Atingidos pelos Reflexos...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Além da Pergunta

Essa semana é a última antes do reinício das aulas. Resolvi então aproveitar bem os momentos ao lado de minha família, e como já postei aqui as fotos da Júlia e do Joás, vou também postar um texto que escrevi uns dias atrás, mais precisamente no dia 13/06/2008, um dia após o chamado, dia dos namorados. O Texto fala sobre o amor, e é na verdade uma declaração á alguém mais do que especial prá mim...

Além da Pergunta...

Inspirado pelo dia dos namorados, e por um amigo da faculdade, que conversou comigo ontem e se disse animado com o futuro casamento, fiz a mim mesmo uma pergunta que deixa muita gente confusa: “O que é o amor” ?. Enquanto namorados (as), noivos (as), esposos (as) e companheiros (as), quando recebemos aquela tradicional e famosa pergunta: “Você me ama?, o que respondemos ? Quase que invariavelmente a resposta é sim. Mas sabemos mesmo o que é o amor ?

Já vou logo de antemão, dizendo que não serei capaz aqui, de organizar palavras ou frases que possam responder ou dar uma definição sintetizada do que seja o amor. Mesmo por que, penso ser o amor no aspecto homem/mulher , um sentimento inexplicável, uma experiência pessoal, algo que precisa ser vivido e experimentado. Vou tentar entender então, junto com você leitor, o que seria o amor.

Imagine um casal de namorados, os dois com 16 anos de idade, no auge da adolescência, criados em cidades diferentes, em famílias que nunca se viram. Com três meses de namoro separam-se pela distância, mas apesar disso, continuam o relacionamento. Durante mais de dois anos, relacionam-se por cartas, telefonemas e eventuais viagens que o namorado fazia. Completam cinco anos de namoro, e é importante destacar que a sustentação do relacionamento sempre foi baseada na sabedoria, paciência, discernimento e disposição em perdoar da namorada ante os conflitos do namoro. Ele na maioria das vezes mostrava imaturidade para resolver as questões sobre os assuntos que envolviam o casal. Decidem assim mesmo, que já estavam, aos 21 anos de idade, preparados para o casamento. Após dois anos de casamento, o agora marido, decide deixar a cidade onde moravam ,ela então abre mão do convívio com mãe, ,irmãs e sobrinhos. abre mão de suas origens, das amizades e da comunidade da qual fazia parte para dedicar-se ao relacionamento e ao casamento. Após 08 anos de casamento, já tinham 02 filhos. O convívio com a esposa, fazia com que o marido reconhecesse que dependia daquela mulher para viver. Seu exemplo de fé, sua dedicação, entrega, renúncia e doação de vida em favor do marido e dos filhos, fosse nos momentos alegres ou tristes da vida, fazia com que ele desejasse fazer a mesma coisa. Hoje, o casal já completou 15 anos de casados, 20 anos desde o primeiro beijo e do primeiro “eu te amo”. Ontem, dia dos namorados, após um dia difícil e cansativo no trabalho quando o marido chegou da faculdade, achou em seus recados no computador a seguinte mensagem:

“Amar...
Amar é olhar para dentro de si mesmo
É dizer: eu quero! É viver intensamente
É sonhar com uma gota de realidade
É realizar uma gota desse sonho
É estar presente até na ausência
Amar é ter em quem pensar
É razão que ninguém teria razão para nos tirar
É ser só de alguém, e nunca deixar esse alguém só
É pensar em você tão alto a ponto de você escutar
Amar é ir até a morte, é acordar para a realidade do sonho
É vencer através do silencio ,é ser feliz até com um pouco...quando muito não é bastante.
Amar é dar anistia ao seu coração, é sonhar o sonho de quem sonha com você
É sentir saudades...é chegar perto na distancia
Amar é a força da razão , é quando os momentos são eternos
Amar é ser adulto e se sentir criança, é viver a vida em versos...e ao inverso
É a maior experiência na vida de um homem ,mas acima de tudo ,Amar é crer em Deus...
Porque Deus é amor”

“Junior ,Te Amo ! Ass. Nilce.”

