Atingidos pelos Reflexos...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Morte, como lidamos com ela ?


Conversando essa semana com um pastor amigo meu, que acabara de fazer uma visita á uma pessoa com uma grave enfermidade, trocamos algumas rápidas palavras sobre a dificuldade que temos em lidar com graves enfermidades e com a morte ou a iminência dela.

Ao nos encontrarmos frente a pessoas nessa situação, temos a tendência de perder as palavras, e nos consternar a ponto de sofrer um grande desequilíbrio emocional. A morte, seja ela repentina ou pré-anunciada, definitivamente é uma situação para a qual nós humanos, não fomos preparados...

Fiquei pensando nisso e lembrei-me de um relato bíblico que nos apresenta uma situação que aponta para uma reflexão sobre o sentimento que temos ante as graves enfermidades e à morte...

O evangelho de João, nos conta sobre um homem chamado Lázaro que sofria de uma enfermidade que imaginamos, era grave, pois levou-o a falecer. Marta, sofria terrivelmente com a morte do irmão, quando Jesus aparece e diz que irá “despertá-lo”.

Na sequência essas são as palavras de Marta a Jesus: “Senhor, agora após quatro dias, deve cheirar mal”. (Jo. 11:39). Interessante notarmos que Jesus vai ao túmulo de Lázaro somente quatro dias após seu falecimento... e isso pode nos esclarecer o motivo de suas palavras no início do texto: “Esta enfermidade não é para a morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.” (Jo. 11:4). 11:4. Jesus explica que aquela doença, apesar de ter provocado a morte de Lázaro, não tinha esse objetivo. A enfermidade de Lázaro tinha um objetivo que as pessoas não estavam conseguindo enxergar... Assim como nós também ficamos perdidos tentando encontrar uma explicação para esses tipos de situação... Nossas graves enfermidades, podem não ter como fim, a morte, mesmo que no final... seja isso que aconteça.

Antes de Jesus agir, ele deixa claro para Marta o significado desse acontecimento: Ele diz: “Teu irmão ressuscitará”. Jesus não iria prestar um favor humano para Marta, mas demonstrar a todos que ali estavam e a nós, sua autoridade sobre a vida e a morte.

Jesus ao provar que pode ressuscitar Lázaro, está declarando aos seus seguidores que a sua própria morte na cruz será voluntária.

“Por isso o Pai me ama, por que dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim. Não, eu a dou livremente. Tenho o poder de entregá-la e o poder de retomá-la, Este é o preceito que recebi de meu Pai.” (Jo. 10:17-18)

Apesar de fazer essa magnífica afirmação, o texto mostra Jesus emocionalmente agitado, como nunca esteve antes, á medida que se aproxima do túmulo de Lázaro. As palavras são fortes:

Quando Jesus a vê chorar (Maria), e também aos judeus que a acompanhavam, comoveu-se interiormente e expressou sua paixão. E disse: “onde o sepultastes...?” Eles lhe responderam: “Senhor, vem e vê.” Jesus chorou e fez com que os judeus dissessem: “Vede quanto o amava”. Mas alguns disseram: “Este que abriu os olhos do cego, não poderia ter evitado sua morte ?” Mais uma vez porém Jesus se emocionou ao se aproximar do túmulo. (Jo. 11:33-38).

Não é de se admirar que fiquemos atônitos diante da morte e de sua iminência. O próprio filho de Deus ficou assim...

Mas porque se Jesus sabe que pode e que ressuscitará Lázaro, fica tão perturbado e em lágrimas ?

Por que esse episódio deixa transparecer o lado humano de Jesus. Sua agonia começa aí. Ele sabe que sua vitória sobre a morte faz parte de sua própria luta pessoal. Previu ali que sofreria uma tortura hedionda que poria fim à sua vida.

Voltando ao diálogo de Marta com Jesus, quando este lhe diz que Lázaro ressuscitaria, Marta responde: “Sei, disse Marta, que ressuscitará na ressurreição do último dia”.

Então Jesus lhe diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá e quem vive e crê em mim jamais morrerá. Crês nisso ?

Marta disse: “Sim eu creio que és o Messias, filho de Deus, que veio ao mundo.” (Jo. 11:23-27)

Morte... como lidamos com ela ?


Pois...
“Se é só para essa vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima” (1 Cor 15:19).

