Atingidos pelos Reflexos...

sexta-feira, 19 de março de 2010

O Novo Ateu

por
Rev. Ricardo Barbosa de Souza


Hoje, o ateu não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina. O novo ateísmo não precisa negar a fé; apenas cria substitutos para ela. Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador"

Sabemos que existem vários tipos de ateus. Existem aqueles que não crêem em Deus por não encontrarem respostas para os grandes dilemas da humanidade como violência, miséria e sofrimento. Não conseguem relacionar um Deus de amor com o sofrimento humano. Outros não crêem porque não encontram uma razão lógica e racional que explique os mistérios da fé, como a criação do mundo, o dilúvio, o nascimento virginal, a ressurreição, céu, inferno, etc. Diante de temas tão complexos que requerem fé num Deus pessoal, Criador e Redentor, muitos não conseguem crer naquilo que lhes parece racionalmente absurdo.

Os dois tipos de ateus já mencionados são inofensivos. Na verdade, são pessoas que buscam respostas, são honestos e não aceitam qualquer argumento barato como justificativa para suas grandes dúvidas. São sinceros e lutam contra uma incredulidade que os consome, uma falta de fé que nunca encontra resposta para os grandes mistérios da vida e de Deus.

No entanto há um outro tipo de ateu, mais dissimulado, que cresce entre nós, que crê em Deus e não apresenta nenhuma dúvida quanto aos mistérios da fé, nem em relação aos grandes temas existenciais. Ele vai à igreja, canta, ora e chega até a contribuir. É religioso e gosta de conversar sobre os temas da religião. Contudo, a relevância de Cristo, sua morte e ressurreição para a vida e a devoção pessoal é praticamente nula. São ateus crédulos. O ateu moderno não é mais somente aquele que não crê, mas aquele para quem Deus não é relevante.

Este é um novo quadro que começa a ser pintado nas igrejas cristãs. Saem de cena os grandes heróis e mártires da fé do passado e entram os apáticos e acomodados cristãos modernos. Aqueles cristãos que entregaram suas vidas à causa do Evangelho, que deixaram-se consumir de paixão e zelo pela Igreja de Cristo, que viveram com integridade e honraram o chamado e a vocação que receberam do Senhor, que sofreram e morreram por causa de sua fé, convicções e amor a Cristo, fazem parte de uma lembrança remota que às vezes chega a nos inspirar.

Os cristãos modernos crêem como os outros creram, mas não se entregam como se entregaram. Partilham das mesmas convicções, recitam o mesmo credo, freqüentam as mesmas igrejas, cantam os mesmos hinos e lêem a mesma Bíblia, mas o efeito é tragicamente diferente. É raro hoje encontrar alguém em cujo coração arde o desejo de ver um amigo, parente, colega de trabalho ou escola convertendo-se a Cristo e sendo salvo da condenação eterna. Os desejos, quando muito, se limitam a visitar uma igreja, buscar uma "bênção", receber uma oração; mas a conversão a Cristo, o discipulado com todas as suas implicações, são coisa que não nos atraem mais.

Os anseios pela volta de Cristo, o desejo de nos encontrarmos com Ele e ver restaurada a justiça e a ordem da criação ficaram para trás. Somente alguns saudosos dos velhos tempos lembram-se ainda dos hinos que enchiam de esperança o coração dos que aguardavam a manifestação do Reino. A preocupação com a moral e a ética, com o bom testemunho, com a vida santa e reta não nos perturba mais - somos modernos, aprendemos a respeitar o espaço dos outros. O cuidado com os irmãos, o zelo para que andem nos caminhos do Senhor, as exortações, repreensões e correções não fazem parte do elenco de nossas preocupações. Afinal, cada um é grande e sabe o que faz.

Enfim, somos ateus modernos, o pior tipo de ateu que já apareceu. Citamos com convicção o Credo Apostólico, mas o que cremos não tem nenhuma relevância com a forma como vivemos. A pessoa de Cristo para muitos é apenas mais uma grife religiosa, não uma pessoa que nos chama para segui-lo. O ateísmo moderno se caracteriza pela irrelevância da fé, das convicções, do significado da igreja e da comunhão dos santos.