Hoje eu sei o que é amor. Fui ensinado a percebê-lo e a cultivá-lo. E quando a Nilce me pergunta: Você me ama ?, eu respondo com toda a certeza e com toda a convicção: “Sim Nilce, Eu amo você”! E agradeço a Deus pela ajudadora que me deu, por ter uma mulher que vive Sua palavra e intercede pela minha vida e dos meus filhos continuamente, sem desanimar.


“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”
I Coríntios 13,1-13

Que Deus, abençoe a todos os casais...
E que Seu amor seja o mais importante em nossas vidas !

José B. Silva Junior

sábado, 26 de julho de 2008

Sessão Coruja !



"Como flechas na mão do guerreiro,assim são os filhos..".Salmo 127.4

Senhor, ajuda-me a acertar o alvo...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Olimpíadas


No próximo dia 08/08/08 com início da cerimônia marcada para ás 08:08 Hs, será aberta mais uma edição dos Jogos Olímpicos, em Pequim , na China . Mais de 10 mil atletas correndo atrás de superar seus limites, apresentando um espetáculo esportivo para milhões de espectadores por todo o mundo.

Confesso que sou fascinado por competições esportivas desde criança. O esporte é algo que pode fazer o ser humano conhecer seus limites, uma das formas mais belas de superação e prova de capacidade que o homem pode experimentar, quando se propõe a querer ser o melhor naquilo que faz. São várias as histórias de homens desacreditados pela sociedade, sem perspectivas nem objetivos em suas vidas, que descobriram um sentido para continuar a viver através do esporte. Quem não se lembra por exemplo, do emocionante episódio ocorrido nas olimpíadas de 2000 em Sydney, quando o nadador da Guiné Equatorial Eric Moussambini registrou o pior tempo numa prova de 100 m estilo livre em Jogos Olímpicos, (1m52s72, contra 47s84 do vencedor) mas ainda assim saiu aplaudido de pé ? Em determinado momento de sua performance, Eric começou a bater os braços ainda que desordenadamente, com toda a força que ainda tinha, e com o pouco fôlego que parecia restar-lhe, para poder completar a prova. Os espectadores presentes, percebendo que estavam diante de um desses momentos inesquecíveis que o esporte nos proporciona, se levantaram, gritando e incentivando Eric, como se ele fosse estabelecer uma nova marca de recorde mundial. Eric precisava chegar ao final da prova, naquele momento esse era o sentido da sua vida.

E apesar de reconhecer que o esporte pode fazer com que enxerguemos a vida sob uma perspectiva de superação e sentido, sabemos que em determinado momento de suas vidas esses atletas, seja um Eric Moussambini ou um Ian Thorpe, já não terão vigor físico para completarem os 100 metros rasos, seja em primeiro ou em último lugar. E caso o sentido de suas vidas, esteja somente no fato de baterem a mão na borda da piscina certamente terão problemas.

O esporte, quem diria, já existia na época de Jesus e de seus discípulos. Aliás muito antes disso, a história nos conta que um dos primeiros jogos dos quais se tem conhecimento datam de 776 a. C na Grécia Antiga. E já nos tempos de Jesus, nosso conhecido Apóstolo Paulo usou ilustrações de provas de atletismo para nos ensinar lições sobre a vida Cristã. Em sua carta aos Cristãos e provavelmente também aos atletas de Corinto ele assim escreveu:

"Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado." (1 Coríntios 9:24-27)

A palavra de Deus, diz que os atletas da época corriam para alcançar um prêmio que , ao invés de nossas medalhas de ouro, era uma coroa de louros. Se preparavam, se abstinham de tudo para dedicarem-se aos treinamentos, assim como os atletas atuais.

O Apóstolo Paulo queria dizer que devemos seguir esse exemplo em nossas vidas cristãs. Devemos correr, nos dedicar, nos abster daquelas coisas que nos afastam do objetivo de alcançar nossa coroa da vitória. Não aquela coroa de louros ou aquela medalha de ouro, mas a coroa que Paulo chamou de incorruptível. O prêmio maior que nós podemos desejar. A vida eterna através de Cristo, à quem devemos subjugar nossos corpos à servi-lo, para que não corramos o risco de sermos reprovados ao final da prova. “...Correis de tal maneira que o alcanceis...”