Que Deus possa nos confortar e nos dar compreensão para coisas tão difíceis de entendermos...

José B. Silva Junior.


Texto escrito com base na obra de G.Wills – “O que Jesus quis dizer”.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Lidar com Pessoas Não é Fácil...

O RETORNO DO PERDÃO - Por Natanael Gabriel da Silva


- Pastor, lidar com pessoas não é fácil! Escuto isso (quase) todos os dias. Vez por outra também digo o mesmo porque aprendi com Machado de Assis que não se deve discordar de alguém na discussão de um tema que não faz diferença. Se disser que não, a pessoa vai me olhar meio de canto, não irá acreditar e com certeza vai achar que a resposta é pedante. O fato é que não acredito nisso. Quero dizer, não acredito muito nisso. Acredito só um pouquinho.Tenho um conceito bastante simples: as pessoas são imprevisíveis. Eu sou imprevisível, tu és imprevisível, ele e ela são imprevisíveis, e terá que colocar o adjetivo para todas as formas verbais do verbo ser. Nunca no pretérito, eu era imprevisível, porque isso é impossível, você foi e sempre será imprevisível. Acho que nem o ele fora imprevisível, pretérito mais-que-perfeito, ou o passado do passado, dá. O futuro do subjuntivo, se eu for imprevisível, é inócuo, sem qualquer necessidade, pois eu serei imprevisível mesmo, sem sombra de dúvida, o serei. O imperativo também é dispensável: sê tu imprevisível. Ninguém precisa receber o comando de tornar-se imprevisível. O ser humano é imprevisível de graça, por vocação, temperamento e atitude. Ele não se programa ser imprevisível. De repente, não mais que de repente [...] - (Soneto da Separação de Vinícius de Moraes) - fez-se do amigo próximo o distante. O imprevisível separou, e a atitude inesperada criou um abismo, rompeu-se o chão, e nunca mais será possível retornar ao estado anterior, pós-desastre da imprevisibilidade. Melhor ou pior, não sei, mas com certeza diferente. Eu sei que a sua atitude, explosiva, imprevista, ocorrida naquele momento, foi porque você não agüentava mais. Havia tentado suportar e achava que seria possível passar o resto da vida convivendo com uma determinada situação. Tudo estava sobre controle, você programava o esquecimento, disfarçava, mudava de assunto e se ausentava na tentativa de fazer com que o controle pudesse tomar conta de toda e qualquer atitude. Só que num dado momento, sem você saber direito qual seria a razão, não deu mais, o peso foi muito grande e havia a necessidade de se fazer alguma coisa. Foi o imprevisível previsto. Estava na cara que cedo ou tarde aconteceria, melhor se não ocorresse, mas a vida é assim, cheia de coisas que a gente faz de modo inesperado, apesar de ter pensado e se programado tanto: é um sem querer querendo.Você é assim, e eu também. Quando vi, já foi. O arrependimento existe pra isso. O perdão também. Quem perdoa não é melhor de quem é perdoado, pois é apenas uma questão de lugar. Seria o mesmo, se fosse invertido, e quem pede perdão estaria no lugar do ofendido e quem foi o ofendido estaria no lugar de quem perdoa, pois somos todos assim, somos parecidos e só estamos em lugares trocados. Parece a gangorra de Gióia Júnior, sobe e desce num compasso sem igual. Num momento você sobe, só que não muito depois terá que descer, quando eu tiver que subir, e a gente vai mudando de lugar como se a vida fosse brincadeira. Basta uma tábua sobre um tambor deitado: eis a vida!É por conta disso que acredito só um pouquinho sobre o fato das pessoas serem ou não difíceis. Todos somos difíceis. Dizer que alguém é difícil, é afirmar o mesmo em relação a mim. Daí, assim como se deve lançar o pão sobre as águas para que, quando o ciclo da natureza fizer o naco passar novamente onde joguei, poderei comê-lo se tiver fome, do mesmo modo deve-se jogar o perdão, a compreensão e as demais virtudes de relacionamento sobre a vida como se estivesse, aparentemente, jogando alguma alhures, sem sentido ou destino. Um dia - e o dia irá chegar - quando o imprevisível aparecer, o perdão te encontrará e será apenas o seu próprio perdão retornando para casa. Lidar com pessoas, não é fácil, nem difícil. Isso vai depender da habilidade que se tenha de surfar em meio à tempestade. É possível que haja trilhas nas ondas, mas terá que se arriscar primeiro se desejar encontrá-las.

