer escolhas para o bem e para o mal com inteira liberdade. Finney tem sido corretamente descrito por estudiosos evangélicos como sendo semi-pelagiano (ou mesmo, pelagiano) em sua doutrina, e um dos responsáveis maiores pela disseminação deste erro antigo entre as igrejas modernas. Na teologia de Finney, Deus não é soberano, o homem não é um pecador por natureza, a expiação de Cristo não é um pagamento válido pelo pecado, a doutrina da justificação pela imputação é insultante à razão e à moralidade, o novo nascimento é produzido simplesmente por técnicas bem sucedidas, e avivamento é o resultado de campanhas bem planejadas com os métodos corretos. Antes de Finney, os evangelistas reformados aguardavam sinais ou evidências da operação do Espírito Santo nos pecadores, trazendo-os debaixo de convicção de pecado, para então guiá-los à Cristo. Não colocavam pressão sobre a vontade dos pecadores, por meio psicológicos, com receio de produzir falsas conversões. Finney, porém, seguiu caminho oposto, e seu caminho prevaleceu. Já que acreditava na capacidade inerente da vontade humana de tomar decisões espirituais quando o desejasse, suas campanhas de evangelismo e de reavivamento passaram a girar em torno de um simples propósito: levar os pecadores a fazer uma escolha imediata de seguir a Cristo. Com isto, introduziu novos métodos nos seus cultos, como o "banco dos ansiosos" (de onde veio a prática de se fazer apelos ao final da mensagem), o uso de qualquer medidas que provocassem um estado emocional propício ao pecador para escolher a Deus, o que incluía apelos emocionais e denúncias terríveis do pecado e do juízo. O impacto dos métodos reavivalistas de Finney no evangelicalismo moderno são tremendos. Seus sucessores têm perpetuado estes métodos e mantido as características do fundador: o apelo por decisões imediatas, baseadas na vontade humana; o estímulo das emoções como alvo do culto; o desprezo pela doutrina; e a ênfase que se dá na pregação a se fazer uma escolha, em vez da ênfase às grandes doutrinas da graça. As igrejas evangélicas de hoje, influenciadas pela teologia e pelos métodos de Finney, acreditando que reavivamentos podem ser produzidos, e que pecadores podem decidir seguir a Cristo quando o desejarem, têm adotado táticas e práticas em que as pessoas são vistas como clientes, e que promovem a mentalidade consumista nas igrejas evangélicas.A relação entre os métodos de Finney e o espírito consumista moderno foi corretamente notado por Rodney Clapp, em recente artigo na Christianity Today (Outubro de 1966): "Ao enfatizar a importância de se tomar uma decisão para Cristo, Charles Finney e outros reavivalistas ajudaram na sacramentalização da ‘escolha’, elemento chave do consumismo capitalista de hoje. O reavivalismo [de Finney] encorajava sentimentos de êxtase e a abertura do indivíduo para mudanças costumeiras de conversão e reconversão" (p. 22). O Senhor Jesus preferiu doze seguidores genuínos a ter uma multidão de consumidores. Creio que a igreja evangélica brasileira precisa seguir a Cristo também aqui. É preciso que reconheçamos que as tendências modernas em alguns quartéis evangélicos é a de produzir consumidores, muito mais que reais discípulos de Cristo, pela forma de culto, liturgias, atrações, e eventos que promovem. Um retorno às antigas doutrinas da graça, pregadas pelos apóstolos e pelos reformadores, enfatizando a busca da glória de Deus como alvo maior do homem, poderá melhorar esse estado de coisas.


Rev. Augusto Nicodemos Lopes (Igreja Presbiteriana do Brasil)

segunda-feira, 9 de março de 2009

Ateu Darwinista x Teísta Criacionista

Copiar link do blog Pulpito Cristão = alguns minutos de sono perdido...
Criar esse texto introdutório = + alguns minutinhos pensando...
A cara do ateu Peter Atkins no final do vídeo.... não tem preço !



