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quinta-feira, 1 de junho de 2017

Poesia de Osvaldo Luiz Ribeiro


 
Acabo de ler uma poesia de Osvaldo Luiz Ribeiro que fala da vida... Vida digna de ser vivida... Porém doída, sofrida. Porque podemos, hora ou outra, aqui e ali, dizer que a vida é bela, que temos felicidades; mas não podemos negar a realidade de que a vida é dura... Dura como ela é, sempre foi e será. Fazer o fogo queimar, a chama arder... Trazer luz aos compartimentos sombrios da existência faz com que a vela se derreta, se deforme, se seque... Para um dia então, a chama acabar. Se assim não for, inútil é, a vela ser quem é...

“Cera e pavio. Posso morrer cera e pavio. Enterram-me, cera e pavio. Cera velha, pavio endurecido. Imprestável na vida. Imprestável na morte. Vela apagada, pra quê? Promessa na gaveta. Vela enterrada, pra quê? Desprezo de vermes. Ou posso acender-me. Queima. Dói. Gasta-me. Mata-me. Mas nascer não é outra forma de morrer? Viver, morrendo? A vida, afinal, não é a fornalha da morte, cujo vestígio é a luz, se houver luz, se deixar vestígio? Queimo, pois. E a luz que queimo ilumina-me os olhos. Lágrimas quentes, pingando sobre meu caminho.

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