Pr. Natanael Gabriel da Silva

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Obrigado...


Tenho que publicamente agradecer ao Pr. Paulo Mussato e a toda Igreja Batista Elienai em Matão - Sumaré, pelo convite e a oportunidade que tive de estar pregando no culto desse domingo 22/02/2009. Conforme já disse na ocasião, se você quer fazer um seminarista feliz, convide-o para compartilhar a palavra de Deus em sua Igreja... (ou então lhe dê livros de Teologia...rs), brincadeiras à parte, mais uma vez, meus sinceros agradecimentos á todos pela ótima recepção e carinho que sentimos nesse dia. Valeu Pr. Paulo... e I.B. Elienai...






José B. Silva Junior

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

É Proibido ?

"cometemos um erro..."

Se você tem mais de 40 anos, o nome de Benjamin Spock é mais do que familiar. Foi Spock quem disse a toda uma geração de pais para não se importar, não disciplinar seus filhos e permitir que eles se expressem. A disciplina, ele nos disse, iria danificar o frágil ego da criança. Milhões seguiram este guru do desenvolvimento infantil e ele se manteve incontestado entre os profissionais da educação infantil. Contudo, antes de sua morte, o Dr. Spock fez uma surpreendente descoberta: ele estava errado. De fato, ele disse:

“Criamos uma geração de crianças mal-educadas. Os pais não são firmes o bastante com seus filhos, por medo de perder o seu amor ou ficar sujeitos ao seu ressentimento. Esta é uma provação que nós, profissionais, impusemos sobre mães e pais. É claro, fizemos isso com a melhor das intenções. Não compreendemos até que fosse tarde demais que a nossa atitude de “sabe-tudo” estava solapando a auto-confiança dos pais.”
Esta é uma declaração e tanto!


Algo de importância comparável a isto, em minha opinião, acaba de ocorrer na comunidade evangélica. Por mais de uma geração os evangélicos tem estado flertando com o movimento “sensível aos que buscam”, disseminado pela Igreja da Comunidade de Willow Creek em Chicago. O guru deste movimento foi Bill Hybels. Ele e outros estiveram nos dizendo por décadas para jogarmos fora tudo o que anteriormente pensávamos e que fora nos ensinado a respeito de crescimento da igreja e substituir tudo por um novo paradigma, uma nova forma de ministério.


Talvez de forma irrefletida, juntamente com esta “nova onda” de ministério veio uma redução da importância de assumir a responsabilidade pessoal pelo estudo da Bíblia, combinada com uma ênfase em “programas” baseados em necessidades pessoais e marketing barato.


O tamanho da multidão, em vez da profundidade de coração determinava o sucesso. Se a multidão era grande, então com certeza Deus estava abençoando o ministério. As igrejas eram construídas por estrategistas profissionais, com base em estudos demográficos, pesquisas de mercado, indo de encontro a “necessidades pessoais” e sermões consistentes com essas técnicas. Nos disseram que a pregação estava em baixa, a relevância estava em alta. A doutrina não importava, nem de perto, tanto quanto a inovação. Se [uma idéia] não fosse o “estado-da-arte” e amigável ao usuário, estava condenada. A menção a pecado, salvação e santificação eram tabus e foram substituídas por lojas de café, estratégia e sensibilidade.


Milhares de pastores ficavam embevecidos com cada palavra que emanava dos lábios dos especialistas em crescimento de igrejas. Seminários satélite estavam lotados com líderes eclesiásticos famintos por aprender o último método para “fazer igrejas”. A promessa era clara: milhares de pessoas e milhões de dólares não podem estar errados. Esqueça o que as pessoas precisam, dê a elas o que elas querem. Como argumentar com os números? Se você ousasse desafiar os “especialistas” seria imediatamente rotulado como um “tradicionalista”, um antiquado dos anos 50, um dinossauro teimoso, que não está disposto a mudar com a nova época.


Tudo isso mudou recentemente.


A igreja de Willow Creek divulgou os resultados de um estudo de vários anos acerca da eficácia de seus programas e de sua filosofia de ministério. As descobertas do estudo estão em um novo livro intitulado “Revelação: Onde Está Você?”, co-escrito por Cally Parkinson e Greg Hawkins, pastor executivo da Igreja da Comunidade Willow Creek. O próprio Hybels disse que as descobertas [resultantes deste relatório] seriam “de fazer a terra balançar” “de fazer o chão se abrir” e “de explodir a mente”. E não é de se admirar: parece que os “especialistas” estavam errados.