Vemos nesse vídeo parte do debate do Dr. William Lane Craig com o ateu darwinista Peter Atkins. Em certo ponto do debate, Atkins argumentou que a ciência podia explicar tudo, portanto, Deus não era mais necessário. Para ele, as proposições metafísicas não podem ser provadas, portanto, não podem ser verdadeiras. Craig dá uma tremenda "raquetada" em Atkins ao provar que há várias verdades que não podem ser submetidas ao método científico, mas que nem por isso são menos cognoscíveis.Contudo, a parte mais engraçada é aquela em que o moderador do debate, William F. Buckley Jr. não consegue conter sua admiração com o argumento do Craig, e diz para o coitado do Atkins, que nesse momento já estava com uma tremenda cara de marmita: "Ponha isso no seu cachimbo e fume!" (o que deve ser a versão americana de "chupa essa manga!", kkk)
.***Fonte:
Apologia do Cristianismo

domingo, 8 de março de 2009

A Filosofia da Liberdade




"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará..." João 8:32


“Porque o cristão está desligado de todos os mandamentos e em uso de sua liberdade, tudo quanto faça, o fará voluntária e desinteressadamente, sem buscar nunca seu próprio proveito e sua própria salvação, mas unicamente para agradar a Deus."


“Deduz-se, de tudo isso, que o cristão não vive em si mesmo, mas em Cristo e o próximo. Em Cristo, pela fé, e no próximo, pelo amor. Pela fé o cristão se eleva até Deus e de Deus se curva pelo amor; mas sempre permanece em Deus e no amor divino(...) Eis aí a liberdade verdadeira, espiritual e cristã, que livra o coração de todo o pecado, mandamento e lei. É a liberdade que supera a toda outra liberdade, tal como os céus superam a terra.”


Extratos do livro:Da Liberdade Cristã - Editora Sinodal - São Leopoldo - RS


sábado, 7 de março de 2009

Selado !


Olha que legal...apesar de minhas muitas limitações e falta de tempo para cuidar melhor desse espaço, recebi do amigo Teóphilo ( http://teophilo.blogspot.com/ ) o selo "Olha que Blog Maneiro!. Fiquei feliz e agradeço ao Teóphilo pela consideração e por todos os leitores que tem me dado o prazer e a alegria de compartilhar minhas reflexões sobre Teologia... Meu desejo é que todos sejamos de alguma maneira abençoados com tudo que temos visto e ouvido !

"Então, vou honrar a indicação recebida e participar conforme as regras, que são:
1. Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” que você acabou de ganhar!
2. Poste o link do blog que te indicou.
3. Indique 10 blogs de sua preferência.
4. Avise seus indicados.
5. Publique as regras.
6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7. Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para
olhaquemaneiro@gmail.com
juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.

Então, vamos à relação com meus 10 indicados para o Selo “Olha Que Blog Maneiro” que, para aqueles que não sabem, foi criado por Guilherme Bandeira, em seu blog “Olha Que Maneiro”.



1 - http://teophilo.blogspot.com/ - Esse mundo Jaz no Maligno
2 - http://fazendotheoslogia.blogspot.com/ - Anderson
3 - http://seminaristasftbc.blogspot.com/ - FTBC
4 - http://propositoeterno.blogspot.com/- Fabio Cruvinel
5 - http://fundamentosinabalaveis.blogspot.com/-Mauricio Montagnero
6 - http://www.tiagonogueira.com.br/ - Tiago Nogueira
7 - http://jordannyblog.blogspot.com/ - Jordanny
8 - http://bereiano.blogspot.com/ - Bereiano
9 - http://hojeteologia.blogspot.com/ -A fé em busca de entendimento
10- http://pulpitocristao.blogspot.com/ - Leonardo Gonçalves

Que a "brincadeira" sirva de incentivo á todos para que continuem escrevendo e divulgando as palavras da vida Eterna, que só encontramos em Jesus...

Grande abraço á todos...

José Junior

Música Anos 80


Música Evangélica Anos 80...Eu ouvi !

sexta-feira, 6 de março de 2009

Utopia ?


Na próxima semana, estarei juntamente com um grupo da Igreja Batista da qual faço parte, iniciando um trabalho que visa o aprimoramento da capacitação de professores e líderes na área de ensino bíblico. Esse compromisso levou-me á algumas leituras e reflexões sobre o tema educação.