Me preparo para assistir as competições dos jogos olímpicos da China, torcendo para que o sentido da vida dos "Erics Moussambinis" , dos "Ians Thorpes", meu e seu, não estejam somente em quebrar recordes ou em ver nosso país ganhar um grande número de medalhas , mas em nos preparar para alcançar a coroa incorruptível mencionada por Paulo.

“Semelhantemente, nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regras.”II Timóteo 2:5.

Á Deus todo o louvor...
José B. Silva Junior

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Filhos...


Em nossas conversas por aí, escutei essa semana de uma mãe sua confissão de impotência frente à árdua tarefa de educar e fazer com que os filhos andem sempre por caminhos seguros. Tenho certeza que ela não está sozinha nessa luta. Em que pese hoje em dia termos fácil acesso à informações sobre o desenvolvimento psicológico e afetivo de nossos filhos, de conhecermos algumas regras básicas sobre o comportamento da criança, do adolescente e do jovem, penso ser comum a dúvida em como devemos agir nessa ou naquela situação. Como pais, apesar de sempre nos esforçarmos para dar um bom exemplo, de ensinar valores e princípios que acreditamos serem os melhores, de indicarmos sempre as melhores opções para nossos filhos, existe sim a possibilidade de errarmos, aliás diria que o que existe é a possibilidade de acertarmos. A frase que parece já feita, faz sentido para muitos pais: "Ninguém tem a receita certa para educar um filho". E isso é dito até mesmo por psicólogos especializados em aconselhamento na área do desenvolvimento da criança e do adolescente. Conversando com pessoas mais experientes, ouvimos quase que através de unanimidade, a opinião de que os dias de hoje, fizeram com que esse problema fosse potencializado por uma série de fatores. Em suma, podemos admitir com segurança, que educar filhos hoje em dia é uma missão das mais complicadas .

Porém uma coisa é certa, são os pais, os principais responsáveis pela boa educação de seus filhos. Essa tarefa não pode ser delegada às instituições de ensino e nem às religiosas, apesar de ambas poderem ajudar neste processo. E apesar de todas as dificuldades que apareçam, pai e mãe juntos, tem condições sim de vencer esse embate .


Temos um belo exemplo de como ser bem sucedido na educação dos filhos, e à essa altura você já deve estar imaginando de onde vem esse nosso exemplo. Isso mesmo, das páginas da Bíblia.


No livro de Deuteronômio, logo após Moisés ter lido os 10 mandamentos para os Israelitas, é clara a preocupação de Deus, com as famílias e com os filhos em especial. Deus já sabia das dificuldades que viriam através dos tempos, e em um dos mais belos textos da Bíblia , conhecido por "Shemá" e chamado pelos judeus até hoje como "O coração da Bíblia", Deus recomenda, a "receita" para um lar abençoado, com pais e filhos vivendo em harmonia. A palavra de Deus assim nos fala:


"Ouça ó meu povo: O Senhor , o nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas essas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos, converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços, e prenda-as na testa. Escreva nos batentes das portas de sua casa e em seus portões." (Deuteronômio 6:4-9)


Tentando contextualizar, Deus parece estar dizendo: Busquem-me com todas as forças que vocês tiverem. E para que meus ensinamentos não sejam esquecidos, ensine-os sempre aos seus filhos, por todas as gerações, converse a toda hora sobre minha palavra, a Bíblia. Isso mesmo, dê um jeito de falar nela sempre, quando estiver andando , sentado, ou deitado. Se preciso for, coloque alguma coisa amarrada em você mesmo, no portão de sua casa, na porta do seu quarto, no espelho do banheiro, na frente da televisão, enfim, faça o que for...MAS NÃO DEIXE DE LER MINHA PALAVRA PARA SEUS FILHOS....


Fico impressionado, com o amor de Deus por nossos filhos. Faz-me lembrar de uma frase que postei a pouco tempo em uma das reflexões. “Que pai não faria todo o esforço para levar tamanha felicidade a um filho?”.


Que o Deus que nos deu a receita, possa nos dar forças, para aplicarmos essa verdade em nossas vidas. E que o amor que sentimos pelos nossos filhos provoque em nós a consciência da necessidade de ensinarmos a Palavra de Deus a eles...em todos os momentos.


Que Deus nos abençoe !
José Junior

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Onze Homens e Um Segredo.