O relatório revela que a maioria das coisas que eles fizerem por todos estes anos e o que eles ensinaram a milhões de outros [pastores e líderes eclesiásticos] a fazer não estava produzindo discípulos formes para Jesus Cristo. Números sim, mas não discípulos. E fica pior. Hybels lamenta:


“Algumas das coisas nas quais investimos milhões de dólares, pensando que realmente ajudariam nosso povo a crescer e a se desenvolver espiritualmente, quando os dados realmente chegaram [vimos que] não estavam ajudando as pessoas tanto assim. Outras coisas nas quais não investimos tanto dinheiro e não designamos tantas pessoas, são as coisas pelas quais nosso povo está clamando.”


Se você quer simplesmente uma multidão, o modelo “sensível aos que buscam” produz resultados. Se você quer seguidores de Cristo sólidos, sinceros, maduros, [este método] é um engodo. Em uma confissão chocante, Hybels afirma:


“Cometemos um erro. O que deveríamos ter feito quando as pessoas cruzavam a linha da fé e se tornavam cristãos [é que] deveríamos ter começado a dizer e ensinar às pessoas a assumir a responsabilidade de alimentarem a si mesmas. Deveríamos ter feito as pessoas entender, ter ensinado a essas pessoas como ler as suas Bíblias entre os cultos, como realizarem práticas espirituais por si próprias, de uma forma muito mais agressiva.”


Incrivelmente, o guru do crescimento da igreja agora nos diz que as pessoas precisam ler as suas Bíblias e assumir a responsabilidade por seu crescimento espiritual.


Assim como o “engano” de Spock não foi um erro insignificante, da mesma forma o erro do movimento “sensível aos que buscam” é monumental em sua abrangência. Descobre-se agora que o alicerce de milhares de igrejas americanas é simplesmente areia. O indivíduo que talvez exerça a maior influência sobre a igreja americana em nossa geração admitiu agora que a sua filosofia de ministério foi, em grande parte, um “erro”. A extensão deste erro desafia nossa capacidade de mensurá-la.


Talvez a coisa mais chocante de todas nesta revelação que vem da igreja de Willow Creek é a declaração resumida por Greg Hawkins:


“Nosso sonho é que alteremos de maneira fundamental a forma de fazer a igreja. Que tomemos uma folha de papel em branco e repensemos todas as nossas antigas suposições. Substituí-las por novas visões. Visões que estejam embasadas pela pesquisa e enraizadas nas Escrituras. Nosso sonho é realmente descobrir o que Deus está fazendo e como Ele está nos pedindo para transformar este planeta.”


Não foi isso que nos falaram quando toda essa coisa de “sensível aos que buscam” começou? Os gurus do crescimento da igreja querem mais uma vez jogar fora suas antigas suposições e “tomar uma folha de papel em branco” e presumivelmente, descobrir um novo paradigma para o ministério.


Isto deveria nos encorajar?
Por favor, note que “enraizadas nas Escrituras” ainda segue-se a “repensar”, novas visões” e “embasadas pela pesquisa”. Alguém, ao que parece, pode ainda não ter compreendido. A menos que haja um retorno aos princípios bíblicos simples (e relevantes), um novo esquema falho substituirá o existente e outra geração seguirá o último toque da flauta.

O que deveríamos considerar como encorajador, pelo menos, nesta “confissão” vinda dos mais altos níveis da Associação de Willow Creek é que eles estão chegando à compreensão de que seu atual “modelo” não ajuda as pessoas a crescer e se tornarem seguidores maduros de Jesus Cristo. Devido à massiva influência que esta organização tem sobre a igreja americana de hoje, oremos para que Deus se agrade em estabelecer estruturas na igreja de Willow Creek que não promovam apenas crescimento numérico, mas sim crescimento em graça.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Volta ás aulas...

As aulas mal começaram e nosso professor de hermenêutica já pediu que entregássemos o 1º trabalho do semestre. Esse foi entregue na aula de hoje 18/02/2009... É sobre o evangelho...
O que é o Evangelho ?
“O evangelho é algo totalmente além do intelecto do homem e pode ser recebido somente através da poderosa operação doEspírito de Deus.”

