Atingidos pelos Reflexos...

segunda-feira, 8 de março de 2010

EXPECTATIVAS DE UM BATISTA EM RELAÇÃO À SUA DENOMINAÇÃO

Tenho refletido bastante acerca dos caminhos por onde anda a nossa denominação tão amada. Caminhos de organização em detrimento do organismo. A ênfase na competência humana e não na dependência do Pai. Vivemos em compartimentos estanques. Cada igreja cuidando do seu quintal. Cada obreiro buscando projetar-se a si mesmo a partir do seu trabalho. Glória pessoal em prejuízo da glória do Senhor. Estamos desunidos e não temos projetos de unidade. Na verdade, temos sido autônomos, isto é, vivendo debaixo da nossa própria lei. A nossa cosmovisão não está partindo da unidade. Consultamos mais os ‘manuais de administração’ e ‘princípios de liderança’ (eles têm o seu lugar) do que o Senhor que é dono da obra.

Trabalhamos mais em reuniões administrativas do que inspirativas. Mais reuniões de negócios do que encontros de oração. Queremos fazer a revolução mais pela razão do que pela fé. Buscamos ‘consultores’ humanos em vez de buscarmos a consultoria do Espírito Santo. Temos tido mais reuniões formais do que um rasgar de coração. Os líderes denominacionais não se conhecem direito, não têm comunhão profunda. Como precisamos entender e perdoar uns aos outros! Carecemos mais de celebrações marcadas pelos princípios do Reino de Deus. Faz-se necessário um clamor pelo país e pelos povos sem Cristo. Um envolvimento cada vez maior com as comunidades pobres, miseráveis.

O povo batista sempre foi o povo da comunhão, do partir do pão, das orações e dos envolvimentos evangelísticos, sociais e missionários. Como me recordo com gratidão dos intercâmbios, dos cultos nas praças, das incursões evangelísticas, das carreatas evangelísticas, dos retiros mais espirituais e de outros movimentos de crescimento espiritual! Deus quer que sejamos crentes das celebrações do batismo e da ceia do Senhor com profunda alegria e não meramente formais, aguardando a Sua volta.

Um povo que celebra a sua morte e a sua ressurreição com Cristo, identificado plenamente com Ele, comprometido com a ética do Reino de Deus, exercendo um voluntariado mais abrangente, fazendo isso com gosto! Não um cristianismo reduzido a eventos, mas um cristianismo como estilo de vida que produza atividades consistentes.

Que espécie de povo batista devemos ser? Um povo comprometido com as mudanças profundas na sociedade. Que levanta a bandeira da moralidade cristã. Que ergue a voz contra a corrupção, contra o aborto, contra o divórcio, contra toda a imoralidade que aí está (inclusive dentro de nossas igrejas) e toda sorte de males.

Povo corajoso, trabalhador, articulador e catalisador, tomado por um ‘descontentamento santo’ para fazer toda a diferença neste país e no mundo. O povo batista historicamente é um povo ordeiro, hospitaleiro, empreendedor, revolucionário, comprometido com os ensinos do Mestre para a implantação do ensino bíblico em cada lugar.

Sonho com uma denominação batista que se reúna não para cumprir uma agenda meramente administrativa (ela tem o seu lugar), mas uma agenda cujo conteúdo seja de edificação, de crescimento, fortalecimento da comunhão e de um arrependimento profundo por termos sido tão omissos. Agenda que contemple a aspiração pela santificação, pois sem ela ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Desenvolvamos uma agenda forte de oração e de reconciliação a partir do perdão de Deus em Cristo. Sejamos o povo a olhar para o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, cheio de temor, que chora as suas mazelas diante do Senhor, que pede misericórdia e que experimenta e agradece a provisão e a proteção o Senhor a cada dia.

Povo batista comprometido com os excluídos, com os párias da sociedade e com toda sorte de trapo humano. Sejamos um povo de intercessão, de compromisso com a leitura e meditação na Palavra e com um discipulado tão bem ensinado por Jesus. Sejamos unidos de alma, participantes efetivos da vida denominacional, criticando de forma construtiva, apresentando soluções coerentes com os ensinos do Pai, com atitudes e atos que O glorificam.

Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pastor.

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