A irrelevância de Deus para a vida moderna é intensificada pela cultura tecnocrática. Temos técnicas para tudo: para ter um matrimônio perfeito, criar filhos felizes e obedientes, obter plena satisfação sexual no casamento, passos para uma oração eficaz, como conseguir a plenitude do Espírito Santo e muitos outros "como fazer" que entopem as prateleiras das livrarias e o cardápio dos congressos. A sociedade moderna vem criando os métodos e as técnicas que reduzem nossa necessidade de Deus, a dependência dEle e a relevância da comunhão com Ele. Chamamos uma boa música de adoração, um convívio agradável de comunhão, uma moral sadia de santificação, assiduidade nos programas da igreja de compromisso com o Reino de Deus.

As técnicas não apenas criam atalhos para os caminhos complexos da vida, como procuram inverter os pólos de atenção e dependência. Tornamo-nos mais dependentes de nós do que de Deus, acreditamos mais na eficiência do que na graça, buscamos mais a competência do que a unção, cremos mais na propaganda do que no poder do Evangelho. Tenho ouvido falar de igrejas que são orientadas por profissionais de planejamento estratégico. Estudam o perfil da comunidade, planejam seu desenvolvimento, arquitetam seu crescimento e, de repente, descobrem que funcionam, crescem, são eficientes, e não dependem de Deus para nada do que foi planejado. Com ou sem oração a igreja vai crescer, vai funcionar. Deus tornou-se irrelevante. Tornamo-nos ateus crentes.

A minha preocupação não é simplesmente criticar o mundo religioso abstrato, superficial e impessoal que criamos ou criticar a tecnologia moderna que, sem dúvida, pode e tem nos ajudado. Minha preocupação é com o coração cada vez mais distante, mais abstrato, mais centralizado naquilo que não é Deus, mais dependente das propagandas e estímulos religiosos, mais interessado no consumo espiritual do que numa relação pessoal com Deus.

Como disse, o ateu hoje não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina, não precisa da comunhão dEle para a vida. A sutileza do novo ateísmo é que ele não precisa negar a fé, apenas cria substitutos para ela. Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador. Este ateu está muito mais presente entre nós do que imaginamos.

domingo, 14 de março de 2010

Evidências de um Designer Inteligente.

Assisti o vídeo abaixo no curso do qual estou participando que tem como tema: Fé e Ciência. 

Faz parte de um documentário elaborado para alunos do curso de biologia de Harvard, e mostra o que acontece no interior de uma célula do corpo humano. O transporte de proteínas, as "estradas" usadas nesse processo... enfim... o que impressiona é achar tanta complexidade em tão pouco espaço. 

A reflexão é inevitável: Como podem os darwinistas defenderem que estes mecanismos e tanta organização no interior da célula surgiram através de mutações cegas filtradas pela mutação natural ?

É... certamente que os "meninos de Darwin", têm muito trabalho pela frente.

segunda-feira, 8 de março de 2010

EXPECTATIVAS DE UM BATISTA EM RELAÇÃO À SUA DENOMINAÇÃO

Tenho refletido bastante acerca dos caminhos por onde anda a nossa denominação tão amada. Caminhos de organização em detrimento do organismo. A ênfase na competência humana e não na dependência do Pai. Vivemos em compartimentos estanques. Cada igreja cuidando do seu quintal. Cada obreiro buscando projetar-se a si mesmo a partir do seu trabalho. Glória pessoal em prejuízo da glória do Senhor. Estamos desunidos e não temos projetos de unidade. Na verdade, temos sido autônomos, isto é, vivendo debaixo da nossa própria lei. A nossa cosmovisão não está partindo da unidade. Consultamos mais os ‘manuais de administração’ e ‘princípios de liderança’ (eles têm o seu lugar) do que o Senhor que é dono da obra.