Segundo princípios hermenêuticos devemos considerar a afirmação acima, como uma indicação de que só poderemos explicar o verdadeiro significado do evangelho através de uma direção sobrenatural. Isto posto, entendemos que essa ação sobrenatural dá-se através da operação do Espírito Santo de Deus, tanto quando da inspiração daqueles que redigiram o texto sagrado, como também na iluminação daquele que buscam esse entendimento.

E em busca da resposta para a pergunta - O que é o Evangelho ? – Podemos através da etimologia, entender a palavra “evangelho” como originária de outras duas palavras gregas “eu”, que quer dizer “bom”, e de “angelia”, que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim, a palavra “euangelion” quer dizer “boas novas, notícias alvissareiras”. Mas não queremos aqui nos ater ao significado etimológico da palavra nem apresentar suas raízes semânticas. Decidimos aqui, entender o evangelho a partir de sua aplicação prática, e para isso, seguiremos o caminho sugerido pela Hermenêutica bíblica que nos indica uma regra áurea de interpretação, chamada por Orígenes de “Analogia da fé”, na qual o texto bíblico deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados, ou seja, poderemos entender o evangelho, seguindo a diretriz de que a bíblia interpreta a própria bíblia.

Sendo assim, recorreremos primeiro ao apóstolo Paulo que em sua carta aos Romanos, sugere-nos uma interpretação teológica para a compreensão do evangelho:

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê , primeiro do judeu e também do grego, Por que nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé...” (grifo meu).

Nessa perspectiva, Paulo entusiasmado, faz uma doutrina (ou tese) que atribui ao evangelho uma manifestação do poder de Deus para salvação do homem e também o caminho pelo qual compreendemos o exercício da justiça de Deus sobre a humanidade.

Em outra ocasião, o mesmo apóstolo reforça a idéia de autoria e autenticidade do verdadeiro evangelho. Escrevendo aos crentes da Galácia, Paulo afirma que o evangelho que ele tem pregado, deve ser considerado como o único digno de crédito.

"Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema" (Gl 1:8).

Em sua carta aos Coríntios, O apóstolo Paulo vai dizer também que o evangelho salva, mas é preciso permanecer nele (1 Co 15.1,2). É outra importante característica doutrinária do evangelho, que nos faz entender sobre o poder que ele tem de salvar.

Marcos, no início de seus escritos apresenta a seguinte afirmação: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”, deixando clara sua intenção de explicar o evangelho como algo Divino. O evangelho tem um dono, e seu dono é Jesus Cristo , o filho de Deus ! É o evangelho DE Jesus.


Já Mateus, usa a palavra “evangelho” como ferramenta para indicar o cumprimento de uma profecia: “E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho à todas as nações,então virá o fim...” Mateus 24:14.

Enfim, encontramos o evangelho no Novo Testamento como manifestação clara do poder de Deus, que dá ao homem condições de discernir sobre sua condição , e o leva a entender sobre a necessidade de buscar a perfeita justiça Divina. E essa definição do evangelho apesar de bem sintetizada pelo espaço de que dispomos aqui, leva-nos a entendê-lo como chave à interpretação de toda a escritura.

Como o evangelho influencia nossa interpretação do AT.

Na septuaginta , o vocábulo usado para evangelho também indica a idéia de boas novas, e quando nos deparamos com ele nas páginas do Antigo Testamento , os termos proféticos indicam o mesmo sentido que encontramos no Novo Testamento:

“Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação...” Isaias 52.7.

Em Romanos 10:15, vemos a citação do mesmo texto, e o cumprimento da profecia de Isaias. O anúncio do evangelho que proclama a paz e a salvação... “E como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam coisas boas!”


O mesmo livro de Romanos em seu primeiro capítulo diz que Deus prometeu o messias “pelos seus profetas nas Santas Escrituras”, assim o Messias foi sendo revelado de maneira sutil e progressiva. Cada profeta apresentou um perfil do Salvador, até que a revelação da boa nova (evangelho) se consumou na sua vinda.

