Sobre a rotina corporativa
e as relações em seu ambiente - Não é de todo agradável. Todavia, é mais fácil
do que parece, à primeira vista. Porque, a rigor, as cenas são sempre as
mesmas, as pessoas, muito parecidas, os problemas, quase cópias uns dos outros.
A forma de se gerenciar é uma roda - fazê-la rodar perfeitamente, a isso
reduz-se a tarefa. O desafio é o eixo, a roda em si, as pedras, a estrada, e,
afinal, até, o rumo...
Em qualquer situação, gerir as
situações nesse mundo é lidar com o medo. Há dois modos de medo,
incontornáveis, numa gestão. Cada um responde por um ambiente:Ambiente um, marcadamente
político: o medo é o de não fazer parte da "panela". Onde quer que estejamos, seja numa empresa, numa ONG, numa repartição pública, se o ambiente,
se a regra do jogo, são as relações políticas, o medo se instala entre aqueles
que não fazem parte da panela.
Ambiente dois, marcadamente
de resultado: o medo se instala entre
aqueles que, a rigor, ou possuem reais deficiências de performance, ou têm de
si uma perspectiva, digamos, de baixa estima. Só os melhores sobrevivem nesse
ambiente, é a regra, e o medo se instala então entre os não melhores e/ou entre
aqueles que se acham menos eficientes.
Mas não há como fugir desse medo, senão por meio de terapias de autocontrole...
O medo há de revelar-se fundado ou não. Mas sempre lá está ele, nos olhos, no
comportamento mal disfarçado de uns, na agitação solícita de outros. Medo.
Medo, porque, a rigor, todos estão ali pelo pão. O que, sob a perspectiva do
gestor, é um equilíbrio de eficiência no corpo institucional - para o sujeito humano,
isso representa, se ele é descartado, um colapso a médio prazo - de onde virá o
pão? Mesmo entre religiosos, que sabemos que o maná é bem um mito narrativo...
Na prática, o maná virá na forma de outro emprego, na ajuda familiar, essas
coisas, porque, cair do céu, literalmente, isso todos sabemos que não acontece.Como fugir desse estresse?
Não tem como. Se você é bom, mas não é da panela, e
se o ambiente é político, você corre sério risco de dançar. Se você não é bom,
mas é da panela, mas o ambiente é de resultado, você corre o risco de dançar.
E, de mais a mais, se mesmo você sendo bom, não havendo panelas, mas o cobertor
parece curto demais, como você relaxa? Não relaxa. Religiosamente, você ora
para que a teologia esteja errada, e as
pessoas não sejam livres, e Deus possa fazer o gestor fazer o que você e Deus
querem que ele faça - manter você. Por que no
caso do religioso, ele tem essa vantagem, a de achar que Deus pode fazer um
gestor fazer o que ele, Deus, quer, sem que isso seja o que ele, gestor,
queira...Tem a ver com a Teologia
Calvinista – Deus, (ou o gestor) já escolheu desde o princípio, alguns desses
seres humanos para salvar... Será você um deles?
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