E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco, e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário;Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, andando por cima do mar.E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais. E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? E, quando subiram para o barco, acalmou o vento.” Mateus 14:22-32

No episódio bíblico em que Pedro anda sobre as águas, indo ao encontro de Jesus, ele e mais onze discípulos estão no barco e passam por uma grande tempestade. Doze homens dentro de uma embarcação que já não obedece ao comando de nenhum deles, chicoteado pelas ondas, com vento contrário, no meio do mar e em total escuridão. O texto nos revela que isso tudo acontecia durante a madrugada, o que aumenta ainda mais a dramaticidade do fato. É interessante observar que tudo acontecia enquanto Jesus orava. Possuindo o atributo divino da presciência e portanto já sabendo que tudo aquilo aconteceria com eles , Ele dá uma ordem aos discípulos: “Entrem no barco, e vão adiante para o outro lado...”. Então, depois de orar, Ele aparece aos seus queridos seguidores de uma forma pouco convencional - Andando sobre as águas. Paralisados pelo pânico, aqueles homens chegam a pensar que seria um fantasma. Jesus então diz: Animem-se, sou Eu...não tenham medo ! Fiquei pensando na situação, e tentando imaginar as reações de pavor e desespero daqueles homens. Contudo, as reações não seriam todas iguais até o fim do relato.

Penso que o medo nos paralisa algumas vezes. Faz com que deixemos de tomar decisões que podem mudar nossas vidas. Provoca em nós um sentimento de frustração e nos faz pensar o que poderíamos ter conquistado se o vencêssemos. Analise os principais erros nossos e debaixo deles encontrará o medo. Aqueles conceitos e atitudes que tanto admiramos em outros e sabemos que seria bom adotarmos nem sempre é fácil de colocarmos em prática por sentirmos medo de não executarmos tão bem quanto os outros; a decisão de escolhermos ou mudarmos nossa carreira profissional que não vai bem, pode ser algo que faça com que sintamos medo pelo futuro que nos aguarda; a necessidade que sentimos em nos entregar mais aos relacionamentos com as pessoas ás vezes emperra quando tenho medo da reação delas quanto à minha aproximação. Ou até mesmo diante da necessidade que sentimos em assumir o compromisso de cuidar melhor de nossa vida espiritual faz com que fiquemos com medo da reação das pessoas que estão á minha volta em relação ao assunto. Ficamos adiando decisões, prorrogando um novo começo que nunca acontece, aguardando um novo dia que nunca chega. Muitas vezes pelo medo, pensamos mais nas críticas que podemos receber e em tudo que possa dar errado, do que nos benefícios que poderemos experimentar.

A maioria das pessoas que lêem essa passagem do livro de Mateus lembra da falta de fé que fez com que Pedro começasse a afundar. E realmente podemos mesmo tirar essa lição do texto. Mas há um outro aspecto a ser considerado e ao qual nem sempre nos atentamos. Aqueles doze homens no barco experimentaram o sentimento de pânico, porém onze permaneceram estáticos, paralisados diante do medo. Assim como os outros onze, Pedro trazia em seu coração os ensinamentos e as palavras de Jesus que antes já o haviam feito entender que seguir os passos do Mestre, seria sempre o melhor em sua vida. Há uma frase de Goethe que diz o seguinte “Nós só possuímos, o que compreendemos”. Penso que talvez, esse era o segredo de Pedro. Ele compreendeu que quando perdesse o medo, iria viver a melhor experiência de sua vida. A experiência de viver algo sobrenatural, a fantástica sensação de estar sendo sustentado, sobre as águas, pelo poder de Jesus. O segredo estava em aplicar essa verdade em sua vida. É provável, que ao passar sua perna pela borda do barco em direção ao mar agitado, Pedro tenha sido alvo de críticas por parte dos seus onze amigos. Podemos até ouvir: “Pedro você está louco, não faça isso”, “Você vai fracassar”, “você não é capaz de fazer isso”. Li um livro que chamou os outros onze discípulos de “Os bananas do barco”, talvez tenha sido um exagero, talvez não. O que eu sei, é que sou ás vezes, como um “banana”. Fico protelando minhas decisões, tenho medo de sair da zona de conforto e da segurança que ela me proporciona. Esqueço de depositar minha confiança naquele que pode fazer com que eu vença todos meus medos, dificuldades e limitações. Deixo de viver experiências maravilhosas, pelo fato de guardar um segredo tão bem, que chega a ficar escondido de mim mesmo. Pedro, apesar de ser conhecido por seu ímpeto e coragem, com certeza sentiu tanto medo quanto os outros discípulos que estavam no barco, a diferença foi que ele viu no meio daquela situação, uma oportunidade de tomar uma decisão e dar um passo que iria transformar sua vida, a de ser o único mortal a andar sobre as águas em toda história da humanidade.