No antigo testamento há inúmeras profecias sobre a vinda do messias e citações diretas e indiretas ao Messias, e destas, cerca de 20 , apontam Jesus como o filho e sucessor do rei Davi. Mateus inicia o seu evangelho associando o Messias aos dois maiores pilares do Antigo Testamento: Abraão e Davi (Mt 1.1).
No Antigo Testamento há também vários modelos do Messias, e desta forma os sacerdotes e os profetas vieram a entender algo sobre Sua Natureza. Porém , um deles será aqui destacado com mais ênfase, na tentativa de explicarmos a influência do evangelho como entendimento do Antigo Testamento.
Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (João 1.17).
Podemos entender que o verdadeiro Jesus salta das páginas do Antigo Testamento através de vários modelos do Messias com poder e autoridade. Mas Moisés não somente interpretou vários desses modelos de messias em eventos como a rocha ferida (Exo 17 e Num 20) e a serpente de bronze (Num 21.4-9 e João 3.14), ele na verdade era um modelo. Além dos paralelos entre o início da dispensação da Lei e da dispensação da Graça, a maneira similar da vinda desses dois líderes ao mundo é também surpreendente.

Assim como Moisés passou 40 anos no deserto de Mídia, Jesus passou 40 dias no deserto da Judéia. Como Moisés guiou seu povo para fora das amarras do Egito para entrar em uma nova vida na Terra Prometida, Jesus guiará Seu povo para fora das amarras do pecado para entrar em uma nova vida no Céu. Como o povo de Moisés foi protegido em Gósen enquanto as pragas do Êxodo destruíam o Egito, o povo de Jesus será protegido no Céu enquanto as pragas do Apocalipse destroem a terra.

Como Moisés foi um mediador por seu povo, trazendo-os a uma relação de concerto com Deus, Jesus é o mediador do Seu povo trazendo-o a um novo e melhor concerto. Como o povo de Moisés vagou pelo deserto por 40 anos, o povo de Jesus tem vagado na terra por 40 jubileus (um jubileu é um período de 50 anos). Como o povo de Moisés foi sobrenaturalmente alimentado e vestido fisicamente durante sua jornada no deserto (Deu 29.5 e Exo 16), o povo de Jesus tem sido sobrenaturalmente alimentado e vestido espiritualmente durante sua jornada na terra (João 6.35 e Isa 16).

Isto posto, podemos concluir que: Os estudantes do Antigo Testamento que ignoram o Novo Testamento normalmente aparecem com um ponto de vista dos profetas veterotestamentários (modelos messiânicos), suficiente apenas para tratar dos problemas que dizem respeito ao antigo povo de Israel, esquecendo-se da relação clara e intrínseca que há entre o evangelho do Novo e do Antigo Testamento .

E quando podemos entender e interpretar o que realmente Deus quer nos revelar através de toda a bíblia com relação ao evangelho (ou a qualquer outro assunto), estamos no mínimo, nos esforçando, para empregar os princípios hermenêuticos tão necessários à uma coerente interpretação das escrituras.

José B. Silva Junior

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Princípios


_Senhor... põe o carro desse lado... , aí os guardas vão multar !

Foi assim que Wilson... um jovem aparentando uns 28 anos de idade me abordou enquanto eu procurava uma vaga de estacionamento ao lado da rodoviária de Santos, no litoral Paulista. Passava um pouco da 23:00 hs e eu aguardava irmã e sobrinha que chegariam de Campinas para o fim de semana na praia.

Wilson estava vestido com bermuda, camiseta e uma sandália de borracha (aquela da propaganda)... Sua aparência era a de quem não estava ali há pouco tempo, olhar cansado, cabelos despenteados, pés castigados pelo contato com o asfalto poluído... Sua tarefa era, como a de muitos outros com quem cruzamos nos grandes centros; a de “guardar” os carros estacionados ao redor da rodoviária.

Assim que consegui minha vaga, Wilson veio em minha direção:

_ Senhor, não precisa me pagar nada. Estou aqui para servir as pessoas. Pode entrar lá e esperar seu parente, tranqüilo. Se depois quiser me ajudar, como alguns fazem, fica á vontade, mas não quero que tenha isso como uma obrigação. Vou cuidar de seu carro de qualquer jeito.