Sandro e Karina Nascimento em seus estudos sobre Educação na Igreja, comentam com propriedade sobre o assunto:


“Atualmente nota-se um declínio cada vez mais acentuado, da importância da Escola Bíblica na Igreja. Questiona-se sobre a “Identidade Batista” e o motivo de sua descaracterização. Qustiona-se sobre a evasão de membros nas igrejas. Questiona-se sobre a falta de pemanência de novos convertidos no convívio eclesiástico. Questiona-se a fragilidade doutrinária dos membros. Enfim, questiona-se sobre a fraca vida devocional do crente e a facilidade com que este se desvia da vida cristã... Vê–se Escolas Bíblicas fracas, debilitadas, adormecidas ou inexistentes...”

Falar sobre educação seja ela Cristã ou secular, em tempos onde vemos pais que estupram e engravidam filhas de apenas 9 anos de idade, matam e esquartejam seus filhos ou os jogam ainda vivos pela janela do 6º andar de um prédio, devia ser o profundo desejo de qualquer um que se preocupa com o bem estar de nossa sociedade e da mudança do quadro de degradação em que vivemos. E precisamos de alguma maneira nos esforçar para isso, educar ! Sei que alguns vão dizer que vivemos dias maus, e que de acordo com as promessas bíblicas, tudo tende a piorar... Mas, o que penso, é que como Cristãos, podemos e devemos querer mudar esse quadro. As promessas que hão de se cumprir, não anulam a minha e a sua responsabilidade por tudo que acontece à nossa volta. Ainda essa semana o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse:


“Antes do nosso governo a coisa mais habitual era um prefeito acusar o governador pela violência. O governador, para se livrar, acusava o presidente da República, que dizia que a responsabilidade era do Estado. Acabamos com essa transferência de responsabilidade o problema é de vocês, é meu, é do governador, do prefeito, do deputado, da igreja evangélica, da Igreja Católica”, disse isso após afirmar que os dias maus em que vivemos deve-se à um processo de degradação da estrutura de nossa sociedade. "

Sem querer entrar na questão da transferência de responsabilidade estado x igreja, eu creio que a Igreja Evangélica tenha sim sua parcela de responsabilidade, naquilo que acredito, ela possa mudar. Utopia ? Talvez. Mas quando se fala de utopia, para muitos se trata de uma coisa irreálizável. Mas a utopia é mais do que isso... A utopia é a representação de uma situação ideal onde vigoram normas e instituições altamente aperfeiçoadas. A utopia seria então ao meu ver, o objetivo final daquilo que imaginamos ser o ideal, o perfeito. Por isso uma visão utópica passa obrigatóriamente por um processo criativo : É energia gerada por nossa própria alma permitindo chegar a uma situação melhor... Em função disso se necessário for, e acredito ser.... eu vivo o mundo da utopia que é também o mundo da esperança.


Esperança de ver pessoas, tantas quantas eu possa ajudar, aprendendo aquilo que possa fazer a diferença na sociedade onde vivo, estudando a perfeita e transformadora Palavra de Deus que não volta vazia e faz crescê-las espiritualmente. Esperança de ver pessoas, seres humanos como eu, usando a Palavra de Deus como instrumento indispensável no processo de mudança da sociedade, pois essa Palavra , “...é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas.” ... e por fim, eu acredito na Palavra de Deus como a principal e única esperança para mudar esse quadro que hoje vemos, pois acredito que a bíblia é inspirada por Deus...” e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, ...” (II Tim. 3.16-17)

Utopia ?

“Crer numa utopia. Esta fé, no contexto do nosso mundo tecnocrata, significa nadar contra a corrente. Essa atitude pode parecer boba, infantil e “quixotesca”. Cremos no entanto, que é preferível ser assim que diferentemente apenas para obter cargos , lugares e favores. Acreditamos que na construção de uma nova sociedade, as “quixotadas”, provenientes da utopia, têm um lugar fundamental. A história que o diga”.(Cipriano Luckesi)

Mãos à obra !
José B. Silva Junior

domingo, 1 de março de 2009

Ideologia

Seria cômico se não fosse trágico... O rapaz apresenta uma ideologia "muito doida"... sobre"cadeia produtiva e mercado de trabalho" e o perdão de Jesus. O repórter de maneira bem humorada procura "teologar" com ele. A que ponto chega uma mente dominada pelos mecanismos malignos.(como diria nosso amigo Teophilo) http://teophilo.blogspot.com/


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