E apesar da inesquecível e maravilhosa experiência de andar sobre as águas, de vencer o medo, de depositar toda a confiança no cuidado de Jesus, em determinado ponto da caminhada Pedro começou a afundar. O texto diz que Pedro “reparou no vento”. O detalhe é muito importante para nós, pois quando você tomar a decisão de vencer seus medos, de sair de sua área de conforto, você poderá sim viver algo sublime, mas isso não será a garantia de que as coisas sempre andarão bem. A possibilidade de adversidades continuarem ao seu redor é grande, mas o segredo nessas horas será “não reparar no vento”. Se Pedro continuasse com seus olhos fitos em Jesus, certamente não começaria a afundar, por isso, na hora de ir à direção de Jesus não tenha dúvidas, aconteça o que acontecer, mantenha-se sempre na direção Dele. Mas ainda mesmo assim, se você reparar no vento e começar a afundar , se aquela decisão que você estava adiando foi tomada e nem tudo saiu como você esperava, lembre-se que é o próprio Jesus quem pede para você “ir adiante, para o outro lado” e também é Ele, que sabe tudo que você precisa e precisará. Ele estará ao seu lado para te socorrer, para te ajudar, para tomá-lo nos braços e o conduzir sobre as águas.

Então, o que está esperando? Venha andar sobre as águas. Pode ser que você passe apuros durante a caminhada, que precise da ajuda de Jesus para te socorrer, mas sem dúvida alguma, você viverá uma experiência única, maravilhosa e sem igual em sua vida.

José Junior


“O que conta não é o crítico, aquele que diz em que ponto o forte tropeça ou em que aspecto alguém poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que de fato ocupa a arena. [...] Que, na melhor das hipóteses, no final conhece o triunfo da grande conquista, e na pior, se fracassar, ao menos fracassou por ter ousado muito. De forma que seu lugar jamais será entre as almas tímidas e inexpressivas, que não conhecem nem a vitória, nem a derrota.”
Theodore Roosevelt

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Acalma Meu Passo, Senhor !

"Acalma meu passo, Senhor! Desacelere as batidas do meu coração, acalmando minha mente. Diminua meu ritmo apressado com uma visão de eternidade do tempo.Em meio às confusões do dia, dê-me a tranqüilidade das montanhas.Retire a tensão dos meus músculos e nervos com a música tranqüilizante dos rios de águas constantes que vivem em minhas lembranças.Ajude-me a conhecer o poder mágico e reparador do sono. Ensina-me a arte de tirar pequenas férias, reduzir meu ritmo para contemplar uma flor, papear com um amigo, afagar uma criança, ler um poema, ouvir minha música preferida.Acalme meu passo, Senhor...para que eu possa perceber no meio do incessante labor cotidiano dos ruídos, lutas, alegrias, cansaços ou desalentos, a Tua presença constante no meu coração.Acalme meu passo, Senhor...para que eu possa entoar o cântico da esperança, sorrir para o meu próximo e calar-me para escutar Tua voz.Acalme meu passo, Senhor...e inspire-me a enterrar minhas raízes no solo dos valores duradouros da vida, para que eu possa crescer até as estrelas do meu destino maior.Obrigado, Senhor, pelo dia de hoje, pela família que me destes, pelo meu trabalho, pelos meus amigos e, sobretudo, pela Tua presença em minha vida."



Texto de Ivete Tayar.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Filosofando

Recebi um e-mail uns dias atrás, que trazia um verso em seu rodapé. Achei interessante a mensagem, e também passei a fazer uso da frase no final de minhas mensagens eletrônicas. O verso está contido na bíblia, mais precisamente na carta escrita aos cristãos da cidade de Corinto. O apóstolo Paulo assim escreveu inspirado por Deus: “A pessoa que pensa que sabe alguma coisa, ainda não tem a sabedoria que precisa”. (1ª Coríntios 8:2) NVI.