Achei interessante sua abordagem, pareceu-me num primeiro momento que ele estava utilizando técnicas de marketing pessoal para promover seu negócio. Pensei comigo mesmo: A globalização na competição de mercado está transformando os flanelinhas em especialistas na área de “Car Park Business”. Após essa minha rápida reflexão, fiquei ali mesmo na calçada parado durante algum tempo, observando o trabalho do Wilson. Ele frenéticamente andava de um lado para outro das ruas, e sempre com uma amistosidade peculiar, abordava as pessoas com um sorriso no rosto, e em algumas das abordagens que pude ouvir o final era quase sempre o mesmo...: “fique tranquilo senhor... seu carro estará do mesmo jeito que deixou quando voltar”.

Como ele percebeu que fiquei o observando, entre um e outro “atendimento” vinha sempre em minha direção e como a chegada do ônibus que esperava estava prevista somente para ás 00:20 Hs, houve tempo de trocarmos algumas palavras.

_Olha lá...tá vindo mais um... A gente percebe que as pessoas ficam meio com medo quando me vêem. Acho normal... tanta coisa que a gente vê por aí, é natural que todo mundo fique com o pé atrás, por isso que procuro sempre conversar e explicar que estou aqui prá ajudar... Outro dia, veio uma mulher e pediu pra eu estacionar o carro pra ela.., estranhei, mas como estou aqui pra ajudar, fui lá e estacionei.., quando sentei no banco do motorista, olhei do lado e tinha carteira, óculos de sol, celular, bolsa..., Assim que desci falei pra ela não fazer mais isso, pois dependendo da pessoa levava as coisas dela embora com carro e tudo. Ela disse que já tinha vindo aqui outro dia com o marido e me viu falar com ele, por isso não teve dúvidas em me pedir ajuda... Então...minha intenção aqui é essa mesmo, de poder ser útil...ajudar as pessoas. É claro que preciso do dinheiro, tenho minha esposa que está grávida e uma filha, e tem também uma senhora que mora do lado de casa que não tem ninguém... procuro ajudá-la quando posso. Sei que tem gente que não gosta do que eu faço, e outros que não podem ajudar mesmo... Mas sempre tem aqueles que tem algum sobrando e nos ajudam...

Perguntei pra ele onde morava... Apontando com o dedo ele falou:

_ Tá vendo aquele morro ali atrás da rodoviária ? Aquele poste com a luz amarela..lá em cima ? Então senhor, fiz um barraco ali... Minha esposa era prostituta, tirei ela da rua porque fiquei com pena da vida que ela levava... ela ia acabar morrendo na mão dos “cafetão”... Não tenho vergonha de falar isso não, essas meninas que ficam por aí, muitas vezes não tem escolha, ou você acha que elas gostam do que fazem..? se não aparece alguém para ajudar elas não tem pra onde ir, geralmente se envolvem com droga e daí pra perder a vida por causa de dívidas é fácil...- nessa altura alguém trouxe um milho cozido pra ele. Wilson começou a comê-lo, após me oferecer um pedaço, como alguém que realmente estava com fome.

Arrisquei outra pergunta: E o que você consegue ganhar aqui, dá pra ir levando ?

_Então senhor... qual é seu nome mesmo ? (disse meu nome pra ele e perguntei qual era o dele). Então Junior, aqui somos em 18 pessoas, então tenho que fazer a correria, senão não dá mesmo... – e lá foi ele, correndo atrás de outro carro que estacionava.

Fiquei refletindo sobre aquela situação... Na rápida conversa que tivemos até ali, através das palavras e atitudes de Wilson, constatei que ele carregava dentro de si, princípios nitidamente cristãos como: humildade, amor e preocupação com o próximo, honestidade, vida em comunidade.. e assim que ele voltou, não resisti e perguntei:

E seu relacionamento com Deus Wilson...como anda ?

Notei que naquele momento, o rapaz agitado, que falava rápido e corria de um lado para outro fez uma pausa. Posso até jurar que ele respirou fundo antes de começar a me responder com outra pergunta:

_Você é evangélico né..? Pensei em pedir á ele que definisse o termo evangélico, mas como aquilo não era uma aula de filosofia, respondi que sim. Ele continuou:

_Já freqüentei uma igreja evangélica... Hoje sei que estou devendo pra Deus. Mas sei também que apesar de tudo Ele está no controle. Assim que saí da igreja há alguns anos atrás comecei a fazer muita besteira... Assaltava mansões e praticava outro tipo de roubos, toda polícia naquela época andava atrás de mim.. fui preso e na cadeia pude entender um pouco mais o que Deus espera de mim e me arrependi muito de tudo que havia feito até ali..., No fórum, na audiência que decidiu minha saída da cadeia, o Juiz ao lado do promotor, disse que eu deveria ser solto pois Deus havia falado isso pra ele, mas sob a condição de eu fazer algo em troca pra Deus. Você já viu algum juiz dar uma sentença dessa em alguma audiência, e dizer isso na cara de um bandido ? Pois é..eu ouvi, e sei que Deus existe e controla tudo isso aqui. Como já disse, sei que devo ainda pra Ele. Talvez você queira saber se freqüento alguma igreja, sabe, acho que a Igreja está onde cada um que se diz cristão está, não quero falar mal de ninguém, mas quando estava na igreja via muita gente fazendo coisa errada lá dentro, então quem é melhor ? Hoje eu procuro fazer o que aprendi de Deus... E isso eu posso fazer na rua, na rodoviária, no morro, até no banheiro de casa... E lá foi o Wilson de novo... atrás dos “clientes” dele...

Lembro depois de ter falado alguma coisa pra ele sobre meu ponto de vista com relação à igreja, a importância de seu papel em nossa formação espiritual, da intenção que os apóstolos tiveram quando se reuniam em comunidade. Disse que seus filhos precisavam crescer em contato com os ensinamentos bíblicos e que a Igreja é o lugar mais apropriado para isso.

Mas principalmente, disse á ele que percebi claramente alguns princípios cristãos nítidos em sua vida. E que as igrejas precisam (talvez como jamais precisaram) de pessoas assim.

Dirigi-me á plataforma de desembarque, para aguardar minha irmã e minha sobrinha, porém, antes do ônibus chegar, lembrei que era véspera de natal. Não me contive e me rendi ao nosso costume ocidental. Procurei o Wilson e deixei com ele um trocado para que comprasse um presente para sua filha... Abraçamo-nos e, emocionados, choramos juntos ali antes de nos despedir.

O que aprendo com tudo isso ? Muitas coisas... entre elas: que eu escrevo e falo muito, mas faço pouco. A certeza de que podemos ter daquela paz descrita por Jesus nos evangelhos que independe de circunstâncias, situações, condições e posições... paz que vem só através dEle. E que nosso relacionamento com Deus é algo muito pessoal, e que escutamos sua voz, sentimos sua presença e recebemos seus ensinamentos em nossas vidas das mais diversas formas....

Quando voltei para o local onde havia estacionado o carro, ele estava do mesmo jeito que o deixei..., mas eu saí diferente de lá.


“Deixo-vos a Paz, a minha Paz vos dou: Não vo-la dou como o mundo a dá”. João 14:27a


José B. Silva Junior

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sorria !

Do blog da minha filha Júlia... Que tem me inspirado a continuar escrevendo... e sorrindo !

Sorrir ...Sorrir, devemos sorrir .Sorrir mesmo com o coração explodindo de dor ..Sorrir ..mesmo que tudo a sua volta te faça chorar ..Sorrir lembrando das coisas boas ..Sorrir pelas coisas ruins ,que se passaram, e até mesmo pelas que estão acontecendo ... pois elas o tornarão mais forte! ..e te farão sorrir no futuro. Sorrir pelas coisas belas da vida que a gente perde por se importar com os problemas ! Sorrir, pois sorrir faz bem para o coração e para alma. Sorrir mesmo quando uma lágrima estiver para rolar do teu rosto para que ela se transforme em uma lágrima de felicidade ! Sorria até mesmo sem motivos. Quando ver que não há mais saída ..e você quiser chorar, sorria ... pois entre o sorriso e o choro escolha o sorrir ...Sorria, sorria... sorria ! Sorria para ter uma vida mais alegre, sorria pois o sorriso atrai mais sorrisos ! Atrai pessoas ! Atrai o amor ! Atrai a felicidade !... Enfim sorria !


Júlia Helena Hipólito da Silva
Postado por Juuh

Sábias Palavras...




“Uma inércia espiritual é a nossa inimiga; uma tempestade talvez seja nossa amiga.A controvérsia talvez provoque pensamento, e por meio dele talvez venha a mudança espiritual necessária.”




“Quanto a mim, continuarei a defender o antigo evangelho, não posso fazer outra coisa. Se Deus me ajudar, suportarei as conseqüências do que os homens julgam ser obstinação.”



C. H. Spurgeon

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