Trabalhamos mais em reuniões administrativas do que inspirativas. Mais reuniões de negócios do que encontros de oração. Queremos fazer a revolução mais pela razão do que pela fé. Buscamos ‘consultores’ humanos em vez de buscarmos a consultoria do Espírito Santo. Temos tido mais reuniões formais do que um rasgar de coração. Os líderes denominacionais não se conhecem direito, não têm comunhão profunda. Como precisamos entender e perdoar uns aos outros! Carecemos mais de celebrações marcadas pelos princípios do Reino de Deus. Faz-se necessário um clamor pelo país e pelos povos sem Cristo. Um envolvimento cada vez maior com as comunidades pobres, miseráveis.

O povo batista sempre foi o povo da comunhão, do partir do pão, das orações e dos envolvimentos evangelísticos, sociais e missionários. Como me recordo com gratidão dos intercâmbios, dos cultos nas praças, das incursões evangelísticas, das carreatas evangelísticas, dos retiros mais espirituais e de outros movimentos de crescimento espiritual! Deus quer que sejamos crentes das celebrações do batismo e da ceia do Senhor com profunda alegria e não meramente formais, aguardando a Sua volta.

Um povo que celebra a sua morte e a sua ressurreição com Cristo, identificado plenamente com Ele, comprometido com a ética do Reino de Deus, exercendo um voluntariado mais abrangente, fazendo isso com gosto! Não um cristianismo reduzido a eventos, mas um cristianismo como estilo de vida que produza atividades consistentes.

Que espécie de povo batista devemos ser? Um povo comprometido com as mudanças profundas na sociedade. Que levanta a bandeira da moralidade cristã. Que ergue a voz contra a corrupção, contra o aborto, contra o divórcio, contra toda a imoralidade que aí está (inclusive dentro de nossas igrejas) e toda sorte de males.

Povo corajoso, trabalhador, articulador e catalisador, tomado por um ‘descontentamento santo’ para fazer toda a diferença neste país e no mundo. O povo batista historicamente é um povo ordeiro, hospitaleiro, empreendedor, revolucionário, comprometido com os ensinos do Mestre para a implantação do ensino bíblico em cada lugar.

Sonho com uma denominação batista que se reúna não para cumprir uma agenda meramente administrativa (ela tem o seu lugar), mas uma agenda cujo conteúdo seja de edificação, de crescimento, fortalecimento da comunhão e de um arrependimento profundo por termos sido tão omissos. Agenda que contemple a aspiração pela santificação, pois sem ela ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Desenvolvamos uma agenda forte de oração e de reconciliação a partir do perdão de Deus em Cristo. Sejamos o povo a olhar para o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, cheio de temor, que chora as suas mazelas diante do Senhor, que pede misericórdia e que experimenta e agradece a provisão e a proteção o Senhor a cada dia.

Povo batista comprometido com os excluídos, com os párias da sociedade e com toda sorte de trapo humano. Sejamos um povo de intercessão, de compromisso com a leitura e meditação na Palavra e com um discipulado tão bem ensinado por Jesus. Sejamos unidos de alma, participantes efetivos da vida denominacional, criticando de forma construtiva, apresentando soluções coerentes com os ensinos do Pai, com atitudes e atos que O glorificam.

Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pastor.

domingo, 7 de março de 2010

Como Jesus se relaciona com os pecadores ?

Ontem na Igreja Batista Elienai, ouvi a pregação do Pr. Júlio Oliveira Sanches, por ocasião da comemoração dos 10 anos daquela querida igreja. Aproveito para deixar meu forte abraço aos amigos e irmãos que conheci ali e que hoje fazem parte de minha vida.

O sermão que ouvimos falou sobre o relacionamento de Jesus com os pecadores. O convite de Jesus ao pecador Mateus. O "sim", que Mateus disse, e que Jesus espera ouvir de cada um de nós !

Algumas frases do sermão que ficaram na minha mente: "Jesus não convida os santos para andar com Ele"... "Jesus, não procurou os religiosos de Jerusalém para ficar em sua companhia"... "Jesus espera e convida, aquele que reconhece a si próprio, como o pior dos pecadores".

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