Sócrates , filósofo grego, disse na mesma linha de pensamento: “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância....” e o também filósofo Platão, discípulo de Sócrates, defendia a idéia de que deveríamos para obter o saber algo, ir sempre além daquilo que estivéssemos vendo ou percebendo.

As palavras de Paulo na epístola aos Coríntios, alertava cristãos da época, sobre a correta utilização do saber e do agir em suas vidas. A liberdade de que os Cristãos de Corinto agora desfrutavam, ao descobrirem que Jesus os tornara novas criaturas, estava gerando problemas entre aqueles que ainda não haviam descoberto essa nova vida em Cristo. Paulo estava querendo dizer em outras palavras, que quando achamos que temos convicção de alguma coisa, precisamos ter discernimento para usar esse conhecimento de uma maneira correta, sem que isso possa de algum modo prejudicar aquele que não tem essa sabedoria.

Temos visto parte de pessoas que se dizem cristãs, ostentarem uma posição de privilégio pelo fato de poderem dizer que são novas criaturas em Cristo. Parece que olham os outros sempre de cima para baixo, como se fossem as pessoas mais sábias e mais perfeitas do mundo. Apressam-se mais em julgar, do que em estender a mão. Se estamos agindo assim, talvez seja bom lembrarmos da recomendação bíblica :
“Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo”. Efésios 4:32

Para que buscamos a Deus? Para uma vida espiritual saudável, cheia de alegria e bênçãos ou para mostrar que somos mais religiosos do que os outros? Colocamos nossas vidas a se esforçar em fazer a vontade do Senhor para receber dele a graça e a capacitação para melhor servi-Lo ou para mostrar nossa pretensa superioridade e sabedoria diante dos erros e falhas de nossos irmãos?

Ser uma nova criatura em Cristo, é sim um grande privilégio, aliás, é o maior dos privilégios que o ser humano pode experimentar. Todos somos dependentes e carentes dessa transformação em nossas vidas, que ocorre quando reconhecemos que a morte de Jesus na cruz, teve esse propósito – de perdoar nossos pecados e dar-nos vida completa. Eu e você nunca merecemos e nem vamos merecer tamanho sacrifício. Ele fez por amor. Amor esse, que deve ser a principal característica do cristão.

Tanto Sócrates como Platão, pensavam no conhecimento de forma mais contemplativa. Já para Aristóteles, discípulo de Platão, o conhecimento representa uma nova etapa. Em seu pensamento encontramos a sabedoria em sua forma aplicada, prática. E essa práxis, para nós cristãos, consiste na busca da verdade , do conhecimento e da sabedoria naquele que é a própria verdade, e onde está o início de todo e qualquer saber. Que todos possamos continuar a buscar a sabedoria que precisamos, indo sempre além daquilo que vemos ou percebemos.

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Provérbios 9:10

José B. Silva Junior

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Networking

Estive lendo sobre a importância da comunicação no ambiente empresarial, e de como a troca de informações em nosso mundo “internético”, podem fazer a diferença em termos de aumento de produtividade e melhores resultados entre os grupos de trabalho. A idéia do individualismo, onde se valorizava aquele que detinha um grande conhecimento em determinada área, que tinha as soluções para tudo e que centralizava as informações e os serviços, praticamente já não existe mais. As empresas hoje buscam aqueles que valorizam o trabalho em equipe, que sabem perceber suas carências e virtudes, e tem habilidade para aplicá-las dentro de um grupo, onde certamente encontrará alguém que o suprirá naquilo em que possui limitações e vice-versa. O termo “networking”, aplica-se a definir uma rede de contatos e relacionamentos, que geralmente aponta para a área profissional, onde cada um compartilha necessidades e oportunidades visando extrair desses relacionamentos, algum tipo de benefício.

Assim, a comunicação entre as pessoas torna-se cada vez mais indispensável, e a Internet é hoje, uma das ferramentas mais usadas nessa troca de informações. Existem atualmente vários cursos que ensinam como se aprimorar na arte de redigir e-mails de forma objetiva, coerente e eficaz. Tudo para que os resultados, sejam dentro da empresa ou em seus assuntos pessoais, atingidos de forma satisfatória.


Pensando no assunto em uma esfera mais abrangente, podemos perceber que realmente, nós, seres humanos, não fomos criados para vivermos sozinhos, com nossas idéias e conhecimentos servindo somente a nós mesmos. Mesmo porque, qualquer idéia ou conhecimento que possuímos, são formados a partir de idéias e pensamentos que outras pessoas já desenvolveram.

O desejo de não vivermos sozinhos já começou com o próprio Deus, quando ao criar o homem , e perceber que estava só disse: “não é bom que o homem esteja só, farei uma ajudadora para ele ...”(Gênesis 2:18), Aí estava instituída a família, o primeiro grupo comunitário. No novo testamento também, vemos no livro de Atos, o progresso dos cristãos e a criação de uma comunidade onde: “Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum.” (Atos 2:44). A união é uma das características marcantes da comunidade Cristã do Novo Testamento, comunidade que seguia o exemplo do próprio Cristo, que sempre procurou o relacionamento com todas as pessoas. Fossem os fariseus hipócritas, os publicanos cobradores de impostos, os enfermos discriminados, os ladrões e as prostitutas, fosse com os discípulos, as criancinhas, os sacerdotes do templo, os soldados romanos e até mesmo com os que o traíam...Jesus sempre buscou (e ainda busca) o relacionamento com todos. Ele quer estar perto do ser humano, ouví-lo, entendê-lo, ajudá-lo e acima de tudo, perdoá-lo e amá-lo. Jesus nos ensinou o princípio do Networking.

Tenho ouvido, não raro, pessoas dizendo que não precisam estar inseridos dentro de uma comunidade cristã, para desenvolverem sua fé e relacionamento com Deus. Afirmam que podem desenvolver sua busca por Deus individualmente e alguns tem justificado essa posição com o argumento de que “ existem muitos hipócritas dentro da igreja”. Concordo, não temos como evitar que a hipocrisia esteja presente entre membros de uma comunidade Cristã, aliás, não temos como evitar a hipocrisia de alguns não só na Igreja, mas em qualquer comunidade onde o ser humano esteja presente. Mas que bom saber, que Jesus ama e se relaciona também com o hipócrita, e o melhor lugar para que seja transformado pelo ensinamento de Cristo é ali mesmo, dentro da igreja. Em casa, dificilmente ele terá a oportunidade de estudar sobre os ensinos da Bíblia de forma mais aprofundada, em casa ele não terá oportunidade de coletivamente adorar o Deus criador de todos e de tudo, não conseguirá sentir o abraço, a preocupação de quem compartilha a mesma fé que ele, talvez não será alvo de intercessões e nem terá também o privilegio de conhecer a necessidade e orar pelo seu próximo. Não terá também, o prazer de cumprir a ordem de Deus apresentada na carta aos Hebreus: “Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões. Pelo contrário, animemos uns aos outros” (Hebreus 10:25 NTLH). A recomendação de não abandonar “as nossas reuniões”, eram dirigidas aos cristãos, que talvez estivessem achando que não devessem se misturar com hipócritas. Mas Deus ensina que o que se devia buscar era o contrário: “animem-se uns aos outros...”.

Como já vimos, o exemplo de Cristo é focado nos relacionamentos. Ele ajunta primeiro três amigos, com quem mantinha uma aproximação mais estreita, (Pedro, Tiago e João), forma também um grupo de trabalho de 12 homens, que deverão transmitir seus ensinamentos e dar testemunho do que viram e ouviram pessoalmente. A partir daí, serão setenta os que serão treinados e enviados a lugares mais distantes a fim de fazer com que a rede de relacionamentos seja cada vez maior. Mais de dois mil anos se passaram, e essa rede continua crescendo. O Networking de Deus, não precisou da Internet e nem de cursos para aprimorar a redação de e-mails. Ele cresce e se desenvolve dentro dos inúmeros grupos que não deixaram de lado o princípio de comunidade e relacionamento ensinados por Jesus e que certamente não aprenderam esses princípios dentro de suas casas, mas buscando sempre a comunhão e crescimento em comunidade.

A igreja é, e continuará sendo o meio pelo qual, Deus reúne o seu “grupo de trabalho”.


“E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles...” (Atos 14:27)

José B. Silva Junior

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